Não demorou muito para eu começar a me empanturrar de comida. O sabor era divino comparado ao lixo que nos davam no orfanato, e meu estômago guloso roncou ainda mais.
Havia uma refeição completa: frutas, legumes, leite, vinho, bife... Podia-se nomear qualquer coisa. Eles tinham tudo naquela cozinha.
— Quem é você?
Uma das maçãs meio comidas que estava em minha mão caiu, e eu congelei. Virei-me lentamente e me deparei com um garoto de cabelos cacheados em uma cadeira de rodas. Se ele não tivesse a minha idade, seria um ou dois anos mais velho.
Apesar de minha boca estar cheia até a borda, forcei um sorriso e levantei a mão no ar, desajeitada.
— Oi. — Murmurei.
O garoto apenas me encarou, e então seu olhar desceu até a maçã na minha mão. Sem graça, escondi a fruta atrás de mim, fixando os olhos nas rodas da cadeira dele.
— Eu prometo e juro que não estou... — Comecei a falar, mas fui interrompida quando ele moveu a cadeira. No início, meu coração apertou de medo, mas ele apenas passou por mim.
"O que ele está fazendo?" Perguntei a mim mesma, virando-me para observá-lo. Ele abriu a geladeira, pegou uma caixa de leite e então se dirigiu até o balcão no centro da cozinha enorme. Pegou um copo de vidro elegante e o encheu de leite até a borda. Depois, abriu um dos armários e retirou mais um conjunto de refeições prontas.
Enquanto o observava, fiquei impressionada com o quanto ele conseguia fazer, mesmo estando em uma cadeira de rodas.
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