CALIENTE (morro) romance Capítulo 51

- RUSSO -

-- Tú não sabe bater na porta não ? - pergunto pro Jão que caminha do meu lado pra fora do hospital , reclamando mais que a porra.

Jão - Quem é que ia adivinhar que vocês estavam fodendo , porra , num hospital ?

Afrodite aperta minha mão e eu olho pra ela , as bochechas pegando fogo de tão vermelhas me fazem sorrir.

-- Tá com vergonha ? - provoco puxando ela pra mim , passando meu braço no seu pescoço sem desgrudar nossos dedos - Eim , minha puta - falo no seu ouvido.

Afrodite - Russo... Por favor - ela ergue a outra mão tirando um cachinho solto do seu rosto prendendo atrás da orelha - Para de rir de mim .

Sorrio beijando a lateral da sua testa sentindo seus dedos apertarem os meus e volto meu olhar pro pai dela .

-- Quem te vê reclamando assim , nem imagina que tú vivia fodendo no banheiro com a Brenda sempre que vinha ficar com a Afrodite . Foi o que , quantas vezes eu peguei vocês? Umas 4 ?

Pronto , o homem calou .

Começou a tossir do nada .

Afrodite - O senhor o quê ? - ela arregala os olhos parando de andar pra olhar pra ele que ficou pra trás - Desde quando ?

-- Tú não sabia deles ? - ela nega - Faz tempo , pô.

Afrodite - E quando é que o senhor ia me falar ?

Jão - Hoje , ia falar hoje antes do baile . Mas o teu namorado é um bocudo do caralho - franzo meu cenho .

Gostei desse lance de namorado não, tô velho demais pra ser chamado assim.

-- Marido - ele me olha com cara de doido sem entender - Eu sou o marido dela , não o namorado.

Jão - Não mete essa não, marido tú só vai ser quando levar ela pro altar. Quero nem saber . E tem outra , Afrodite só vai sair da minha casa depois que tú fizer o pedido e ficar noivo dela .

Deslizo a língua pelos meus dentes olhando dele pra ela , esse filho da puta conseguiu mudar o curso da conversa .

Arrombado.

Afrodite - Eu não quero - ela faz um bico - Não quero que você me peça em casamento e se você pedir eu não vou aceitar .

- E porque não ? - eu e o Jão perguntamos juntos .

Ela solta minha mão e se afasta calada , o olhar ficando vazio quando ela desvia do meu e sai andando na minha frente.

Fico parado sem entender até que minha mente dá um estalo .

-- Tocou na ferida dela , seu fodido - falo pra ele e sem demora saio indo atrás .

Jão - O que foi que eu fiz ? - ele anda do meu lado - Só falei a mesma coisa que eu falei pro... ahh - parece entender - Porra , e eu lá sabia que ela tem medo de tú chifrar ela se ficar noivo ? Bagulho nada haver .

Bufo , podia dar um socão na cara dele , podia , mas resolvo ignorar sua existência e ir atrás da minha mulher .

Deixo a mala dela no meu carro e depois vou até onde o Gege deu o papo que ela astava , na lanchonete da rua de cima .

Comendo em uma mesa afastada de todas as outras.

De longe parece que ela só está comendo , mas quando eu chego perto noto que ela também chora .

Na moral , eu nunca soube o que fazer nem o que falar pras pessoas que choram na minha frente .

Sou a pior pessoa no mundo nessas horas.

Respiro fundo , tudo por ela , puxo a cadeira de plástico pro seu lado fazendo ela erguir o olhar pro meu quando eu sento .

-- E aí - estalo a língua no céu da boca batendo as mãos nos meus bolsos atrás de um baseado e assim que acho , acendo dando o primeiro trago - Senta aqui , vamo conversar - peço batendo na minha coxa vendo a fumaça da minha boca ir toda pra ela que levanta da cadeira vindo pro meu colo , sentando de lado.

O tempo todo calada , concentrada em chorar e na coxinha quase no fim que está na sua mão .

Não tô acostumado com ela assim e agora eu vejo que embora me irrite eu amo o fato dela falar mais que rádio de velho .

Afrodite - Quer um pedaço ? - ela não me dar chance de negar pois praticamente enfia o bagulho na minha boca , mordo a parte fazendo uma careta ao ver ela rir em meio ao choro.

Tá com recheio de pimenta de tanto molho que ela colocou .

Minha boca arde .

-- Isso não vai fazer mal pros nossos filhos não , Afrodite ? - engulo sentindo tudo queimar - O Maria ! - chamo a dona daqui , a mulher me olha sorrindo de trás do balcão mas quando nota Afrodite no meu colo seu sorriso some - Trás uma garrafinha de água pra cá , faz favor.

Afrodite - Mais uma coxinha também , por favor ! - ela completa parando de chorar , enfiando o restante da sua na boca .

Ergo minha mão secando sua bochecha inchada por causa da massa na sua boca e ela me olha .

-- Tá melhor ? - ela confirma engolindo , olho pros lábios vermelhinhos e me aproximo dando um selinho nela podendo sentir o gosto e a ardência do molho ali.

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