Casada com a Fera romance Capítulo 22

Colocar tudo aquilo pra fora foi ótimo, não só por ele ser a primeira pessoa, fora da casa onde cresci, que ficava sabendo das tristezas que enfrentei, mas também porque era uma parte de mim que Patrick se interessou em saber, ele me perguntou sobre minha vida e ficou me ouvindo até o fim.

Nem preciso dizer que aquele beijo nos levou a mais uma rodada de sexo quente, ele parecia uma máquina e apesar de eu estar dolorida eu o queria na mesma intensidade.

Cada toque dele me deixava queimando de desejo, me fazendo querer mais dele. Por isso quase não saímos da cama pelo resto do dia, já era fim de tarde quando eu me levantei da cama, tomando todo o cuidado para não acordá-lo.

Patrick dormia profundamente apesar da hora e da máscara incomoda que ele insistia em não tirar do rosto. Eu me perguntava quando ele ia começar a se abrir comigo e finalmente me deixar ver seu rosto por completo sem aquela coisa atrapalhando.

Comecei a preparar um almoço rápido, depois de uma olhada na geladeira e nos armários eu decidi fazer massa e um bife, não sabia qual era o gosto dele, mas já tinha o visto comer os dois.

Eu me sacudia mexendo a panela com o molho e com o balanço da música que vinha da televisão que tinha ali na cozinha, o lugar exalava dinheiro em cada cômodo. Rosa me ensinou a cozinhar, mas eu nunca realmente tive essa liberdade de fazer o que quisesse, mas ali eu finalmente estava começando a me sentir em casa, começando a ficar a vontade.

— Não sabia que você tinha esse gingado todo. — a voz grossa e inconfundível me alcançou me fazendo dar um pulo.

— Não sabia que tinha acordado, nem te ouvi chegando. — murmurei tirando um tempo para olhar o corpo dele.

Era maldade que ele estivesse exibindo o belo peitoral abdômen e braços, usando só aquela bermuda. Eu ainda estava me acostumando com a beleza dele e o que me fazia sentir sempre que eu o via assim.

— Eu queria ver o que você estava aprontando, o cheiro está incrível. — ele falou dando a volta no balcão da cozinha e chegando até onde eu estava. — Acordei e minha esposa não estava na cama. — Patrick sussurrou perto da minha pele, me arrepiando dos pés a cabeça. — Eu queria ter te acordado.

As mãos dele deslizaram pela lateral do meu corpo, até pararem sobre meu quadril. Ele estava tentando me seduzir mais uma vez, porém dessa vez eu não podia ceder.

— Você vai ter outras chances de me acordar o quanto quiser, agora porque não se senta ali e me deixa terminar nosso almoço? — falei tentando ser firme e o empurrei com a bunda para longe.

— Se continuar fazendo isso não vamos almoçar tão cedo. — ele sussurrou contra minha orelha, antes de mordiscar o lóbulo e sair. — Vou parar de te distrair e fazer umas ligações rápidas.

Patrick saiu e eu fiquei olhando as costas dele e pensando que a mãe dele tinha estado certa, ficarmos isolados ali realmente nos ajudaria, já me abri com ele, Patrick estava sendo um sonho de homem, cuidadoso, interessado e cheio de desejo. Eu só esperava que as coisas não voltassem a ser um inferno quando retornassemos pra casa.

Terminei de fazer o molho, fiz uma salada e coloquei a mesa, mesmo que fossemos só nós dois eu queria tudo perfeito.

Fiquei esperando por Patrick, mas não tinha nem sinal dele então antes que tudo esfriasse eu me levantei e fui procurar por ele.

Entrei no escritório que tinha no andar de baixo, mas ele não estava ali, subi até o nosso quarto, era o único lugar plausível que ele poderia estar.

O barulho vindo do chuveiro me atraiu imediatamente pra lá, a porta estava entre aberta e eu não hesitei em terminar de abri-la e olhar pra aquele corpo nu mais uma vez. Mas o que eu vi me parou no mesmo instante.

Uma voz de mulher saía no viva voz do celular dele.

— Ok, se você não gostou eu posso mudar isso. Vou só tomar um banho pra despertar, assim que mudar para o que você quer eu mando uma foto pra sua aprovação querido.

— Obrigada, e desculpe te acordar tão cedo, mas eu realmente precisava disso Suzie.

— Sem problemas, sabe que estou a sua disposição. — a mulher respondeu com a voz suave e doce, antes de desligar a ligação.

Eu corri para fora do banheiro antes que ele me visse ali espiando. Enquanto descia as escadas meu coração ficava mais apertado, a cada degrau parecia que um pedacinho desabava enquanto as barreiras em volta do meu coração cresciam novamente.

Fui muito burra em achar que Patrick seria fiel a mim, só porque estávamos nos entendendo aquilo não significava que ele ia encara isso como um casamento de verdade, ele tinha dito mais de uma vez que eu estava ali apenas para lhe dar um filho.

Me sentei na mesa já me servindo e comecei a comer, eu não ia esperar por ele, enquanto o infeliz ficava conversando com alguma vadia no telefone.

— Ele que fique lá esperando a foto dela! — resmunguei comigo mesma e enfiei uma garfada de massa na boca.

— Falando sozinha esposa? — a voz dele soou atrás de mim me assustando, nem tinha escutado os passos dele. — E nem esperou por mim, estava faminta, não é?

O sorrisinho dele me deixou ainda com mais raiva, quem ele pensava que era pra agir assim e ficar me chamando de esposa, quando não honrava isso.

Semicerrei os olhos o encarando enquanto ele se servia com o ar de inocência.

— Cuidado pra não engasgar com o veneno. — ele parou o garfo a meio caminho da boca e me encarou perplexo.

Os olhos de Patrick rapidamente de viraram para a travessa a sua frente e para o molho, ele parecia estar calculando onde eu poderia te colocado veneno.

— Do que está falando? — a voz baixa e sombria retumbou pela sala me chocando com a mudança repentina.

Ele se levantou pegando a travessa na mão com desconfiança. Mas eu não ia envenena-lo, eu estava falando do veneno que escorria dele, com toda aquela falsidade.

— Oh pergunte a si mesmo querido marido. O que você fez segundos atrás no banheiro falando com aquela mulher?

Assisti os músculos dos braços dele estremeceram na camisa, o peito de Patrick subia e descia furiosamente, enquanto a boca permanecia apertada em uma linha fina.

Então a realidade me atingiu ele realmente achou que eu iria envenená-lo, assim como a primeira esposa ele achava que eu seria capaz de matá-lo. Eu não estranhava isso, era difícil mesmo voltar a confiar nas pessoas, imagine ele que quase morreu e ainda perdeu um filho.

— Por Deus, Sophie! — ele suspirou se sentando e colocando a travessa de volta no lugar.

Ele não tinha direito de se sentir aliviado só por eu não estar tentando matá-lo, eu não ia tolerar traições!

— Por Deus o que? Quer que eu fique feliz, já que me deu um pouco de atenção e carinho? Acha mesmo que vou me contentar com isso? — bati o garfo no prato e me levantei bruscamente, querendo me sentir mais alta do que ele naquele momento, ergui a mão bem perto do rosto dele e apontei o dedo. — Você não tem o direito de me trair Patrick! Não tem dinheiro no mundo que me faça aturar isso, eu deixo você no mesmo segundo que sairmos dessa ilha...

Ele agarrou meu pulso e me puxou, antes que eu me desse conta já estava sentada no seu colo.

— Não sabia que eu tinha ganhado uma esposa tão ciumenta assim. — a proximidade repentina quase me fez perder o ar, pra melhorar ele começou a enrolar meus cabelos em sua mão. — Suzie, é uma amiga — crispei meus olhos pronta pra esganar o desgraçado. — Mas também é advogada da família. - ele puxou meu cabelo com brutalidade me arrancando um arquejo, não sei se pela surpresa ou por saber quem era a mulher. — Estava mandando ela reformular nosso contrato de casamento, acho que as outras cláusulas não se aplicam mais a nós.

Ele deslizou a língua sobre minha pele exposta do pescoço e eu quase esqueci do que estávamos falando.

— Que cláusulas? — perguntei quase sem fôlego.

— Você não leu o contrato? — ele questionou erguendo a cabeça e parecendo perplexo. — Mas é claro que não, aquele desgraçado do seu tio. Já estou dando um jeito nele.

Então de repente toda a sensualidade do momento foi embora e eu o empurrei para olhar melhor seu rosto, ou parte dele ao menos.

— Como assim dando um jeito nele? O que você está fazendo Patrick? — a última coisa que eu queria era mexer naquele vespeiro, eu só queria paz e sossego agora que estava longe deles.

— Estou investigando sobre sua herança, a empresa de seus pais. — ele deslizou a mão por meu rosto, acariciando minha bochecha. — Tudo o que pertencia a você vai chegar nas suas mãos do jeito que seus pais deixaram!

Um sorriso pequeno brotou em meus lábios, eu tinha contado as coisas pra ele essa manhã e ele já estava dando uma de super espião investigando tudo.

Então eu o abracei, envolvi meus braços em volta do seu pescoço e descansei meu rosto em seu ombro.

Ninguém nunca tinha cuidado de mim, ao menos não daquela forma e aquilo me deixava ainda mais perto dele, meu coração parecia que ia saltar pela boca enquanto meus membros pareciam estar se derretendo por ele.

— Obrigada por cuidar de mim. — murmurei sorrindo quando meu beijo em seu pescoço o causou arrepios. Mas eu me afastei lembrando do que nos levou ali. — Mas isso não significa que eu tolete traições, acho bom deixarmos isso claro aqui, não importa se você me queira só para ter seus filhos, vai ter que ser fiel a mim do mesmo jeito que sou a você! Pode mandar a Suzie colocar isso no contrato.

Patrick gargalhou jogando a cabeça para trás e me apertando ainda mais em seu colo.

— Você é um achado mesmo. — ele agarrou meu rosto plantando um beijo rápido em meus lábios. — Agora vamos comer antes que eu te jogue nessa mesa e te faça de meu almoço!

Céus, como o homem podia mexer comigo só com algumas palavras? Tentei me levantar, mas as mãos dele me impediram de ir a qualquer lugar.

— Não vai me deixar sair?

— Não mesmo, você vai comer sentadinha aqui. — ele falou esticando o braço e puxando meu prato para perto do seu. — E se quiser terminar esse almoço pare de balançar essa bunda.

Deus ele queria me enlouquecer, só podia ser isso!

Mas eu torcia agora para que meu coração não fosse despedaçado por ele, pois eu estava começando a me apaixonar com Patrick!

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