Entrar Via

Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 129

O sol da manhã atravessava as frestas da cortina como dedos quentes deslizando pelo quarto. O ar estava morno, carregado do cheiro de café vindo da cozinha e de algo mais sutil, invisível, mas completamente presente: a tensão.

Ethan abriu os olhos devagar, preguiçosamente, deixando-se saborear o silêncio da manhã. A primeira manhã em casa. O primeiro dia acordando em seu próprio quarto depois de dias de hospital. E o melhor de tudo… o primeiro dia acordando sabendo que Helen estava ali.

Ele se virou com cuidado, ainda sentindo o incômodo na perna engessada, e buscou com os olhos a presença dela. Mas a cama ao lado estava vazia, sabia que Helen tinha dormido no seu antigo quarto e por mais que desejasse que ela tivesse ficado ao seu lado, sabia que eles estavam indo devagar. Suspirou fundo passando as mãos pelos cabelos e sorriu ao ouvir o clique suave da porta se abrindo.

— Bom dia, dorminhoco. — disse Helen, entrando no quarto com uma bandeja de café e um sorriso nos lábios.

Ethan abriu os olhos e sorriu, mas em seguida quase teve um sangramento nasal, ao ver a camisola que Helen estava vestida. Helen usava uma camisola curta, de alças finas e tecido leve que marcava as curvas com uma ousadia que desafiava qualquer esforço de autocontrole. O robe aberto caía pelos ombros, revelando parte das coxas. O cabelo solto, ainda um pouco bagunçado, só tornava tudo mais… perigoso.

Ethan engoliu em seco.

— Isso é… café da manhã? Ou uma tentativa de assassinato?

Helen riu e colocou a bandeja sobre a cômoda. Depois caminhou até ele, como quem tinha total consciência do efeito que causava.

— Café da manhã, esposo. — disse, com a voz mais doce do mundo. — Mas se você for bonzinho… talvez eu traga uma sobremesa depois.

Ethan arqueou a sobrancelha.

— Você tá jogando muito sujo pra uma mulher que pediu paciência e respeito no processo de reaproximação.

— Eu pedi paciência, não castidade. — rebateu ela, abaixando-se para ajeitar o travesseiro atrás da cabeça dele. — Além disso, só estou confortável. Você é que tá com a mente suja.

— Eu? — ele riu, mas sua voz saiu um pouco mais rouca. — Você entrou aqui com essa camisola e quer que eu pense em sudoku?

Helen mordeu o lábio, satisfeita com a reação.

— Talvez você devesse começar a fazer palavras cruzadas. Dizem que acalma os instintos.

Ethan se recostou melhor, tentando manter o lençol puxado discretamente para o quadril. Mas o corpo dele já havia reagido e de forma bem evidente. O short de dormir denunciava a ereção matinal que ele lutava para disfarçar.

Helen se virou para pegar a xícara sobre a bandeja e, ao virar-se de volta, viu o volume sob o lençol. Por um segundo, ficou paralisada. O rosto corou e o calor explodiu por todo o corpo como um raio invisível, atingindo cada centímetro de sua pele. O queixo dela ameaçou cair, mas Helen se recompôs rapidamente… mais ou menos.

— Isso… isso é o café reagindo ao cheiro do pão de queijo? — perguntou, com um sorriso nervoso.

Ethan, agora tentando parecer o mais natural possível, ajeitou o lençol com um puxão.

— Digamos que… é o pão querendo a companhia da geléia.

Helen arregalou os olhos, engasgando com o próprio riso.

— Você é nojento!

— E você é provocante. — rebateu ele, com um sorriso torto e o olhar intenso. — Sabe o efeito que causa em mim e ainda me traz café vestida assim?

— Eu achei que era uma camisola confortável. — respondeu ela, colocando a xícara no criado-mudo.

— Essa camisola… é um ataque silencioso, um atentado ao meu autocontrole. E meu autocontrole já sobreviveu a um acidente, uma perna quebrada e um banho embaraçoso. Ele não vai resistir a você, Helen.

Ela se aproximou devagar, os olhos presos nos dele, e disse com a voz levemente rouca:

— E se eu não quiser que você resista?

Ethan ergueu uma das mãos e a pousou na cintura dela, deslizando os dedos de leve sobre o tecido fino.

— Então, minha senhora… temos um problema.

Helen mordeu o lábio, sentindo o coração disparar. O ar entre eles ficou denso, quente, carregado de desejo.

— Ethan… — sussurrou ela.

— Sim?

— Você tá me deixando completamente…

— Arrepiada? — ele completou.

— Incendiada.

Ele puxou-a pela cintura e ela se apoiou sobre ele, com uma das mãos ao lado do rosto dele, o corpo colado, a respiração misturada. Os rostos estavam tão próximos… os lábios quase se tocando…

E então…

A porta do quarto escancarou.

— BOM DIA, INQUILINOS DO AMOR! — gritou Zoe, entrando sem a menor cerimônia. — Trouxe suco, piadas, e…

Silêncio absoluto.

Helen empurrou Ethan com delicadeza e se endireitou em segundos, tentando ajustar a camisola enquanto o rosto ficava roxo de vergonha. Ethan fechou os olhos e passou as mãos pelo rosto angustiado.

— Zoe… — disse ele, com a voz tensa. — A gente precisa conversar sobre limites.

Zoe, com os olhos arregalados e o suco ainda na mão, fingiu tapar os olhos.

— AH MEU DEUS, VOCÊS TÃO FAZENDO… ELE TÁ SE RECUPERANDO, HELEN!

— ZOE! — berrou Helen. — SAI DAQUI AGORA!

— EU TÔ INDO! MAS JÁ VOLTO COM UMA BÍBLIA E UM TRAVESSEIRO NO MEIO DE VOCÊS! — gritou Zoe, saindo correndo e fechando a porta atrás de si.

Silêncio.

Helen passou a mão pelo rosto, rindo e querendo desaparecer. Ethan respirou fundo, tentando controlar a pulsação e o desejo.

— Acho melhor você terminar de tomar o seu café.

— Não estou com fome de café da manhã. — disse fazendo um bico enorme.

— ETHAN!

— Tudo bem chatinha, mas preciso de um tempo… sozinho.

— Porque?

— Quer mesmo saber o que pretendo fazer?

Helen corou e sentiu o corpo todo entrar em ebulição.

— Se quiser me dar uma mãozinha… eu iria adorar.

— Ethan Carter, seu safado! — Helen disse sorrindo.

— A chatinha você chega toda gostosa provocando com essa camisola que não esconde nada e quer que eu fique normal?

— Eu não fiz nada de mais…

— Não? Então tá, deixa eu tirar essa droga desse gesso que vou desfilar pelado pela casa para ver como você se sente.

— Como eu me sinto? Ora, normal…

— Normal é?

— S-sim.

— Muitos?

— Sim, muitos!

Ela sorriu sentindo o coração acelerado. Ethan, percebendo a mudança sutil na expressão dela, pegou a mão dela com calma.

— Mas se quiser ir devagar… eu te espero. Deitado, coberto, em silêncio…— ele sorriu. — Mentira, não consigo ficar em silêncio. Mas eu tento.

Ela riu, encostando a testa na dele.

— Você é insuportável… e maravilhoso.

— E gostoso, não esquece.

— Também — sussurrou.

Ficaram assim por um momento. O ar entre eles estava de novo carregado, mas agora de algo mais doce. Era desejo, sim. Mas era também segurança. Era o tipo de provocação que vinha embalada em amor.

— Helen…

— O quê?

— Quando a gente terminar esse café, e a casa estiver silenciosa de novo… — ele roçou os lábios no canto da boca dela. — Você me traz a sobremesa?

Ela mordeu o lábio, os olhos semicerrados.

— Se você prometer se comportar…

— Vou tentar.

Ela se levantou, pegando a bandeja com um sorriso malicioso.

— Vai mesmo?

— Helen…

— O quê?

— Eu nunca tento. Eu provoco, você que cede.

Ela balançou a cabeça, caminhando até a porta.

— Vai ficar ai mesmo?

— Depende. Vai voltar com a sobremesa?

— Quem sabe.

E antes de sair, ela se virou, ainda com o robe solto nos ombros, os olhos brilhando.

— Ethan?

— Hum?

— Às vezes… eu gosto de ceder.

E saiu, deixando a porta apenas entreaberta.

Ethan fechou os olhos e sorriu.

— Essa mulher vai acabar comigo…

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu