CALIENTE (morro) romance Capítulo 45

Gam - Ele veio pra matar o Wid ... - sussurrou , eu mal tive tempo de entender sua frase que o som estridente de um tiro ecoou pela sala abafada .

Caxixe caiu no chão , agonizando , sangrando pelo buraco recém feito na lateral da sua testa antes de parar de olhos abertos , morto.

Ben - Ficou maluco , filho da puta ? - ele grita , o som de algo caindo acompanhando sua voz - Porra , o muleque tinha família !

Caminho pra fora da sala , parando na porta ao ver os dois rolando no chão do corredor , soco pra tudo que é lado .

Não sei quem tá batendo em quem.

-- Parou com a patifaria aqui caralho - afasto o Ben e o Taz pela gola das suas camisetas - Porque tú matou o cara , porra ? Eu deixei ?

Taz - Ele ia te matar , chefe . Tava com a arma escondida atrás do corpo - olho pro lado , na direção do defunto.

A arma presa no coldre brilha com a pouca luz e eu volto meu olhar pro dele vendo o desespero ao ser pego mentindo .

-- Porra , Taz ! - solto o Ben dando um soco na cara dele que cai no chão gemendo de dor - Não levanta , caralho , não levanta !

Deixo ele com o Ben pra ir até minha sala pegar o colete e a M4 voltando pro corredor , jogando um pro Ben que tá com o pé encima do Taz mantendo ele com a cara no chão .

Barriga - Qual foi chefe , alarme falso aqui . O olheiro acendeu o bagulho sem querer . Dizendo ele.

Sua voz sai pelo rádio me fazendo puxar ele da cinta já apertando o botão.

Puto das idéias é o que eu tô.

-- Como que acende essa desgraça sem querer ? Três vezes ainda . Não existe essa não , Barriga . Esse fodido tá é de gracinha e vai receber o dele por isso . Trás pra mim . Agora .

Barriga - Marca dez . Tô subindo com o Noia .

Aperto o rádio entre os dedos , levantando a mão até minha boca passando o dorço pra limpar o suor .

Aliviado por um lado e puto pelo outro.

Pô , tô rodiado de traíra e vacilão , a um bocado de dia sem ter paz pra minha mente .

Quero só saber quando ela vai chegar pra mim .

-- Amarra esse fodido junto com os outros dois lá dentro , Ben. Quem vai cobrar dele vai ser o Jão .

Taz - O cara ia te matar , porra !

-- Cala a boca , desgraça ! - grito dando um chute na sua barriga - Essa semana mermo o muleque me deu o papo que queria sair do movimento porque não queria morrer antes do filho nascer , porra . E tú matou o cara - engulo a saliva , tô tão puto que tô salivando em excesso , parecendo um cachorro com raiva - Agora me diz , porquê ? E não me fala que ele ia me matar , porque nem tirar a arma do coldre ele tinha tirado .

Taz engole a saliva com dificuldade levando as mãos até onde eu bati , se encolhendo em posição fetal .

Taz - Eu não sei , tá legal . Vai fazer o que comigo ? - geme , movo a cabeça pro lado , olhando o balde cheio de água do lado da porta com algumas pedras de gelo dentro .

Respiro fundo , pensando , não sei qual era a intenção dele , mas me defender ? Com certeza não era . Isso tá estampado no seu olhar .

-- Isso quem vai decidir é teu tio - passo a bandoleira do fuzil pelo pescoço jogando ele pras costas , me abaixo pegando nos seus cabelos erguindo sua cabeça e voltando com força contra o chão sujo , batendo umas quatro vezes antes de soltar deixando ele desacordado - Todo teu , Ben .

Ben - Mais um pra coleção ... - seu tom soa divertido enquanto ele arrasta o outro pelos pés.

-- Jão ? Cola aqui , pô, tô precisando de tú - chamo na frequência dele que chia por alguns segundos antes de ser sintonizado.

Jão - Qual foi ? Ouvi os fogos mas nenhum tiro , o que deu ?

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