Antologia Erótica romance Capítulo 17

Eu estava naquele quarto fazia várias horas, por mais que eu gritasse e tentasse fugir percebia que era inútil. Ninguém me ouvia ou fingia não me ouvir.

Meu estômago roncava de fome a algum tempo quando a porta finalmente se abriu.

Por ela passou um homem bem vestido, que eu reconheci das fotos nos jornais como Fernando Benevulo, o maior empresário do ramo automobilístico do país, mas pra mim ele não passava de um mafioso sujo.

- Me deixe sair, agora.

- Se vai gritar assim - ele apoiou uma bandeja de prata cheia de guloseimas finas sobre a mesa de centro - terei que trazer pastilhas para garganta. Vai ficar aqui por muito tempo.

- Você sabe quem eu sou?

- Infelizmente - ele falou com calma e intimidador - mas ser filha do ministro não te leva muito além desse quarto de luxo. Aliás, agradeça por não estar no porão com os outros.

- Você não me assusta, quando meu pai souber...

- Ah ele sabe e não dá a mínima.

- Mentira.

Ele balançou lentamente a pistola enquanto sorria.

- Essas belezinhas são a coisa mais útil já inventada.

- Por que está fazendo isso? Você tinha tudo, como eu.

- O tudo a que se refere são vestidos bonitos e bailes de debutante?

- É uma vida boa.

- Poder, Jane. Eu faço isso por poder.

- Se seguisse os passos do seu pai, poderia ser o homem mais poderoso do país. O presidente.

- Acha que um cargo traz poder? - ele andou calmamente em minha direção, eu dei alguns passos atrás até cair sentada na cama - diga, se o exímio Sr. Fernando Benevulo Sênior estivesse aqui, tão perto de você como eu estou, estaria tremendo como uma lebre perseguida pelo lobo?

Eu engoli em seco, seu perfume era inebriante assim como sua voz, seus olhos, tudo nele me esquentava sem ao menos me tocar.

- Isso, Jane. É poder - ele se afastou devagar - vou te mostrar.

Fernando andou até as cadeiras à frente da cama e arrastou uma, se sentando de costas para mim.

Olhei em volta tentando encontrar qualquer objeto pesado o suficiente para acertar sua cabeça e correr.

- Sei no que está pensando, não vai funcionar. Sabe disso. Agora - ele colocou os dois braços sobre o apoio da cadeira e tirou duas algemas de dentro do terno.

Jogou uma chave no chão a sua frente e colocou as algemas se prendendo a cadeira.

- O que está fazendo?

- Venha até aqui.

Fiquei curiosa, ele não devia me intimidar agora, estava preso e desarmado. Mas foi o contrário, quando me coloquei à frente dele meu coração quase saiu pela boca.

Seu rosto impassível e autoritário, o corpo tenso com as pernas abertas e os pés bem fixos ao chão.

- Não vou fazer nada que você mandar.

Meu estômago voltou a reclamar de fome, ele levantou o queixo na direção da bandeja de prata ao meu lado.

- Coma.

Eu sabia que ele estava me manipulando, mas eu estava morrendo de fome, me convenci que se eu quisesse fugir teria que estar forte então me sentei no sofá e peguei uma das ostras levando a boca.

A virei e o sabor invadiu me fazendo gemer, essa era uma mania que eu não conseguia perder, gemer quando como algo realmente bom.

Abri os olhos quando percebi que os tinha fechado e Fernando me encarava fixamente.

Ele passou a língua nos lábios e levantou o queixo. Eu tinha dito que não faria nada que ele mandasse, mas era comida, eu não podia negar, como filha do ministro, a diplomacia deveria ser uma virtude minha.

Me levantei indo até ele com uma ostra na mão, ele abriu a boca e enquanto eu despejava o conteúdo em sua boca, Fernando lambeu meus dedos, provocativo.

Me perdi em seus lábios enquanto ele mastigava, a mandíbula forte trabalhando e as linhas do pescoço se movendo, o tornavam ainda mais atraente

- Me beije.

- Não - minha voz saiu sem nenhuma convicção.

Ele não repetiu o pedido, eu sabia que não devia, mas queria mesmo assim.

Era só um beijo em um homem amarrado. Me inclinei e envolvi seu lábio inferior, depois o superior e repeti isso por algumas vezes esperando que ele iniciasse o beijo com sua língua mas ele não o fez.

Fernando queria que eu fizesse, suspirei sem me afastar e abri a boca aprofundando o beijo, sua boca era quente e os movimentos de sua língua estavam deixando minha calcinha tão molhada quanto.

Ele afastou o rosto encostando a cabeça para trás, minha respiração ficou pesada, eu queria mais, mesmo sabendo que ele estava causando aquilo de propósito, manipulador, calculista.

- Agora, abra meu terno e camisa, toque meu corpo, sem pudor.

- E se eu não fizer?

- Mas você vai.

E eu ia, não podia controlar. Me ajoelhei entre as pernas dele e tentei controlar minhas mãos trêmulas enquanto abria os botões de seu terno de linho, um a um, revelando a camisa fina por baixo que já marcava seu corpo esguio.

Apertei minhas coxas com força, o que fez minha coluna tremer, Fernando sorriu satisfeito e ajeitou o corpo levantando o quadril para que eu visse a ereção que se formava sobre sua calça.

A camisa foi mais difícil abrir, no segundo botão meus dedos tocaram brevemente a pele clara embaixo, me fazendo gemer, o que piorou muito minha situação.

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