— A princípio, achei que vocês estavam chapados, para ser sincera. — Sorvi meu vinho depois de ter recuperado a sobriedade, meus olhos fixos neles acima da borda do copo. — Mas, olhando mais de perto, percebo que vocês estão apenas sendo os idiotas de sempre. — Soltei secamente. Examinei os dois de cima a baixo. Eles tinham parado de rir e agora estavam ambos fitando a gente com raiva.
— Que conveniente para uma perdedora chamar os outros de perdedores. Faz você se sentir melhor pensar que não és a única fracassada, não é mesmo? — Os olhos de Sandra teriam me assassinado se o olhar pudesse matar.
— Bem, para sua fácil compreensão, Sandra, nós não somos perdedoras, você é. Você é a maior perdedora que já vi em toda a minha vida. Quero dizer, só uma perdedora voltaria para casa, na sua idade, chorando pelos pais para limparem a porcaria que você fez. Não é verdade, Senhorita Sandra? — Arqueei as sobrancelhas. — Anda, devia agradecer ao seu pai deputado, ele realmente salvou sua pele patética.
Desviei o olhar da visão entediante de Sandra cerrando os dentes e apertando e afrouxando os punhos, direcionando o olhar para Joel. — Estou certa, não estou? — Levantei as sobrancelhas, exigindo uma resposta. — O pai dela salvou a sua pele... — Deixei a frase morrer no ar. — Aliás, Joel, o que é tão engraçado? Também tomou alguma coisa? Além disso, eu até pensei que você estava morto, porque fiquei bem chocada ao perceber que se escondeu atrás da sua vadia e a deixou correr chorando para o papai limpar a confusão que vocês dois fizeram. — Tomei mais um gole de vinho, cruzei as pernas e então encolhi os ombros. — Mas não culpo você, culpo a mim mesma. O que eu esperava de um homem que segurou a namorada enquanto a sua vadia fazia o trabalho sujo, arranhando e batendo…
— Eu não sou uma vadia, sua vaca! — Sandra rosnou, cuspindo as palavras.
Continuei como se não a tivesse ouvido. — Me culpo, porque, de forma meio consciente, esperei demais de um covarde patético. — Mantive o olhar fixo em Joel, cujos olhos transbordavam de raiva. — Agora, covarde, deixa eu dizer pra você um fato: nós retiramos o processo contra a Sandra, não contra você. Então, do que é que você está rindo? A Sandra tem um pai deputado, você tem? Ela correu para o papai dela. Por que não vai você também correr para o seu paizinho?
Ouvi o riso curto de Grace, que tentava contê-lo. O olhar furioso de Joel desviou-se de mim para Grace, mas demorou-se nela e suavizou-se ligeiramente. Não o culpei, Grace estava deslumbrante, como sempre, e já não havia sequer um vestígio dos arranhões que eles lhe causaram.
Joel não era como Mark. Ele não passava de um playboy vulgar. Ao contrário de Mark, que levava o grupo GT muito a sério, Joel andava por aí esbanjando a herança e as ações, comprando e vendendo como se o dinheiro não tivesse valor. Não tinha qualquer ambição ou projeto próprio, apenas conversa fiada e arrogância. Tinha certeza de que gastar dinheiro com advogados era a última coisa que ele queria fazer.
— Você! Me pergunto o que o Mark viu em você! Você é tão desprezível!
Passei os dedos pelo cabelo, fingindo desdém. — Ele viu em mim o que você nunca seria capaz de ver.


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