Casada com a Fera romance Capítulo 33

Depois que eu saí deixando Sophie naquela casa eu fui direto conversar com quem vinha me aconselhando a mudar. Eu tinha visto de perto que ela estava apaixonada por mim e mais do que isso, Sophie estava querendo mais de mim, queria que eu me abrisse com ela, que deixasse ela entrar.

Logo eu, a pessoa que acreditava já anos que o amor não existia, que meu coração tinha sido destroçado e que nada daquilo foi real. Mas ali estava ela me mostrando que era diferente, que eu ainda tinha a porra de um coração e que ele estava batendo por ela.

Percebi da pior forma isso, quando vi ela confortável com ele eu quis aquilo, mas vê-la pulando da mesa e deixando ele lá só para conversar comigo mexeu comigo, pois mesmo depois de tudo o que eu fiz Sophie estava disposta a me perdoar. E quando ela tentou tirar minha máscara ficou claro o que eu precisava fazer para tê-la de volta de vez.

Foi por isso que disse que ia dar o que ela queria, eu ia dar um jeito de me abrir com ela, já que eu não conseguia ficar nem um mísero dia sem ela precisava traze-la de volta pra mim.

Fiquei diante de Cris, meu pai e minha mãe, disposto a ouvir todos os conselhos que vinha me negando dar ouvidos. Coisas como: conte a ela da Emily, diga porque ficou assim, conte de tudo o que sofreu, tire a máscara e deixe de ser um grosso estúpido... Foi o que eles me disseram, mas quando todos foram embora e minha mãe se aproximou de mim tivemos uma conversa mais profunda.

Afinal meu problema não era em fazer essas coisas, mas passar por cima de todo o ódio e raiva que destruíram meu coração, o mais difícil era quebrar as barreiras que eu criei para tentar proteger o resto que sobrava de mim.

— Sophie te ama filho, e mesmo que ela seja uma menina perdida nesse mundo, ela quer muito fazer esse casamento dar certo.

— Eu sei mãe, só demorei pra ver isso ou não quis acreditar. — ela acariciou meus cabelos e deu um sorriso largo. — Você e o papai vão ficar radiantes com isso, não é mesmo? Já estou até me preparando para ouvir todas as piadinhas de todos vocês nessa casa.

— Temos que comemorar, sem querer acabamos juntando o casal perfeito! — ergui meu olhar encarando a mulher que me deu a luz. — Sophie é perfeita pra você, porque te fez correr atrás dela e você é perfeito pra ela porque vai fazer de tudo para dar o mundo aquela menina!

E ela não estava errada, eu queria fazer Sophie sorrir a qualquer custo. Por isso me mantive longe aquela semana, mesmo morrendo de vontade de ir atrás dela. Me contentei com as mensagens que Jason mandava e o que Alejandro me contava.

Sim, Alejandro! Quando Sophie parou de sair da casa eu precisei de um aliado lá dentro par saber o que estava acontecendo com ela.

Não foi fácil procurar ele, mas não demoramos a nos entender já que ele chegou dizendo com todas as letras que sabia que eu a amava e que ela correspondia. Ao menos isso ele foi claro em me dizer e concordou em me ajudar, foi o único motivo para eu não dar um soco na cara dele por ter dado em cima da minha mulher. Mas nós dois queríamos a mesma coisa e isso nos uniu por hora.

Porém a cada dia que passava as notícias só se repetiam: Sophie estava triste, não estava saindo de casa, comia cada vez menos e ficava mais tempo sozinha.

Eu tinha prometido que ia esperar o tempo que ela quisesse e não queria passar por cima disso. Então pedi que ele fizesse algo que animasse ela, qualquer coisa que ajudasse ela sair daquela tristeza.

Mas a mensagem que Jason mandou fez meu sangue ferver no mesmo instante. A faixada da boate de stripper e as palavras dizendo que ele tinha levado Sophie até ali me fizeram ver vermelho. Aquele babaca estava passando dos limites, mesmo sabendo que Sophie me amava ainda não tinha desistido de conquistar minha garota.

Liguei para o infeliz me controlando para não ir até lá e o arrancar pelo pescoço. Quando não tive nenhuma resposta joguei tudo para o ar.

— Tem certeza que vai fazer isso? E se ela não gostar? — meu pai questionou enquanto eu entrava no carro pronto para ir atrás deles.

— E eu vou ficar aqui de braços cruzados deixando um safado se esfregar pelado na minha mulher?

— Ele está mais do que certo! — minha mãe exclamou me encorajando. — Está cuidando do que é dele!

Entrei no carro pensando mil e uma maneiras de arrancar a pele do infeliz por ter ousado se esfregar nela. Aquele canalha me olhou nos olhos e disse que ia me ajudar a reconquistá-la e é assim que ele faz isso? Dançando pelado em cima dela?

Mas antes que eu conseguisse decidir a forma mais rápida de matá-lo o nome dele preencheu minha tela: prostituto!

— Seu desgraçado safado! Vou acabar com você por isso...

— Ah claro, seu homem já bateu com a língua nos dentes! — ele falou com puro desdém. — Sophie está no hospital, então acho que você tem outra prioridade que não seja me matar.

Meu coração se afundou no peito com o pânico dela estar machucada ou coisa pior e ainda longe de mim.

— Que hospital? Me mande a localização agora! — ele não demorou a enviar tudo o que eu precisava. — O que você fez com ela seu cretino? Eu juro...

— Eu não tenho medo de você, só venha pra cá o mais rápido que puder.

Desliguei a chamada sem esperar por mais nenhuma palavra dele e ordenei que John pisasse fundo, eu precisava chegar lá de pressa.

Na minha mente mil cenários se criaram e nenhum deles era bom, todos eles começavam com Sophie machuca e acabavam com ela longe de mim. Aquela sensação de estar impotente, de não poder fazer nada me dominou e eu odiei cada segundo disso. Até que eu entrei no hospital e corri para a recepção buscando por ela.

— Sophie Carter! — exclamei assustando a mulher com meu tom desesperado. — Preciso saber onde ela está.

— Se acalme senhor. Você é o que dela? — meu sangue ferveu ainda mais com as palavras dela. Eu tinha uma mulher para cuida e um homem para matar.

— Eu sou o marido dela! — rosnei com a voz assustadoramente baixa. — Agora me diga onde minha esposa está antes que eu de um jeito de fechar esse hospital!

— Senhor ameaças não funcionam aqui...

Deixei a mulher falando sozinha e atravessei o hospital gritando por ela. Alguma maldita alma naquele lugar devia saber onde minha mulher estava, nem que fosse o desgraçado que a levou até ali.

— Sophie! Sophie! — eu gritei pelos corredores e não demorou para que o alvoroço estivesse formado. Seguranças atrás de mim, pessoas assustadas, funcionários e médicos tentando me parar. — Eu só quero saber onde está a minha mulher!

— Você não sabe entrar nos lugares de forma discreta, não é? — eu ouvi a voz do babaca e logo ele surgiu entre as pessoas. — Sophie está sendo atendida, ela ouviu os seus gritos e quer te ver.

Empurrei as pessoas tirando a todos do meu caminho, não me importando se chamariam a polícia, se me processariam ou qualquer merda, eu só precisava ter meus olhos nela.

Alejandro parou na porta da sala e eu não esperei, entrei de uma vez vendo que Sophie estava sentada em uma cadeira tomando soro.

— Como você me achou aqui? — ela perguntou com um sorriso nos lábios e os olhos brilhando.

— Eu te acho em qualquer lugar querida. — me ajoelhei na frente dela passando meus olhos por seu corpo, procurando qualquer coisa que me desse a resposta do que tinha acontecido com ela. — O que aconteceu com você? Alejandro fez alguma coisa? Você se machucou?

— Eu estou bem. — ela levou a mão ao meu rosto me fazendo encarar seu rosto enquanto falava. — Eu só tive um desmaio, mas estou bem.

— Desmaio e está bem, Sophie? Por Deus, não diga besteira! Não estaria tomando soro se estivesse bem. — olhei em volta procurando alguém que pudesse responder minhas perguntas, mas só havia outros pacientes tomando medicações assim como ela. — Onde está o médico?

— Estamos esperando, fiz um exame de sangue e tenho que esperar até ser atendida novamente...

Eu ia dar um jeito nisso agora mesmo. Tirei o cateter que levava soro até sua veia, enquanto todos me olhavam com dúvidas. Então me curvei e a peguei no colo, pronto para tirá-la daquele lugar.

— O que você está fazendo cassete? — Alejandro me questionou quando passamos por ele.

— Sophie não vai ficar esperando nada. — encarei os olhos surpresos dela bem de perto, querendo apenas beijá-la e garantir que tudo ficaria bem. — Você tem dinheiro suficiente pra comprar seu próprio hospital.

John já estava aposto e quando me viu atravessando a rua com ela foi rápido em abrir a porta nos dando passagem.

— Eu só tenho dívidas...

— Tudo o que é meu é seu, então acredite quando digo que você é podre de rica! — dei as coordenadas para John e enfiei meus dedos nos cabelos dela e apertei seu corpo ainda mais contra o meu. — Senti sua falta.

Minha palavras pareceram acendê-la como uma árvore de natal e ela encarou meus olhos parecendo incrédula.

— E porque não veio antes? Porque não veio atrás de mim?

— Eu te prometi que iria esperar e era o que estava tentando fazer. Mesmo que fosse difícil como um inferno! — Sophie se aconchegou mais contra mim e eu podia até dizer que ela estava mais magra e pálida, com olheiras fundas e escuras marcando seus olhos.

— Mas eu não te queria longe, eu só estava confusa e achei que longe de você conseguiria pensar melhor. — ela uniu nossas testas mostrando que não se importava nenhum pouco com a máscara. — Só que eu não consegui.

— Mulheres confusas! — apertei a nuca dela a mantendo presa contra mim, eu sabia que ela queria entrar no assunto de querer que eu me abrisse, mas eu não ia forçar agora, no momento eu queria descobrir o que dela tinha.

— Chegamos senhor. — John avisou quando parou no estacionamento do melhor hospital da cidade.

Desci do carro e entrei no hospital com ela no meu colo, por mais que estivéssemos chamando a atenção de todos com a imagem da moça linda nos braços de um homem estranho e mascarado, eu só queria tê-la um pouco mais.

Não demorou nada para sermos atendidos e o exame de sangue de Sophie foi rápido, ela explicou para o médico que havia desmaiado, mas que acreditava ser devido a falta de alimentação e sono.

Ela contou sobre o cansaço que andava tendo e fome, aquilo só me preocupou ainda mais, não me lembro dela dizendo que sentiu isso algum dia da vida. Eu fiquei ali ao lado dela acariciando seu rosto, vendo ela confortável e descansada ao meu lado.

— Nós temos que nos resolver. — Sophie murmurou encostando a cabeça contra minha mão enquanto eu fazia cafuné.

— Eu sei e nós vamos, assim que descobrirmos o que você tem. — beijei o topo da cabeça dela, aproveitando que não estava olhando para aqueles olhos lindos e confessei. — Mas eu não abro mão de você mais, estou disposto a qualquer coisa.

Sophie levantou a cabeça com tanta pressa que quase levei uma cabeçada na boca. Mas a expressão no seu rosto valeu a pena, ela parecia uma criança ganhando presentes de natal, a boca levemente aberta, os olhos grandes brilhando com um pouco de lágrimas.

Eu só queria beijá-la, tomar aqueles lábios macios na minha boca e esquecer que tudo isso aconteceu.

— Então vamos lá! — a doutora entrou falando e nos obrigando a nós separar. — Seus exames estão bem ruins, você está com um começo de anemia, está com muitas vitaminas baixas e tantas coisas que vamos ter que melhorar pra você ter esse bebê saudável.

— Bebê? — perguntamos em unissom e eu encarei Sophie deitada ali na cama, frágil, delicada e com tanta coisa acontecendo, mas meus olhos desceram até sua barriga e eu senti meu coração disparar quase como se eu fosse morrer.

— Oh vocês não sabiam. Então vamos voltar essas informações, parabéns mamãe e papai! — a médica exclamou com entusiasmo enquanto ainda tentávamos assimilar as palavras. — Pelo que eu vejo aqui Sophie está entre a segunda ou terceira semana de gestação, vamos fazer exames mais detalhados, fazer um ultrassom e ver como está tudo aí dentro mamãe, não se preocupem...

A médica continuou falando e eu só conseguia encarar minha mulher, os olhos dela iam e vinha entre eu e a médica, como se quisesse prestar a atenção em tudo o que ela dizia e conversar algo comigo.

Eu ia ser pai de novo, Sophie estava grávida! Eu nem conseguia acreditar, meu dia tinha acabado de ter uma mudança enorme. Sai de casa pensando que Sophie estaria machucada e agora descubro que eu vou ser pai!

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