Bela Flor - Romance gay romance Capítulo 64

POV: Jaejun

Observava Hyun-suk preparar uma pequena mala no qual levaríamos para nossa primeira viagem a Jeju. Me sentia ansioso para enfim poder novamente ter um tempinho a sós com ele em outra cidade, e a constar que talvez eu fosse ver meu namorado sem camisa pegando um solzinho na beira do mar, aquilo me deixava eufórico.

ㅡ Sunhee contou algo? ㅡ Perguntei, sentado na beirada da cama dele.

Havia passado a noite lá, brincamos um pouco com Mingu já que ficaríamos alguns dias longe dele e Hyun-suk até mesmo o deixou dormir no quarto conosco, tudo apenas porque eu lhe pedi.

ㅡ Não, ela nunca conta nada.

ㅡ Deveríamos contar que sabemos de tudo? Ela ficaria surpresa e enfim nos apresentaria ele.

ㅡ Você quer conhecê-lo? ㅡ Hyun-suk me olha, novamente arqueando uma sobrancelha como fez quando eu disse que o moço era bonito.

Mas ele era mesmo.

ㅡ Claro, a noona é nossa família, não é?

Ele ri baixo, assentindo.

ㅡ É.

ㅡ Então?! Vamos contar, imagina se a gente sai tipo num encontro duplo?! Seria muito legal!

ㅡ Como sabe? Ele pode ser uma pessoa arrogante.

ㅡ A noona jamais namoraria uma pessoa arrogante.

ㅡ Vai saber...

ㅡ Park Hyun-suk, pare de tentar fazer o moço parecer alguém ruim sem antes a gente de fato saber se é ou não. Vamos contar? ㅡ me sinto ansioso, vendo-o revirar os olhos.

ㅡ Tudo bem, mas só quando voltarmos de viagem, tudo bem?

Assinto, aceitando ser daquele modo porque é melhor que morrer na curiosidade.

Hyun-suk finaliza a pequena mala e desce comigo. Ainda precisaremos passar no meu apartamento antes de finalmente irmos ao aeroporto, mas minha barriga ronca e ele a ouve, e com isso, Hyun-suk praticamente me arrasta para o andar da casa, me enchendo de comida junto a Jihoo que parece se divertir com o modo em como ele cuida de mim e da minha barriguinha.

ㅡ Vocês vão sair? ㅡ Sunhee aparece ali, vestindo um robe de seda branca com mangas longas e penugens naquele tom nos pulsos, por cima do que talvez seja uma camisola do mesmo tecido, indo até seus tornozelos. Em seus pés há pantufas com penugem também branca e aquilo me faz rir ao olhá-la com Hyun-suk. ㅡ o quê? Uma mulher não pode mais ser feliz com seu estilo perua anos dois mil?

ㅡ Você tá incrível, noona. ㅡ digo, vendo-a sorrir.

ㅡ Obrigado, meu querido Jaejun.

ㅡ Tá parecendo um pavão. ㅡ Hyun-suk diz, rindo em seguida.

Sunhee revira os olhos, sentando-se na mesa conosco.

ㅡ E então, conheceu a tal família do JooRi? ㅡ Hyun-suk indaga, a noona sequer o olha enquanto busca um pãozinho.

ㅡ Não sei do que você está falando.

ㅡ Sunhee... ㅡ ele estreita os olhos, me divertindo.

ㅡ Para onde estão indo?

ㅡ Jeju, noona. ㅡ respondo. ㅡ estou tão ansioso, nunca fui lá.

ㅡ Mesmo? Você irá adorar. É bastante quente nessa época do ano. Não vá nas piscinas lotadas, pode ter coisas naquelas águas que você nem imagina, fiquem em um quarto com piscina particular.

ㅡ Já reservei o quarto. ㅡ Hyun-suk diz, enchendo sua xícara com café puro. ㅡ e sim, ela tem piscina particular. Jaejun poderá se divertir tranquilo.

ㅡ Mas nós vamos ao mar, não é, Hyun?

ㅡ Podemos ir, a depender de como ele está.

ㅡ Vocês deveriam ir para uma ilha particular. Hyun-suk até estava pensando em comprar uma esses dias.

ㅡ Shh, não era pra contar, sua anta. ㅡ ele fala com Sunhee, a fazendo rir.

ㅡ Espera, uma ilha? Tipo, uma ilha?! ㅡ olho para Hyun-suk, vendo-o beber o café enquanto assente. ㅡ mas você só pode estar brincando, Hyun.

ㅡ Claro que não. Não precisaria ser uma grande, algo pequeno e particular para termos um lugar tranquilo para ir. Jeju é bom, mas é uma cidade turística, às vezes não é muito confortável.

ㅡ Vocês são tipo ricos e frescos. ㅡ falo para ambos, vendo Hyun-suk olhar e Sunhee apenas dar de ombros, aceitando aquele fato. ㅡ Não gasta dinheiro com uma ilha, Hyun, a praia com algumas pessoas por lá é normal, assim como piscinas compartilhadas também. Ninguém morre se entrar na água.

ㅡ Mas corre o risco de pegar uma doença, por exemplo. ㅡ ouço Sunhee falar.

ㅡ Sério, vocês são super, hiper, mega frescos. Seus ricos cheios de fru-fru!

Hyun-suk riu e Sunhee novamente concordou.

ㅡ Nós vamos ao mar sim. ㅡ falei olhando nos olhos de Hyun-suk. ㅡ ok?

ㅡ Se é o que quer, tudo bem.

Sorri, o beijando rapidinho na boca.

Após finalmente terminarmos de tomar café da manhã e de nos despedirmos de Sunhee, Hyun-suk aceitou que seu motorista nos levasse já que não dava para simplesmente deixar o carro no aeroporto e me levou para casa, me deixando escolher o que desejaria levar.

ㅡ Hyun, eu não tenho sunga nenhuma aqui. ㅡ falei, preocupado.

ㅡ Tudo bem, podemos comprar uma para você lá.

Assenti, buscando por alguns shorts e camisas mais leves. Seriam apenas dois dias, apenas um fim de semana, mas eu queria poder ficar tão bonito e apresentável quanto Hyun-suk.

Busquei protetor solar e meias para caso a noite ficasse frio. Quando já estava pronto para sair do closet, lembrei de algo que literalmente passou todo o tempo sendo abandonado por mim.

Ri sem jeito quando olhei para a entrada do cômodo e me certifiquei de que Hyun-suk não estava me vendo quando me esgueirei e busquei a caixa no fundo da prateleira.

Minhas bochechas queimavam, me sentia um bobo por ainda me sentir tão tímido com aquilo, mas ri baixo quando abri a caixa e encontrei meu pau rosa de borracha lá, solitário e nunca usado.

Talvez eu devesse levá-lo?

Pensei bastante, talvez Hyun-suk tivesse levando algumas coisas para praticarmos, já que ele sabia que, com certeza, eu iria querer bem mais do que tivemos na boate.

Mas pensando pelo lado da dúvida, coloquei aquilo no fundo da minha mala e caminhei até a ele como se não tivesse nada de mais na minha mala.

ㅡ Pronto? ㅡ Hyun-suk perguntou. Ele se ergueu, usava uma camisa preta de botões, mas não usava calças, e sim uma bermuda de tecido fino e tão alinhada quanto suas calças sociais. Assenti, entregando-lhe minha mala.

Hyun-suk buscou os óculos que usaria e os encaixou na camisa, entregando o par que havia comprado para mim, preocupado com meus olhos.

ㅡ Hyun, minha roupa está boa? ㅡ perguntei, caminhando para fora do apartamento ao lado dele.

Hyun-suk me olhou, assentindo. Usava uma bermuda preta, uma camisa comum e lisa também preta, e uma camisa aberta por cima. E adivinhem a cor? Isso mesmo, preta.

Nos meus pés estavam coturnos que iam até os tornozelos, me recusava a viajar com um mero chinelinho.

ㅡ Está lindo. ㅡ ele sorriu, abrindo a porta para que eu passasse primeiro.

ㅡ E estou cheiroso? ㅡ perguntei sorrindo, chamando o elevador.

Hyun-suk riu baixo, deixou com que adentrássemos no elevador e se aproximou quando as portas se fecharam. A ponta de seu nariz passeou pela pele do meu pescoço, me causando um leve arrepio.

ㅡ Está. ㅡ ditou baixo, me olhando nos olhos antes de me beijar.

O abracei, me sentindo um pouco mais feliz por ouvir aquilo. Era como se eu fosse só um adolescente apaixonado, mas a sensação era, talvez, a melhor do mundo.

Segui para a garagem abraçado a seu braço e o vi entregar as malas para o motorista, antes de abrir a porta traseira e me permitir entrar primeiro.

ㅡ Desejam ouvir algo? ㅡ o motorista perguntou.

Hyun-suk me olhou, mas neguei. Queria ficar de chamego com ele, mas queria apenas ouvir sua respiração e talvez o que ele quisesse falar durante o trajeto.

ㅡ Não, você pode deixar como está. ㅡ Hyun-suk respondeu, entrelaçando os dedos aos meus quando deitei a cabeça em seu ombro.

ㅡ Como o senhor quiser. ㅡ o motorista disse, atento a estrada.

Ele era um homem quieto, de poucas palavras. Nas vezes que Hyun-suk o teve dirigindo o carro e enquanto eu estava ao seu lado, quase nunca o ouvia conversar. Ele sempre ditava apenas o necessário e isso deixava o ambiente, ao menos para mim, um pouco desconfortável.

ㅡ Hyun, esse não é o caminho até o aeroporto. ㅡ sussurrei para ele.

Hyun-suk riu e assentiu.

ㅡ Não estamos indo para o aeroporto, estamos indo até um heliporto mais afastado.

ㅡ Mas... não Íamos viajar de avião?

ㅡ Mais ou menos. Na verdade, vamos viajar de jato. ㅡ ele disse simples.

Meus olhos arregalaram.

ㅡ Jato?

ㅡ Uhum. Estamos indo até um Hangar, o meu fica lá.

ㅡ O s-seu? Você tem um jato?

Hyun-suk franziu o cenho.

ㅡ Nunca te disse sobre isso?

ㅡ Não, Hyun! Não que eu lembre.

ㅡ Ah... mas, então, eu tenho. ㅡ ele sorriu. ㅡ não uso muito, mas ele é um modelo novo.

ㅡ Meu deus... acredita que às vezes eu me esqueço de que você é mesmo rico? Rico, não. Milionário. Hyun, você é milionário! ㅡ cobri a boca, surpreso.

Como eu nunca parei para pensar nisso?!

ㅡ Acho que sou.

ㅡ E como assim você é meu namorado? Pensando agora, não tem a mínima chance de você ter se apaixonado por mim.

ㅡ E porque não?

ㅡ Porque essa não é uma história de romance! Quer dizer, essas coisas só acontecem na ficção, não é? Você é um homem bonito, gostoso, loirão e milionário. E eu sou só...

ㅡ Um cara bonito, gostoso, ruivo e o amor da minha vida.

ㅡ Mas não sou milionário. ㅡ ri. ㅡ eu pensei que as pessoas como você só se relacionavam entre elas. Daria para fazer um livro com a nossa história, sabia?

ㅡ Ah, é? ㅡ ele se aproximou e me beijou devagar. ㅡ e qual seria o título? A bela flor de Park Hyun-suk?

ㅡ Que brega... ㅡ o beijei de volta, atentando-me quando adentramos um lugar completamente novo para mim. Ao longo, já era possível ver os jatos particulares,

ㅡ Chegamos, amor.

Meus olhos brilharam. O carro foi estacionado ao lado de um grande galpão e eu pude ver um jato já à nossa frente.

ㅡ Esse é o seu? ㅡ perguntei a ele.

ㅡ Sim, é o meu brinquedinho.

ㅡ Você é tão doido, Hyun. ㅡ ri, desacreditado. ㅡ ele é lindo.

ㅡ Realmente. Ele é.

ㅡ Você sempre deixa ele aqui?

ㅡ Sim, esse hangar é alugado, então pago vinte mil dólares por mês para cuidarem bem do meu jato e do meu helicóptero também.

ㅡ Vinte mil? Caramba...

ㅡ É o preço até razoável, amor.

ㅡ Você deveria usá-lo mais.

ㅡ Vou me esforçar mais para que possamos usá-lo mais juntos. Quero te levar onde for.

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