- AFRODITE -
Brenda - Você tem que se acalmar , Di , pelo bem dos bebês - olho pra ela , a imagem turva por causa das lágrimas nos meus olhos.
Juro , tô odiando o fato de eu estar parecendo uma torneira aberta , a verdadeira Cataratas do Iguaçú de tanto que tenho chorado .
-- Eu estou tentando - fungo sentindo um pouco de cólica no pé da barriga , comecei assim que o Russo saiu daqui sem falar nem um tchau .
Ignorando minha presença e pedido .
Pode parecer loucura , mas eu sinto que os meus bebês estão agitados e isso tem me feito chorar desde então.
Estou com medo de perder eles .
Ben - Vim assim que vi a mensagem - ele entra pela porta se aproximando rápido de mim - Tá sentindo o quê , fala pra mim ?
Meu lábio treme , mandei mensagem pros três e ele foi o único que veio .
-- Cólica - minha voz sai no meio de um soluço doloroso , não sei o que dói mais , a cólica ou saber que não foi o Russo quem chegou primeiro.
Ben - Já tomou remédio ? - para do meu lado me olhando preculpado , sinto seus dedos deslizarem pelo meu rosto secando minhas lágrimas - Tomou ?
-- Desde que começou - ergo a mão mostrando a intravenosa conectada no meu dorço .
Ben - Ai é foda - ele rir nervoso passando a mão nos cabelos úmidos que me fazem crer que ele acabou de tomar banho - Agora é só esperar então.
- Doutora Brenda ? - uma mulher morena toda cavalona aparece na porta chamando nossa atenção - Estão lhe chamando na recepção.
Brenda - Ok , avisa que eu já vou Ione , por favor - a morena faz um joinha e sai , voltando seu olhar pro meu , Brenda morde o próprio lábio - Vocês vão ficar bem ? - pergunta em dúvida.
- Vamos - respondemos juntos .
Brenda - Juízo , pelo amor de Deus - ela ergue a mão passando na minha barriga - Vai ficar tudo bem , amiga . Você só precisa se acalmar.
Ben - E ela vai , eu vou fazer isso - responde por mim , Brenda faz uma careta pra ele e depois se vai deixando só nós dois no quarto .
O clima fica estranho , depois do episódio na cozinha do meu pai a gente nunca mais tinha conversado e nem ficado sozinhos no mesmo cômodo. Eu sinto que a amizade é a mesma mas existe uma tensão a mais , um medo daquilo ter abalado ela.
-- Nic - eu subo a mão pegando na sua , tentando ignorar minha dor - A gente está bem ? A nossa amizade ?
Ele raspa a garganta , trocando o peso do corpo de perna , parecendo incomodado.
Ben - Estamos - desvia o olhar pra minha barriga - Posso tocar ? - confirmo e ele se afasta indo pegar a cadeira colocando ela bem grudada ao lado da maca antes de sentar - Eu nunca toquei na barriga de uma grávida.
-- Que mentira Nic - sorrio sentindo a pressão da sua mão sobre o tecido que cobre meu abdômen, a paz que eu sinto com seu toque é inexplicável , chego a sentir meus músculos tensos relaxarem e a dor diminuir , o carinho que emana do seu toque tem esse efeito - Esqueceu da época que você era comedor de casada ? Você ficava com a mulher do Taz , ela com o barrigão grávida do Rauan e mesmo assim você não perdoou - lembro.
Ben - Shhh , alguém pode escutar - pede , mas ele mesmo volta no assunto minutos depois - Quem perdoa é Deus , Di , ali eu botava com força ó . Acho até que minha rola batia na cabeça do menor , não é atoa que ele tem aquele cabeção achatado - eu gargalho sem querer - Culpa minha , pô. Era cada socadão violento naquela safada.
Russo - Socadão violento em quem ? - ouço a voz e tensiono junto com o Ben levando meu olhar pra porta .
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