Resumo de Capítulo 83 - Ele a perdeu – Uma virada em CALIENTE (morro) de Emah_Post
Capítulo 83 - Ele a perdeu mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de CALIENTE (morro), escrito por Emah_Post. Com traços marcantes da literatura Erótico, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
- AFRODITE -
- Vamos nos dividir em dois carros ... - ouço a conversa atrás de mim mas continuo olhando pra porta pela qual eles passaram .
Não sei descrever o que eu estou sentindo agora , é uma mistura de medo , desespero... Tudo de ruim multiplicado por dez.
Eu costumava sentir isso sempre que tinha invasão e meu pai estava lá , na linha de frente , mas agora é diferente . O medo é mais intenso, não é só o meu pai que está lá fora , agora quem também está é o dos meus filhos , o homem pelo qual eu sou complementamente apaixonada e que só de imaginar algo acontecendo a ele me dói na alma .
Helena - Você está bem , minha menina ? - me assusto com seu toque que me tira dos pensamentos - Desculpe , não queria te assustar.
-- Tudo bem - coloco minha mão trêmula encima da sua no meu ombro - Eu estou tentando ficar.
Brenda - Eu não vou com vocês . Tá? - ela chega falando - Estão precisando de mim no hospital e a Marisa vai me levar até lá .
Respiro fundo .
Ben , Bóris , meu pai e agora ela vai me deixar .
-- Eu não quero ir sozinha - sussuro , depois de ver o Bóris apontando uma arma pro seu Pedro eu não tenho mais certeza de que confio nele .
Helena - Eu vou com vocês , filha - ela beija minha mão que está encima da sua - Não vou te deixar sozinha com esse velho maldito que eu pensei conhecer - ela fala com raiva , alto o suficiente pro outro escutar.
Pedro - Vamos ? - engulo a saliva quando ele pega na minha mão e leva um tapão da tia Helena - Lena isso não é brincadeira.
Helena - E me usar pra chegar na Afrodite e no Russo era ? - me encolho entre eles quando ela grita .
Pedro - Eu não usei ninguém. Muito menos você , Lena. Realmente te amo e se você não acredita nisso eu não posso fazer nada . Não agora . Não tenho tempo , aliás , nenhum de nós tem - ele fala sério, parecendo ser sincero quanto ao seus sentimentos - Vamos ? Os reforços chegaram e a nossa contenção também .
Mesmo a contragosto eu aceno em concordância e nós saimos rápido de casa , podendo ouvir ao longe as rajadas de tiros que não param por um segundo .
Nos dividimos em três pra cada carro.
Eu , tia Helena e seu Pedro no dele.
Brenda , o esquisito e a Marisa no dela .
Me acomodo no banco do carro sentindo ele se locomover com pressa pelas ruas do Vidigal e seguro a barra do colete do Bóris que está em mim , rezando baixinho pra Deus proteger ele , meu pai e meus amigos nesse confronto.
De repente , me assusto quando o carro freia bruscamente , meu corpo escorrega pra frente e é segurado pelo cinto que se aperta sobre a minha barriga .
Gemo de dor , levando em torno de cinco segundos pra entender que foi a tia Helena quem puxou o freio de mão propositalmente.
Pedro - Ficou maluca mulher ? Quer matar a gente ? - ele grita com ela e me olha pelo espelho interno - Se machucou jovem Afrodite?
Balanço a cabeça , sentindo uma dorzinha no pé da barriga que eu tento aliviar ao soltar o cinto e massagear a área dolorida .
Helena - Volta , volta agora ! - ela tenta abrir a porta mas todas estão trancadas - Eu preciso ...
Pedro - Viu o que você fez ? Machucou a garota - ele respira fundo - Porque isso agora , Lena ?
Helena - Me desculpe minha menina. Não queria te fazer mal , mas a tia Helena não pode te acompanhar . Ela precisa salvar o menino dela .
Ela usa de um segundo que eu e o seu Pedro nos olhamos confusos pela sua fala e aperta o botão , destravando as portas e sai do carro .
Os próximos segundos passam lentamente diante dos meus olhos .
Ela passando correndo ao lado da minha janela ...
O Ben saindo as pressas do beco mais atrás com o fuzil na frente do corpo ...
Ela correndo até ele mesmo que o moreno fizesse gesto pra ela voltar pro carro ...
A luz de um laser brilhando no peito do meu amigo e ela o abraçando um segundo antes do som ensurdecedor de um tiro ser ouvido por nós...
Prendo a respiração , meu mundo desabando lentamente encima de mim ao ver os dois cairem juntos no chão .
-- Não . Não . Não ! - grito desesperada sentindo meu peito doer diante da cena .
Tento sair do carro pra correr até eles , me recusando a acreditar no que vejo mas o seu Pedro me impede travando as portas novamente .
Ele fala algo sobre estamos no meio do confronto , mas eu não o escuto direito . Minha dor me deixa parcialmente surda e eu só consigo olhar na direção das duas pessoas que desde que eu me entendo por gente faziam parte da minha vida .
Os homens da nossa contenção disparam na direção de onde veio o tiro e correm pra eles , mexendo nos dois e balançando a cabeça em negativa ao constatar o óbvio.
Não , não quero acreditar que ambos estão mortos , não posso acreditar.
Grito de dor , raiva de mim mesma.
-- Isso tudo é culpa minha - choro deitando no assento em posição fetal , sentindo meus bebês agitados .
Eles estão sentindo a minha dor , tenho certeza .
Pedro - Droga ! - ouço ele socar o volante - Que merda , Lena . Sua teimosa do caralho ! - ele grita .
Fecho meus olhos chorando, meu coração doendo sem medidas .
Isso tem que ser um pesadelo, não pode ser real .
-- Que mulher ? Eu não sei quem é a sua mulher - falo rápido , desesperada com essa situação.
Eu não quero morrer , não quero que meus filhos morram comigo , não quero deixar o Bóris, não quero que ele sinta a dor de perder mais alguém que ele ama . Não quero.
Meus olhos chorosos e ouvidos atentos não param por um segundo , eu vejo os policiais recuando , os homens do Bóris com o rádio na mão - provavelmente avisando a ele que a burra da sua mulher foi pega - , ouço os tiros não tão longe agora e vários gritos de dor que saem da boca daqueles que foram alvejados.
Estremesso e me recuso a olhar pros que estão no chão. Um está pior que o outro.
- Não se faça de idiota garota ! - ele grita me arrastando rua acima - Minha mulher , aquela que só queria conversar com a filha ingrata dela , com você sua vagabunda !
E aí que eu entendo , ele está falando da Tabita .
Essa operação toda é só pra resgatá-la , foi o que o seu Pedro disse .
A verdade .
Meu amigo e minha tia foram mortos por causa dessa maldita , eu a odeio , com todas as minhas forças eu a odeio .
Respiro fundo , sentindo a dor das minhas costas passar pra minha barriga , gemo de dor e me encolho soltando um grito gutural .
Eu não sei o que é , mas meus bebês estão muito agitados , se mexem sem parar .
Dói , dói muito.
-- Por favor - respiro com dificuldade levando minhas mãos pro seu braço no meu pescoço, tentando aliviar o aperto - Me ajuda - peço no alto do desespero e o ouço rir , mas eu não me importo e continuo pedindo - Meus bebês - gemo de dor novamente ao sentir minha calcinha molhar e um líquido quente descer por minhas pernas - Por favor , me deixa ir . Eu não quero perder meus bebês.
Continuo pedindo , tem que haver um pingo de humanidade nele .
- Me leva até a minha mulher que eu te solto - diz entredentes - Ela também está grávida e vocês não pensaram quando pegaram ela e a trouxeram pra cá - nego rapidamente , isso não pode ser verdade - Não o que , sua vagabunda ?
Reúno um pouco de força pra falar :
-- Tabita não está grávida - falo com dificuldade e o vejo vacilar, bingo , já sei o que o afeta - Ela não tem útero. Ela tirou porque só a idéia de engravidar e estragar o corpo dela a fazia passar mal - falo a verdade.
- Você está mentindo - grita me balançando com raiva fazendo meu corpo doer mais ainda - Eu vi o exame , vi a ultrasson do nosso filho ... - ele continua falando, visivelmente abalado pela informação recém descoberta.
Russo - Você quer a sua mulher ? - meu coração quase colapsa quando ouço a voz rouca gritar de dentro do beco e segundos depois ele sair de lá puxando um corda que está amarrada aos braços da Tabita que vem sendo arrastada por ele como um animal - Aqui está ela - ele caminha até a gente.
É automático , eu solto um grito de felicidade e volto a chorar de novo , aliviada por ele ter chegado quando eu mais preciso dele .
Porque é ele , aquele que sempre vai voltar pra mim e por mim .
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