Cap.93: indiferença.
Os dois homens seguiram para o escritório de Morgan, seus passos ecoando no silêncio da mansão Farrugia. Ao chegarem, acomodaram-se nas poltronas, aguardando a chegada do chefe. Oliver, precavido, havia guardado o colar de Hanna em um local seguro, evitando levantar suspeitas.
— Ele já deveria estar aqui, certo? — Gantz questionou, sua voz carregada de impaciência. Ele se levantou e começou a andar pelo escritório, seus olhos observando cada detalhe com atenção.
De repente, ele se deteve em frente ao bar. A garrafa de vinho tinto, antiga e rara, chamava sua atenção. Sem hesitar, ele pegou uma taça e a serviu até o topo.
— O que está fazendo? — Oliver perguntou, alarmado. — O chefe vai te punir se te ver bebendo durante o trabalho.
Gantz ignorou o amigo, sentando-se em um dos bancos com a taça na mão. Ele girou o vinho, apreciando sua cor e aroma, e então deu um gole generoso.
— E eu perderia uma oportunidade dessas? — Ele murmurou, um sorriso satisfeito se formando em seus lábios. — Valeu a pena.
— Um vinho desse valor, pelo menos vinte mil dólares. Você é louco! — Ele exclamou, balançando a cabeça em reprovação.
— Uma taça não vai fazer diferença nenhuma. — Gantz retrucou, desdenhoso. — E você, por que não se serve? Um pouco de vinho pode relaxar até o chefe mais rigoroso.
— Eu não bebo em horário de trabalho, — Oliver disse com firmeza. — E você, como motorista, deveria ter ainda mais cuidado.
Neste momento, a porta do escritório se abriu e Morgan entrou despreocupado. Ele estava vestido de forma casual, uma camisa aberta no peito e uma calça leve de tecido fino. Seus cabelos ainda estavam úmidos, e ele os enxugava com uma toalha enquanto caminhava em direção aos dois homens.
— O que fazem aqui? — Ele perguntou, sua voz descontraída.
Oliver franziu o cenho, confuso com o bom humor de Morgan. A marca avermelhada em seu ombro, evidente mesmo sob a camisa, não combinava com a expressão serena do chefe.
— Aconteceu alguma coisa? — Oliver perguntou, a voz carregada de desdém. Mas a resposta já estava clara: a marca de unha em seu ombro era inconfundível.— Com quem você esteve a noite? Não diga que Maya te dopou de novo? — Ele questionou, se inclinando para frente para analisar a marca com mais cuidado.
— Qual o seu problema? — Morgan retrucou, afastando a mão de Oliver com raiva. — Não foi nada disso.
— Foi Lory que me bateu. — Ele respondeu, engolindo em seco.
— A governanta Lory te machucou? — Oliver perguntou, incrédulo. Ele comprimiu os olhos, encarando Morgan com desconfiança. Em seguida, um sorriso irônico se formou em seus lábios.
— A governanta não te marcaria assim! — Ele exclamou, indo até Morgan e puxando a gola de sua camisa e o analisando. As marcas no peito e nas costas de Morgan eram evidentes. Oliver levou as mãos à boca, recuando perplexo.
— Foi um gato? Que diabos aconteceu?
Morgan sorriu, se acomodando na cadeira. As lembranças da noite anterior o invadiram, e os arranhões pareciam lhe trazer uma sensação estranhamente agradável.
— Pelo sorriso dele... — Gantz murmurou, com o olhar vago. — Ele com certeza não passou a noite com Maya, mas sim com Danica. Por isso está de bom humor. Você sabe, Maya desperta o pior nele. — Ele acusou, fazendo Morgan engolir em seco.
VERIFYCAPTCHA_LABEL
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após meu noivo fugir, casei com seu pai.