Após o Divorcio Meu Marido Se Arrependeu romance Capítulo 32

— Helen, você já amou alguém?

Helen ficou imóvel por alguns segundos sentindo seu coração parar por um segundo. Não esperava aquela pergunta, não esperava que Ethan perguntasse algo tão… profundo. Fechou os olhos e sorriu levemente, sentindo um aperto no peito, e então, depois de alguns segundos, respondeu:

— Sim.

Ethan franziu a testa, virando-se levemente para encará-la e perguntou:

— E ele sabe?

Ethan virou o rosto para encará-la. Ela não abriu os olhos, mas seu sorriso se manteve ali, suave, nostálgico. Ele percebeu que era um sorriso de quem realmente amava alguém.

Helen então respirou fundo e respondeu:

— Não.

— Porque?

Helen hesitou por um instante, o olhar perdido em algum ponto do quarto, como se estivesse ponderando se deveria ou não continuar.

Ethan, curioso e estranhamente ansioso, a incentivou:

— Me fala sobre ele.

Ela mordeu o lábio, como se guardasse um segredo, mas então sorriu. Um sorriso pequeno, discreto, mas carregado de algo profundo.

— Ele é intenso. Sério na maior parte do tempo, mas quando sorri… — sua voz saiu mais suave agora, como se fosse um segredo confessado ao vento. — Quando sorri de verdade… é como se tudo ao redor se iluminasse.

Ethan sentiu o peito apertar de um jeito inesperado.

Quem era esse homem?

O homem que Helen olhava com tanta doçura?

O homem sortudo o suficiente para ser amado daquela maneira?

Ele disfarçou um sorriso e provocou:

— Ah, então ele é Misterioso? Um cara difícil de decifrar?

Helen riu baixinho, balançando a cabeça.

— Muito.

Ethan arqueou a sobrancelha, interessado.

— E o que mais?

Helen respirou fundo, abriu os olhos e eles brilharam com lembranças que Ethan não conhecia.

— Ele tem essa presença forte, que domina qualquer lugar. Ele é confiante, às vezes arrogante, mas… por trás dessa fachada, ele é diferente.

— Sim.

O silêncio veio pesado, sufocante. Ethan olhou para o teto, absorvendo aquela resposta como um golpe que não esperava.

Por que aquilo o incomodava tanto? Por que aquilo doía?

Ele tentou ignorar o aperto no peito, mas a verdade é que nunca sentiu isso antes. Por Miranda, nem por nenhuma mulher. Mas agora… por Helen? Ele fechou os olhos com força, recusando-se a responder essa pergunta.

Helen se moveu levemente ao seu lado, soltando um suspiro baixo, os cílios longos piscando devagar, o corpo começando a se entregar ao sono. Ethan olhou para ela e, por um momento, esqueceu de tudo. Esqueceu de Miranda, do contrato, do mundo.

Ela parecia pequena, vulnerável, com o rosto iluminado pela luz fraca do abajur. Sem pensar, moveu o braço, criando um espaço seguro ao seu lado e Helen, como se fosse a coisa mais natural do mundo, se aninhou nele. A cabeça pousou suavemente sobre o peito dele, o corpo se encaixando ao dele como se sempre tivesse pertencido ali. E o coração de Ethan acelerou, mas ele não se moveu. Não teve coragem de afastá-la, em vez disso, fechou os olhos e pela primeira vez em muito tempo, dormiu em paz.

Amélia abriu a porta do quarto com o maior cuidado do mundo. Vinha apenas verificar se Helen precisava de algo antes de dormir, mas não estava preparada para o que viu. Seu coração parou por um segundo. Ali, na cama, estavam os dois.

Helen, aconchegada no peito de Ethan, dormia tranquilamente, os lábios ligeiramente entreabertos, uma das mãos descansando sobre a camisa do filho.

Ethan, por sua vez, tinha um dos braços ao redor dela de maneira protetora, como se seu corpo tivesse feito aquilo sem que ele percebesse.

O peito de Amélia estremeceu.

Ela mordeu o lábio, sentindo uma emoção inesperada crescer dentro de si. Por tanto tempo viu seu filho insistindo em um relacionamento vazio, sem perceber o amor puro e verdadeiro que estava bem diante dele. Ela sabia, sabia que Helen o amava, sempre soube. E, ao ver aquela cena diante de si, algo dentro dela reacendeu.

Esperança.

Porque talvez… só talvez… Ethan estivesse começando a enxergar também. Ela fechou a porta devagar, sorrindo suavemente. E torceu, com todo o seu coração, para que seu filho não demorasse muito a perceber.