Bela Flor - Romance gay Capítulo setenta e quatro

POV: Hyun-suk
ㅡ Para que lado o GPS manda ir? ㅡ perguntei. Meus olhos estavam embaçados, como antes, minhas lágrimas desciam sem eu sequer notar.
Hajun estava ao meu lado enquanto Hanguk estava no banco de trás.
ㅡ Vira a esquerda. ㅡ Hanguk mandou, se inclinando para frente enquanto apontava para o aparelho. ㅡ Esse endereço está certo, não é?
ㅡ Claro que está. ㅡ Hajun falou. ㅡ Foi o que o seu tal hacker mandou.
ㅡ Gente, presta atenção. ㅡ pedi, fungando e limpando meus olhos com o dorso da mão. ㅡ para onde eu vou agora? O Jaejun precisa de mim. Ele precisa...
ㅡ Calma. ㅡ Hajun pediu. ㅡ, vira na próxima direita.
Assenti, acelerando o máximo que pude.
ㅡ Segue reto. ㅡ Hanguk pediu. ㅡ Diz que é a quatrocentos metros.
Assenti novamente, notando que já não haviam mais casas ao redor. Freei quando chegamos ao local indicado e fui rápido em desligar o carro. Não pensei muito antes de buscar minha arma e sair do carro.
ㅡ Ei, ei, calma. ㅡ Hajun tentou segurar minha mão, eu sabia que ele queria que eu seguisse sem minha arma, mas consegui me afastar de si a tempo. O olhei, negando e o vi bufar no mesmo segundo.
ㅡ Vamos logo. ㅡ Hanguk falou, parando ao nosso lado.
Segui na frente, destravando minha arma. Eles vieram logo em seguida, mas meu coração estava tão acelerado que sequer conseguia pensar corretamente.
No lugar havia uma porta grande, algo como a entrada de um galpão. Toquei sobre as correntes e as puxei.
ㅡ Droga. ㅡ xinguei, havia um cadeado trancando aquilo.
ㅡ O que a gente faz? ㅡ Hajun perguntou.
ㅡ Se afastem. ㅡ pedi, sentindo minhas mãos trêmulas. Hajun e Hanguk me olharam com espanto, mas se afastaram. Respirei fundo, tentando me acalmar e controlar minhas mãos trêmulas. Mirei no único cadeado e fechei meus olhos por um segundo, pedindo para que Jaejun estivesse ali e estivesse bem.
O som do disparo ecoou como um pássaro solto e o cadeado partido ao meio foi ao chão.
Hajun se afastou ainda mais quando a porta ficou entreaberta, e eu não pude pensar sequer por dois segundos quando a chutei e a fiz bater contra a parede, a abrindo com pressa, correndo para dentro do local sem me importar se aquilo pudesse ser só uma armadilha.
O galpão estava escuro, Hanguk parou ao meu lado e ligou a lanterna do seu celular.
ㅡ Não tem ninguém aqui? ㅡ ele perguntou.
Hajun adentrou por último, mais quieto que nós dois. Mas como Hanguk, tinha a lanterna do celular ligada e buscou por um interruptor.
O silêncio tomava conta do local, mas sem muita surpresa, quando as luzes se acenderam, constatamos que sim, tudo estava de fato vazio, sequer um sinal de Jaejun ou dos sequestradores.
ㅡ Que merda! ㅡ Xinguei chutando uma pequena mesa à minha frente.
ㅡ Está mesmo vazio. ㅡ Hanguk caminhou à frente.
Minhas mãos abaixaram, minhas lágrimas voltaram a cair.
ㅡ Não... não! ㅡ meu corpo cedeu. Meus joelhos tocaram o chão e ter uma arma agora já não fazia mais sentido. Minhas lágrimas rolaram e caíram no chão como meu corpo, deixando a marca das gotas densas no pavimento. Meu corpo se despedaçou. Minha alma estava em prantos, eu sei que não conseguirei viver mais um dia nesse inferno.
Hajun parou ao meu lado. Seu receio com a arma entre a gente era notório, mas ainda assim, ele se abaixou, tocou meu rosto com ambas as mãos e secou minhas bochechas, me abraçando com força a seguir.
ㅡ Eu falhei, Hajun, eu falhei...
ㅡ Não é verdade. ㅡ ele falou. ㅡ você não falhou.
ㅡ Eu preciso salvá-lo, eu preciso trazê-lo de volta...
ㅡ Você vai. ㅡ Hanguk abaixou a minha frente também. Ele foi quem buscou a arma e voltou a travá-la, guardando-a em sua cintura. Se arrastando até nós dois, seus braços longos rodearam a mim e a Hajun. ㅡ a gente vai achar eles.
ㅡ Não tem como. Por que... porque eles não estão aqui? Onde está o carro?!
Hanguk se ergueu, olhando ao redor.
ㅡ Acho que eles saíram antes de chegarmos. ㅡ Hajun falou.
ㅡ Mas como? ㅡ Hanguk perguntou. ㅡ não tem como eles saberem que estávamos vindo!
ㅡ Esse tipo de gente geralmente não fica em apenas um local. É comum deslizarem como uma cobra em fuga.
ㅡ O que eu faço agora? ㅡ olhei para Hajun.
ㅡ Fica aqui, eu vou olhar ao redor. ㅡ Hanguk falou. ㅡ se o carro não estiver aqui, nós poderemos rastreá-lo novamente.
ㅡ Tome cuidado. ㅡ Hajun pede.
Hanguk fica de pé. Ele busca a minha arma e a destrava, a engatilhando.
do chão, limpando meus olhos. Sentia que o ódio dentro de mim, crescia sem limitações, mas precisava continuar, e por isso voltei a buscar meu celular e mesmo com a visão embaçada, fui até a localização do carro
ㅡ Isso não tem como atualizar? É em tempo real, não é? ㅡ perguntei a Hajun.
Ele assentiu, buscando o celular.
ㅡ Hey, olhem isso. ㅡ Hanguk chamou ao abrir uma porta no final do galpão.
Fui até lá e não sei como me mantive de pé quando vi
ㅡ Não...
Adentrei o cômodo e parei no meio do lugar. Haviam chicotes, mordaças e cordas. Uma estrutura grande de madeira firme com algemas abertas nas pontas me fez recuar um passo.
O que estavam fazendo?
ㅡ o que será que estão fazendo com ele? ㅡ olhei para meus amigos.
Hanguk parecia reagir como eu mesmo reagia, mas Hajun estava abismado. Suas mãos cobriam a boca e seus olhos entregavam o que ele sentia com o local.
ㅡ Será que estão...
Não consegui finalizar a frase. Pensar em alguém tocando o corpo de Jaejun sem sua permissão me dava repulsa, medo e
ㅡ Claro que não! ㅡ Hanguk disse, voltando a guardar a arma. ㅡ eles seriam muito filhos da puta por isso, e certamente só querem saber de dinheiro.
ㅡ Eles não teriam isso atoa. ㅡ falei.
ㅡ Eles não vão fazer nada disso com Jaejun. ㅡ Hajun falou. ㅡ Se não estão aqui e mesmo assim deixaram essas coisas para trás, só querem nos intimidar.
ㅡ Então acha que eles sabiam que estávamos vindo?
ㅡ Certamente. ㅡ Hajun disse, fazendo Hanguk
como? ㅡ perguntei, perdido.
dá pra saber. ㅡ Hanguk disse. ㅡ mas vamos seguir o
que vai adiantar de alguma coisa agora? ㅡ Hajun perguntou. ㅡ se eles sabem que estamos aqui, certamente sabem que seguimos o rastreador da Porsche. Eles vão usar isso contra a gente agora, vamos ficar rodando a cidade como
então vamos ficar parados? Eu não quero fazer isso, Hajun. Jaejun estava na minha casa. Foi raptado na minha garagem! É minha culpa que isso aconteceu, eu fui burro de ter deixado tanta gente ruim rodear a vida dele. Agora não posso mais ficar parado, não posso deixá-lo mais um dia vivendo esse
disso é sua culpa! ㅡ Hajun falou. ㅡ se for assim, você vai culpar Sunhee por ter sido enganada também? Vai me culpar por ter pesquisado e visto que MinHo realmente era um advogado bom e por isso achei que ele não era ruim? Acha que todos nós também temos culpa? Acha que Jaejun tem culpa de ter ido até aquela garagem porque aquele desgraçado se aproveitou da ingenuidade e bondade dele? É claro que não, Hyun-suk! Ninguém tem culpa além deles, que
Mas então o que eu faço? ㅡ voltei a chorar baixo, não queria mesmo deixá-lo mais uma noite nas
levar isso para a polícia. ㅡ Hanguk falou. ㅡ vamos entrega o rastreador para a polícia e explicar que achamos um dos galpões que
É o melhor. ㅡ Hajun falou, voltando a me olhar. ㅡ devemos confiar na polícia e esperar. Os sequestradores ainda não fizeram contato, mas
para confiar apenas na polícia quando tudo vinha ocorrendo tão lentamente da parte
também não tinha mais o que
ㅡ Tudo bem. ㅡ concordei.
me abraçando primeiro. Hanguk seguiu o feito e me acalentou em seus braços
sair logo daqui, não me sinto bem ficando parado no meio desse local. ㅡ Hajun falou, nos
Hanguk se afastou e buscou um isqueiro de seu
que vai fazer? ㅡ Hajun perguntou. ㅡ vai fumar
que sou algum viciado? ㅡ ele disse, tocando os chicotes. ㅡ nada dessa merda aqui é feita em couro legítimo. Logo, isso é
É perigoso. ㅡ falei. ㅡ se colocar fogo, ele
E não queremos isso? ㅡ ele sorriu. ㅡ olha, não tem casa ao redor, as árvores não vão muito longe. Assim que o fogo se espalhar, os bombeiros
Você só pode ter merda na cabeça. ㅡ