Levo Soraia para minha sala e assim que fechamos a porta começamos a nos beijar. Essa mulher me deixa realmente louco. Sei da merda que estou fazendo em não falar nada para Eduardo. Mas também só me envolvi com ela quando eles se separaram. Pelo menos isso serve de consolo para minha mente. Ela sempre foi oferecida, mas enquanto estava casada jamais iria fazer isso com o meu amigo. Só tenho que arrumar um jeito de falar para ele agora, porém ainda não tive coragem. Quando penso sobre isso, bate um arrependimento de repente.
— Para Soraia. Pode parar. — Falo afastando-a.
— Por que Rick? Nós nos damos tão bem no nosso sexo. Não sei por que você nunca me aceitou quando era casada.
— Por esse motivo, não é óbvio? — Falo desapertando o nó da minha gravata e sentando-me já que o meu expediente terminará em poucos minutos.
Soraia vem para cima de mim e se senta no meu colo.
— Se você me contar onde o Eduardo está eu juro que essa noite a linda Soraia aqui, será somente sua. — Ela fala enquanto passa a mão por dentro da minha camisa, causando-me arrepios.
— Pode esquecer. Não quero mais trair a confiança do meu amigo por sua causa.
— Já traiu se relacionando comigo e mantendo o nosso caso durante esses três meses Rick. Para de frescura.
— Isso foi um erro.
— Você está dizendo que sou um erro na sua vida?
— Não. Você não. O fato de me envolver com você e não falar para ele. Ontem, quando ele saiu contigo, uma das primeiras coisas que me disse foi que estava com você.
— Claro! Vocês são cúmplices em tudo.
— Por isso tenho que contar a verdade e me afastar de você.
— Ah, não vai se afastar mesmo. Eu te quero agora e você dará o que eu quero.
Soraia se levanta, tranca a porta da minha sala, tira toda sua roupa ficando pelada e volta para cima de mim. Nós nos beijamos, levanto com ela ainda no meu colo e a coloco em cima da minha mesa, afastando tudo que está ao redor. Ali mesmo, como em outras ocasiões, transamos como dois selvagens. Não sou apaixonado por ela e nem ela por mim, mas esses nossos momentos são mágicos.
***
Ligo para o número de chamada perdida, chama por umas duas vezes e ninguém atende. Desligo na mesma hora. Com certeza deve ser mais uma ação de telemarketing perturbando o meu juízo ou alguma instituição pedindo doações. Olho novamente para o número e reparo num detalhe, DDD 51, claro que foi ela. Ainda não tenho contatos nessa cidade. Ligarei novamente. Ligo, chama mais duas vezes e escuto a sua doce voz.
— Alô.
— Senhorita Bella Alves Castrolini?
— Senhor Eduardo Rizzo Bianchi? — Ela pergunta sorrindo, até por telefone sinto a sua energia.
— Sim. Vejo que sentiu saudades, me ligou.
— Saudades é um sentimento pesado para quem acabo de conhecer. Mas gostei da nossa conversa, digamos que o senhor passou no teste de simpatia.
— Fico lisonjeado em saber que passei. Agora ficaria muito mais feliz se aceitasse sair comigo esta noite.
— Nossa! O senhor realmente é bem direto, senhor Eduardo Rizzo Bianchi. Esta noite, assim, do nada?
— Como assim, do nada? Até uma enorme compra em certa loja de utilidades já fizemos. Dividimos o nosso momento tomando um delicioso suco de laranja e você diz que não temos nada, senhorita Bella Alves Castrolini? Acredito que tenhamos uma amizade pelo menos ou estou equivocado? — Pergunto debochadamente.
— Hahaha. E quais seriam seus planos, senhor Eduardo Rizzo Bianchi?
— Como sou novo na cidade e estou de passagem, deixo você escolher o restaurante, o que acha? — Ela ainda não sabe que já possuo um apartamento na cidade. Mas realmente não conheço muito ao redor. Vim poucas vezes.
— Gostei da ideia.
— Estou no meu apartamento que fica num lugar que é a sua cara.
— Um lugar que é a minha cara? Como assim?
— Praia de Belas.
— Hahaha. Muito engraçado. Contudo já ouço essa piada há muito tempo.
— Poxa, pensei que teria o privilégio de ser o primeiro. — Ela sorri. — E aí, alguma sugestão?
— Você nem perguntou se quero ir.
— A partir do momento em que você perguntou quais seriam meus planos já entendi como um sim, Bella.
— Ok, você venceu senhor Eduardo. Estou na casa da minha mãe, mas podemos nos encontrar às 21h, te passarei a minha localização. Não é tão longe de onde você está.
— Perfeito! Até daqui a pouco.
— Até.
“Boa noite senhor Eduardo Rizzo Bianchi, segue a minha localização.”
•••
“Quatro minutos de carro, já estou chegando, senhorita Bella Alves Castrolini.”
•••
“Eu disse que seria perto”
•••
“Por você consigo atravessar o continente inteiro.”
A sua última frase me balançou de uma forma que não esperava. Mas tenha calma Bella! Não se iluda. É apenas mais um rapaz bonito. Galanteador como outro qualquer. Uma noite e nada mais, não se esqueça. Pego a minha bolsa, desço até a portaria e vejo-o chegar. Ele está ainda mais impecável do que pela manhã. Veste uma caça jeans escura, com um casaco do tipo suéter cinza que realça seus músculos, e que músculos! Se me pegar de jeito, me apaixono. Apaixona-se coisa nenhuma, doida! Meu Deus! Bella Alves Castrolini sossega a sua amiga aí embaixo! Também noto os seus sapatos na cor marrom e por baixo do casaco ele está com uma camisa social clara. Sim, estamos com treze graus no momento. Ele se aproxima com um largo sorriso e pergunta próximo ao meu ouvido.
— Como você está linda, Bella! Faz jus ao nome. Isso tudo é para mim?
Olho para ele e sorrio pensando como é abusado! Mas é um abusado que gosto, confesso.
— Não. Não é para você. Eu me visto para mim. Para eu me sentir bem. — Brinco, ele sorri e me abraça.
— Fico feliz em ouvir uma mulher tão decidida assim.
Desde que terminei o meu namoro, decidi que nenhum homem mandará mais na minha vida. A não ser em alguns momentos peculiares, que amo. Bela! O meu cérebro grita chamando a minha atenção! Por esse motivo, meu cabelo, unhas, roupas, sou eu quem manda. Trabalho para isso. Para bancar tudo o que quero.
— Já que não é para mim, posso pelo menos fingir que seja?
— Pode, por hoje, eu deixei. — Falo enquanto ele me dá um beijo no rosto.
Sinto o seu perfume e fico imaginando mil coisas. Isso não é bom. Bella, Bella, é apenas um jantar. Tudo bem que já dormi com outros caras fora do Rick, mas nunca foi nada sério. Pensando assim, parece que foram vários. Foram três, na verdade. Três com os quais chegaram a transar. Os amassados não podem contar. Não consigo enumerar-los. O primeiro foi assim que Rick e eu terminamos. Nós nos conhecemos em uma festa em que fui com as meninas, ficamos por uma noite e foi ótimo. Conversamos mais, mas descobrimos que não tínhamos nada em comum. Ficou por isso mesmo. O segundo foi quando eu tinha uns 27 anos. Trabalhei com ele, fiquei algumas vezes, mas não rolou namoro. Ele foi chamado para trabalhar na Alemanha e nós terminamos amigavelmente. Terminamos algo que nem havíamos começado, essa é a verdade. E o terceiro, não menos importante, foi o ano passado, o conheci na pós. Ficamos algumas vezes também, mas depois de uns dois meses ele me disse que ia voltar para a primeira namorada. Descobri que até se casaram. E cá estou eu, sozinha novamente, me encontrando com um homem lindo que penso ser apenas uma amizade, mas será que apenas nisso?
— Para onde você quer ir, minha Bella?
— Sua? Não sou de ninguém, senhor Eduardo Rizzo Bianchi. Já estou avisando.
— Sim, você pode até não saber, mas será minha, senhorita Bella Alves Castrolini.
— Não brinque com isso, senhor Eduardo Rizzo Bianchi, o senhor pode se arrepender. — Falo ainda sorrindo.
— Tenho certeza que não. — Ele fala ao mesmo tempo, em que me pega pela cintura e me beija despudoradamente. Aceito, pois estou com vontade de beijá-lo também.
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