CALIENTE (morro) romance Capítulo 17

- AFRODITE -

Pela segunda vez no dia de hoje eu entro num corredor de hospital , mas diferente da primeira vez que eu não senti nada agora eu sinto.

Sinto um aperto no peito , uma vontade enorme de chorar e principalmente medo de perder a única pessoa que eu sei que é por mim nessa vida .

Russo - Afrodite , filha de uma puta - ele fala bravo comigo quase me alcançando e pegando no meu braço me faz parar - Me fala quem te levou e o que queria contigo

Eu olho pra ele com um turbilhão de sentimentos explodindo dentro de mim e parece que ele não percebe , fica focando no que não interessa .

E eu não tô entendendo legal não.

-- Você já pode ir - aponto pra saida ignorando mais uma vez sua pergunta - quando eu tiver notícias do meu pai eu te aviso

Russo - Tá me mandando embora ? - ele arqueia a sobrancelha falando rouco fazendo meu corpo reagir a ele mas eu tento focar no que interessa que é tirar ele de perto de mim , já que nesse momento ele tá tomando toda atenção que deveria está no meu pai - Só porque eu te perguntei como caralho tú foi parar no morro do cara que queria que eu te entregasse como se tú fosse um objeto ?

-- Estou , você não tá me dando outra alternativa - tento me soltar mas ele mantém o aperto me impedindo .

Russo respira fundo trincando o maxilar e olhando por cima de mim acena pra alguém com a cabeça , quando penso em virar pra olhar quem é sinto o puxão.

Ele me arrasta pra uma sala próxima e fechando a porta me prensa nela .

Russo - Responde ... Agora - ele encaixa sua mão no meu maxilar e sem apertar ergue minha cabeça pra que eu possa olhar nos seus olhos que agora queimam de um jeito diferente do que eu tô acostumada a ver .

-- Não me olha assim , por favor - peço baixo , apoiando minhas mãos no peitoral firme e no mesmo instante sua respiração muda quando nossos corpos começam a reagir ao toque um do outro como tem acontecido sempre que a gente se toca .

Algo inexplicável .

Eu engulo em seco , sentindo o calor da sua respiração acelerada se mesclar com a minha e tentando evitar que a gente acabe fazendo besteira eu respondo :

-- Zeca apareceu quando eu tava entrando no meu carro pra ir pra casa ... - começo , sussurrando .

Russo - Te machucou ? - sinto a raiva mas também preocupação no tom de voz e nego com a cabeça - Fez o que ? - ele sobe o polegar pro meu rosto deslizando por minha bochecha enquanto me olha com atenção.

-- Pediu que eu falasse com o Gam pra que ele reagisse e podesse ser acordado do coma induzido - falo a verdade me lembrando , Zeca ficou bem mal quando nada aconteceu mas eu não podia fazer mais nada, e acho que mesmo que pudesse não faria.

Sou muito rancorosa e só aceitei ter um monólogo com ele porque senti dó do Zeca que parecia desesperado.

Russo confirma ainda me olhando com atenção como se estivesse buscando algum sinal de mentira na minha expressão e quando não acha se afasta indo sentar na ponta da mesa do dono da sala cruzando os braços , curiosa eu olho pra plaquinha com o nome da médica escrito e depois de ver que é a irmã do Benício eu respiro até mais aliviada voltando meu olhar pra ele que está olhando pro meu braço levemente roxo do aperto que o Wid me deu negando com a cabeça .

Russo - Vem cá , deixa eu vê isso aí - eu nego , voltando a sentir tudo que eu tava antes dele confundir meus sentimentos .

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: CALIENTE (morro)