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Bella, Uma Nova Chance de Amar romance Capítulo 7

Fico decepcionado comigo mesmo por Bella ter saído assim, do nada. E o pior, fico sem entender porque ela quis me deixar sozinho. Sei que ela não quer compromisso, mas agir assim, não havia necessidade. Será que é castigo por eu ter feito o mesmo com Soraia ontem? Não, nada a ver. Entre mim e Soraia foi apenas uma recaída. Uma escolha errada, mas ainda assim, uma recaída. Olho para a mesa de café posta e um desânimo que há muito tempo não sentia retorna a minha vida. Mas agora é diferente, ele parece estar duas vezes pior.

— Menino, você está fazendo errado. — Escuto a voz da madrinha dela e enxergo ali uma chance para conquistá-la.

— Sente-se aqui Janice, por favor. — Falo indicando uma cadeira ao lado. — O que estou fazendo de errado? A levei para jantar, fui o mais atencioso possível, a convidei para vir aqui, mas se ela não quisesse não teria problema algum, porém, ela aceitou. Cheguei a ter alguma esperança, mesmo que pequena.

— Para começar, não pergunte nada sobre o passado dela. Ela teve apenas um namoro sério dos vinte aos vinte e quatro anos. Ele era muito ciumento, proibia de tudo. Até o corte de cabelo minha menina mudou na época para agradá-lo. Ela tenta se agarrar a ideia que cortou para fazer uma doação, mas sabemos que ela sentiu na época. Como se algo muito valioso fosse tirado de suas mãos, entende? — Balanço a cabeça afirmando que entendo perfeitamente. — Depois disso, ela se dedicou aos estudos, ao trabalho e não quis mais se relacionar seriamente com ninguém.

— Ela está tão machucada assim?

— Muito.

— E o idiota que fez isso com ela?

— Ela diz que ele se arrependeu, pediu perdão a ela e que ela perdoou. Sinceramente, se eu o vir, um belo tapa ele irá ganhar. Mas focando em nossa conversa, ela nunca mais foi a mesma. Ela se fechou em forma de proteção. Simplesmente não acredita mais no amor. Por isso que ela estava indo embora. Não foi para te irritar e nem para te chatear de forma alguma. Vi como ela se entristeceu quando você surgiu e a pegou em flagrante.

— Sim, também notei isso, só não quis admitir, mas ouvindo de outra pessoa, fica mais fácil enxergar. Tão bom ouvir alguém que a conhece. Apaixonei-me por ela desde o primeiro momento em que a vi. Sinto um amor crescendo em meu peito e pela primeira vez na vida não sou totalmente correspondido.

— Imaginei isso. — Ela fala se levantando. — Agora, se me der licença, sua cozinha está uma bagunça, menino. Preciso arrumar.

— Obrigado. Irei trabalhar agora. — Digo levantando-me também.

— Se estiver interessado, ela ama azul e flores, ela ama rosas na cor azul também. Não dê rosas-vermelhas, dê azuis. — Ela fala sorrindo com carinho.

— Diferente.

— Ela é assim. Diferente e especial.

— O que mais ela gosta? — Volto e pergunto, pois vejo ali a fonte para conhecer tudo sobre Bella.

— Ela ama filmes de comédia romântica, tem alergia a camarão e frutos-do-mar, não a leve para lugares com essas comidas específicas. Deixe-me ver. — Ela fala em um tom pensativo. — Ela também enjoa facilmente se estiver em alto mar, então nem pensar. Ela ama restaurantes aconchegantes.

— Levei-a em um ontem e ela gostou.

— Já ganhou pontos, comemore. Deixe-me ver mais o que minha menina gosta. Ah, ande de mãos dadas com ela, da mesma forma que desceram as escadas hoje. Ela gosta também.

— Janice, você é uma enciclopédia sobre a Bella. — Falo beijando seu rosto. — Você me ajuda a conquistar essa mulher?

— Se precisar de mim, estarei aqui. Para ver minha menina feliz faço qualquer coisa.

— Agora, tenho que ir, mas muito obrigado.

— Por nada menino. Pode contar comigo.

Sorrio e saio feliz e imediatamente ligo para Jennifer, pois acabo de ter uma ideia.

— Bom dia, melhor secretária desse mundo.

— Bom dia, chefe. Está tão feliz, já conquistou um amor?

— Estou te passando minha localização. Encontre uma floricultura perto e envie rosas azuis para o endereço que vou te passar também.

— Hum, rosas azuis. Qual o nome da sortuda?

— Bella Alves Castrolini.

— Cartão?

— Anote.

— Sim, chefe, pode falar.

— “Para a mulher mais Bella de todas”. Coloque Bella com letras maiúsculas e com dois “LL” como se escreve, ok?

— Resolvo isso imediatamente, chefinho.

— Obrigado. E ontem, como se saiu com a Soraia? — Pergunto entrando em meu carro e acionando o modo viva voz.

— Fui salva pelo senhor Rick que a levou para a sala dele. Até minha camisa aquela doida segurou chefe, se não fosse pelo senhor que já me ajudou tanto, não ficaria aqui.

— Esquece isso, Jennifer.

— Impossível chefe. O senhor foi um anjo em minha vida quando meu bebê precisou realizar sua cirurgia. Nunca vou me esquecer.

— Fiz o que estava ao meu alcance, mas vamos seguir. E depois, o que aconteceu?

— Depois não sei, porque fui embora. Mas sabe o que penso.

— Sim. Já imagino, mas tanto faz. Vou desligar, pois preciso falar com ele. Qualquer coisa mande mensagem, vou estar na nova empresa como chefe oculto e não posso atender ok?

— Perfeito senhor.

Desligo e dirijo por uns dez minutos. Fico feliz que as pessoas que ajudo sintam-se gratas. O filho dela nasceu com uma insuficiência cardíaca e precisava realizar uma cirurgia de emergência que o plano não cobria. Mas o que o plano não cobre o dinheiro resolve. É incrível que basta você ter dinheiro para convencer qualquer um do que você quer, mas não gosto de pensar por esse lado. Apenas quando é necessário. Senhor Francesco me ensinou a ser diferente e é por esse caminho que quero seguir, mesmo tendo tudo à minha disposição. Opto por esperar chegar ao local pretendido para ligar para Rick. Chegando a um estacionamento sozinho porque hoje dei folga aos seguranças, ligo para ele que atende nervoso.

— Alô, alô, só um minuto.

— Acalme-se, se estiver com ela está tudo bem.

— Como você sabe meu amigo?

— Eu sei e é isso que importa Rick.

— Isso faz três meses, Eduardo. Não quero que pense que aconteceu antes, porque não aconteceu.

— Darei esse crédito porque sei que já me provou ter caráter outras vezes. Já a Soraia sempre faz questão de provar o oposto.

— Posso te garantir. Mas em que posso ajudar?

— Minha irmã está em meu apartamento, ligou chorando ontem, parece que terminou com namorado. Vá até lá e veja se ela precisa de alguma ajuda, por favor. Leve a chave que deixei com você, porque do jeito que é dorminhoca pode estar no terceiro sono, quando você chegar lá. — Penso na minha dorminhoca de plantão.

— Claro. Eu me arrumo e irei imediatamente.

— Quanto a Soraia, fique tranquilo. Agora mais do que nunca estou em outra. Mande mensagem caso haja alguma novidade. Estarei na nova empresa.

— Pode deixar. Obrigado e desculpe se o magoei.

— Não vamos estragar nossa amizade devido à Soraia, ela não vale a pena. Se quiser um conselho, faça igual a mim. Afaste ela de sua vida e não cometa o mesmo erro que cometi anteontem.

— Prometo que irei pensar sobre isso, obrigado.

***

Não fiz como falei com Eduardo. Fui direto para a praia, olhar aquele lindo horizonte e pensar em tudo. Pelo menos, apenas pisando na areia, estou a uma distância segura de enjoos. Após andar alguns minutos, pensando em tudo, sigo para meu apartamento. Começo a refletir no que aconteceu de ontem para hoje. Fico aborrecida comigo mesma por não ter conseguido sair antes de ele acordar. Ele viu cada passo meu. Que droga! Chego, tomo um banho, arrumo-me colocando uma calça jeans, uma camisa branca bem fechada e um tênis confortável, hoje não quero parecer nem um pouco sexy. Pelo contrário, quero ficar meio que largada mesmo, não estou a fim de ouvir piadinhas. Quero somente relaxar minha mente, afinal, minha noite foi bem agitada. Aff, para que pensar nisso, Bella? Não vai se repetir mesmo. Planejo trabalhar o dia inteiro novamente, só assim meu foco sairá desse problema. Tranquilize-se Bella, você não vai mais encontrá-lo. Após sair daquela forma e naquela possível discussão, ele se dará por vencido. É uma pena! Pena? Não, é um alívio. Isso é um alívio. Faço um coque alto e saio com o rosto limpo. Hoje não estou a fim de ficar presa a maquiagem, passo somente um gloss e sigo para loja em meu carro. Em vinte e quatro horas já consegui me divertir, saciar o desejo que senti assim que o vi mesmo não querendo admitir e me aborrecer com ele. Ele acha que pode me tratar dessa forma. Não pode! Chego à loja do meu tio e ele me recebe de braços abertos como sempre. Meu sorriso volta ao vê-lo.

— Bom dia, tio, sua benção.

— Bom dia, minha princesa. Que Deus te abençoe.

— Que carinha de felicidade é essa?

— Pedi Janice em namoro ontem.

— Nossa, que legal! Ela aceitou dessa vez?

— Venha até meu escritório, vou te contar.

Vou com meu tio até seu escritório e ele todo feliz me conta detalhes do dia anterior após eu ter saído da casa de minha mãe e eu imagino toda a cena.

— Diga Henrique, o que você quer falar comigo?

“Para a mulher mais Bella de todas”

Com amor, Eduardo Rizzo Bianchi.

— Te conheço de ouvir falar apenas.

— Eu também, mas ainda não havíamos nos encontrado.

— Ok, mas por que entrou?

— Apertei a campainha, mas como não atendeu fiquei preocupado e resolvi entrar com a chave que ele meu deu para alguma emergência.

— Estava com fone no ouvido e depois segui para o banho, por isso, não ouvi.

— Ok. Se vista. Estou esperando lá embaixo.

— Tudo bem. Feche a porta.

— Claro.

Desço e fico com aquela imagem dessa jovem menina mulher em meus pensamentos. Meu telefone chama e constato que é Soraia.

— Oi, Soraia!

— Você fez a mesma faculdade do seu amigo, foi? Dorme comigo e me deixa sozinha?

— Precisei sair. Não era nem para termos ficado esta noite, não estava em meus planos.

— Ainda queria você. Sobre seus planos não me interessa. Você é meu e acabou!

— Queria, então não quer mais.

— Eu quero! Sairemos hoje à noite!

— Não sei se vou poder. Preciso desligar, estou ocupado. — Falo desligando enquanto meu queixo cai ao ver a irmã de Eduardo descendo a escadas em um lindo vestido verde água de alças, solto acima dos joelhos combinando com seus olhos. Seus cabelos também estão soltos. Ela se aproxima e estende sua mão para me cumprimentar bastante sorridente.

— Oi, moço que me viu pelada. Muito prazer, Giulia Rizzo Bianchi.

— Rick Soares de Alcântara. Desculpe-me mais uma vez. — Falo devolvendo o cumprimento e o sorriso.

***

Após estacionar meu carro em um local um pouco afastado, sigo andando por uns três minutos até a empresa. Quando chego à portaria, me identifico e sou levado por um atendente até a sala do coordenador. Como a contratação para todos é proveniente de uma prestadora de serviços, meu nome e função de analista já estão devidamente preenchidos. Passo por algumas áreas observando a todos e quando chego a um determinado setor vejo todos os funcionários quietos concentrados em seu trabalho. Fico me sofrendo se é uma empresa ou uma prisão. Gosto que meus funcionários sintam-se bem e não trabalhando apenas por obrigação. Um funcionário feliz me traz muito mais lucro do que essa tristeza instaurada aqui. Preciso mudar isso. Sou guiado até a sala do coordenador Renato. Quando entro ouço-o xingando alguém ao telefone.

— Que merda! Só ela resolve isso. Agora tem que esperar. Ela que tem todo o planejamento. — Ele desliga o telefone e volta-se para mim. — Oi, sou o Renato. Qual é o seu nome?

— Eduardo. — Falo meu nome verdadeiro porque uma das condições que exigi era de não revelar o nome do novo comprador.

— Ok Eduardo. Seja bem-vindo. — Faço menção de me sentar e ele me interromper. — Nem sente, saiba que você terá muito trabalho a partir de hoje. Você veio de uma agência, não é?

— Sim.

— Bom você está vendo todos concentrados, não está? Estamos com um grande problema. Uma grande carga de equipamentos foi roubada e precisaremos dela o mais rápido possível, pois em menos de dez dias o novo dono estará na empresa. Acho um verdadeiro absurdo eu ser o coordenador de todo o setor de tecnologia e não fazer ideia de quem seja esse dono. É um desrespeito. Deve ser mais um riquinho de meia tigela. — Minha vontade é de esmurrá-lo nesse momento.

— Será?

— Com certeza, alguém que não liga para nada e pediu ao papai para comprar essa empresa. — Engano seu meu caro. Se eu estou onde sou responsável por isso também, meu pai só deu o chute inicial.

— E como posso ajudar?

— Ligue para todos esses fornecedores e veja se terão equipamentos disponíveis em no máximo dez dias. — Ele fala me entregando uma lista de fornecedores.

— E se não tivesse?

— Alguém terá. Qualquer coisa diga que eu mandei.

Se continuar assim, você verá quem manda aqui. Penso mais uma vez enquanto pego a lista.

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