CALIENTE (morro) romance Capítulo 43

Pouco tempo depois que o doutor Douglas , o médico moreno , tirou o Gam do meu quarto eu fui levada pra outra sala pra fazer um exame de imagem , meu corpo todo doia , a febre estava tão alta que eu já estava variando , tendo altas alucinações .

Acho até que ainda estou , pois nesse momento enquanto sou levada de volta pro meu quarto eu vejo meu homem parado na porta olhando pra parede a sua frente .

Os braços cruzados na frente do peitoral musculoso deixando o tecido da camiseta de gola preta justo , marcando perfeitamente suas veias enquanto ele acena concordando com algo que o senhor ao seu lado fala .

Minha boca começa a salivar ao ver a marra estampada no seu rosto , a presença imponente me faz arrepiar todinha .

Se controla Afrodite Reis , isso é só uma miragem .

Isso é só uma miragem.

Repito mentalmente com meu corpo aquecido .

Isso é só...

Ele olha pro lado , na minha direção fincando a intensidade acizentada nos meus olhos , a dúvida atravessa a minha mente.

-- Eu tô variando ou a muralha de musculos ali é real ? - pergunto baixo ao doutor loiro , Pietro é o nome dele .

Pietro - Ele é real - fala baixo também - É seu pai ? - franzo o cenho numa careta - Não ?

Russo - Sou o marido dela - a voz rouca e marcante responde por mim.

Meu corpo todo vibra e meu subconsciente grita alto .

ME COME , GOSTOSO !

A aura de perigo que sai dele enquanto o loiro caminha lentamente até mim é inenarrável, nunca senti ela antes .

-- Puta merda ! - sorrio toda boba , acho que a febre tá deixando ele mais gostoso do que já é .

E olha que isso é quase impossível .

Russo - Oi minha pretinha - ele para ao lado da maca , seus olhos preocupados percorrem cada centímetro do meu corpo antes de voltarem pros meus - Tá bem ? E nossos filhos ? - confirmo erguindo a mão pra tocar no seu rosto .

Ainda não acredito que ele está aqui .

-- Como você passou pelos policiais? - lembro desse detalhe.

Russo - Só tinha 2 quando eu cheguei, 100 mil deixou eles cego , surdo e mudo - ele sorrir colocando sua mão encima da minha , a sombrancelha grossa formando um arco na testa franzida ao sentir minha pele quente - Porque ela tá pegando fogo ? - se vira pro Pietro.

Pietro - Aquele ... - vejo no seu rosto que ele ia xingar mas diante do olhar do senhor que se aproxima ele engole as palavras reformulando a frase - Deliquente fez ela forçar a parte fraturada e o corpo reagiu ... - ele explica na linguagem médica.

Não presto atenção pois meu olhar vai pra pessoa que sai do quarto em que eu estava , um certo moreno com cara de tralha e sorriso contagiante.

-- Nick ? - chamo em dúvida, mordo meu lábio quando os olhos castanhos se encontram com os meus e um sorriso genuíno se forma nos lábios finos , a vontade de levantar e abraçar ele é tanta que eu tento , mas um par de mãos mantém meu corpo no lugar .

Pietro - Sem movimentos bruscos, deusa do amor - arregalo meus olhos , ele veio com esse papo quando falei meu nome e agora repetiu .

Na frente do Russo. Corajoso é ele.

Russo - Como que é ? - um sorriso irônico se forma lábios roxinhos .

Lembra a tal aura ? Ela volta com tudo e eu só entendo o que aconteceu quando o Pietro levanta do chão com a mão no nariz que escorre sangue .

Certeza que quebrou porque até torto pro lado ele está.

Russo - Deusa do amor o caralho , se liga filho da puta . Cheio das intimidade pra cima de mulher de bandido, tá achando que é quem ? - meu pai e o Ben chegam rápido , segurando ele , impedindo dele partir pra cima do médico.

Fico sem reação. Ele tá com ciumes ? De mim ?

Pisco quando ele se solta e aponta pro quarto.

Russo - Vou levar ela nessa porra aqui mermo - não entendo nada , levar quem ? - Tem uma igual lá dentro , fica com ela .

- Está bem - o senhor fala , o desepero presente em tudo que ele faz - Como falei antes , você não precisa pagar por nada , fica por conta da casa por tudo que infelizmente a menina passou nos nossos domínios.

Russo passa a mão na barba num gesto ansioso , nervoso , uma  mistura dos dois .

Russo - Não gosto de ficar devendo pra ninguém - ele aperta a lateral da maca - Amanhã mermo eu mando um dos meus vim trazer teu dinheiro. - dito isso ele puxa a proteção lateral e sai puxando a maca pelo corredor pintado de branco com detalhes luxuosos que só agora eu notei .

Boris não olha pra mim , mas eu presto atenção em cada detalhe seu , não tenho mais o que fazer mesmo .

As veias do seu pescoço pulsão sem parar , ele parece está muito puto , será que é comigo ?

Jão - Qual foi Russo , vai devagar ai ! - meu pai pede vindo atrás da gente , os outros seguindo ao longe - O pião tá puto ! Veja aí - ele rir.

Ele sempre rir .

Russo - Vão de escada , desce essa porra pensando no erro de vocês seus fodidos - ele diz entrando comigo no elevador, ouço todos eles reclamarem , correrem pra tentar alcançar a gente mas o Russo é mais rápido em apertar o botão e logo as portas de metal se fecham .

O caminho até o térreo e do térreo pra ambulância ele faz calado, e eu ? Falando mais que tudo , em busca da sua atenção .

-- Tudo bem , Russo - tento pela última vez enquanto a gente espera os outros que ainda devem está descendo as escadas .

Coitados , são 7 andares .

-- Você não quer conversar comigo, eu vou arrumar alguém que queira - pisco inocente , me fazendo de doida quando sua cabeça se volta na minha direção rapidamente.

Russo - Alguém , quem ? - seu tom soa puto e eu sorrio achando graça, estou culpando a febre por agir assim - Tá falando merda já.

-- Estou - confirmo - Você não me dá atenção , parece até que não gosta mais de mim - fungo , meus olhos e nariz começando a arderem .

Culpa da gravidez , nada do que eu fizer ou falar de agora em diante é culpa minha .

Russo - Eu tô puto pretinha - sua mão toca a minha levando pros seus lábios e logo eu sinto seus beijos - Não é contigo , e quando eu tô assim o melhor é eu ficar na minha pra não descontar em quem não merece .

-- Você pode conversar comigo , se quiser . Desabafar também ajuda a gente a ficar mais calmo .

Ele sorrir de  lado , negando.

Russo - Eu não quero ficar calmo meu amor - olho pros seus lábios se movendo lentamente, sua língua deslizando por eles deixando um rastro molhado antes da minha mão ser erguida novamente e um beijo ser depositado na minha pele - Quero mermo é ficar putão - subo meu ohar pro seu notando eles mais escuros que o normal.

-- Cadê eles ? - não preciso dizer os nomes , a careta que se forma no seu rosto denuncia que  ele sabe de quem eu tô perguntando .

Russo - No morro esperando pelo meu tratamento especial - ele engole a saliva - Mandei eles pra lá assim que eu cheguei .

Faço um bico , minha voz some e eu não falo mais nada .

Não é que eu esteja com dó, mas pelo seu olhar eu vejo que a morte dos dois vai ser lenta e pensar no Gam morrendo pelas mãos dele me dá um troço ruim .

De verdade.

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