CALIENTE (morro) romance Capítulo 16

- RUSSO -

Lembro perfeitamente de quase estar apagando no sofá quando o menor passou o rádio dando o papo que tinha um carro diferente rodando pela comunidade , de madrugada pô .

Dei logo a ordem pra não deixar sair , e o que o filho da puta fez ? Me inventou de pular encima do carro em movimento achando que era homem aranha .

Se fudeu , e só não morreu porque até pra isso aquele infeliz é ruim , tá lá no hospital todo quebrado mas tá vivo .

Infelizmente.

Escuto o roncar de outro motor se juntando ao da minha moto e tirando o baseado dos meus lábios jogando fora eu olho pro lado vendo o Ben me acompanhar com a sua , Jão tá na garupa portando o fuzil dos dois .

-- Tão fazendo o quê aqui ? - pergunto sério voltando minha atenção na estrada , sempre atento fazendo a ronda.

Sai a um tempo pra fazer , já que depois do que aconteceu eu fiquei pilhado com umas neurose batendo na mente e não queria ninguém por perto mas esses filho da puta parece que me ama , só vive em cima .

Jão - Barriga deu o papo que tú tinha saído sem contenção e como eu e esse safado aqui - ele bate no ombro do Ben - Tava acordado sem fazer nada a gente resolveu vim

-- Cês tava junto ? - franzo meu cenho virando o guidão entrando na viela e eles seguem atrás .

Ben - Tava pô , lá na casa dele - sorrio de lado achando graça e entendendo que eu levei na maldade ele tenta se defender - Não nesse sentido caralho , cê tá doido ? Minha fruta é outra .

-- Eu sei que é ... - falo na maldade e o mongo ainda confirma , só o Jão que entende e rir .

Jão - Tu é um arrombado mesmo né ,  mané ? Leva tudo pro buraco da maldade .

-- Cês que não se liga no que fala e depois quer achar ruim - saio da viela entrando na rua da loja dela , lembrando agora que eu nem mandei mensagem perguntando se ela chegou bem , fiquei tão pilhado com esse caralho que esqueci .

Dá nada , depois eu mando.

Ben - Caralho Jão - ele grita acelerando e passa voado do meu lado indo parar lá na frente .

De longe eu entendo o porque , o carro feio da pretinha tá lá parado próximo a entrada do outro beco .

Só de ver eu chego a sentir o sangue do meu corpo subindo pra minha cabeça numa rapidez fodida que faz ela doer só de imaginar o pior.

Paro minha moto atrás da dele e tentando parecer despreocupado eu observo o Jão abrir a porta do carro que nem travado estava .

Jão - A bolsa dela tá aqui - ele se inclina lá dentro pegando - Os bagulho dela tá tudo dentro , até o celular - seu tom de voz se altera do normal pra um desesperado - Pegaram minha menina , pô 

Ele me olha , começando a respirar ofegante e eu já me ligo que tem algo errado , nunca teve isso.

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