Casada com a Fera romance Capítulo 35

O caminho todo eu mantive seu corpo junto ao meu, não conseguia tirar minhas mãos dela e saber que ela estava carregando meus filhos me deixava ainda mais possessivo, como se eu fosse a porra de um animal tentando proteger sua companheira.

E eu não me importava se iriam me chamar de maluco, de grosseiro ou qualquer outra coisa, não ia sair do lado de Sophie nunca mais.

Quando chegamos em casa foi a maior festa, Holly, John, mamãe e papai comemorando, até mesmo Cris ligou dizendo que já sabia das notícias. Foi uma tremenda bagunça, todos nós almoçamos juntos e eu queria ter colocado Sophie no meu colo, como fazíamos na ilha, mas todos me mandaram parar de sufocá-la e só por isso a deixe ficar na cadeira ao meu lado.

Mas quando Sophie me deu um olhar sugestivo, apontando para cima eu soube que ela queria. Ela já não estava prestando atenção na conversa de todos na mesa, ela queria que eu bancasse o ogro e a tirasse dali com qualquer desculpa e a arrastasse para cima.

— Venha querida, vamos deixar eles procurarem o que fazer, você precisa descansar. — resmunguei me levantando e a pegando no colo.

A safada sorriu contra o meu pescoço ouvindo todos me xingarem enquanto saíamos da sala de jantar.

— Você não podia ser mais delicado, não é? — o sorriso dela e os olhos brilhantes mexem comigo terrivelmente.

— E você adora quando sou grosso. —constatei o óbvio desviando os olhos para os lábios carnudos e assisti o momento que a língua dela deslizou para fora, me seduzindo mesmo que não fosse sua intenção. — Deus, como preciso ter você!

Entramos no meu quarto e eu coloquei Sophie na cama, me dando conta de que era a primeira vez dela ali dentro, em nenhum outro momento ela tinha entrado em meu quarto.

— Precisamos conversar antes, não quero mais nenhum segredo entre nós. — ela me lembrou antes que eu tomasse seus lábios nos meus. Suspirei me afastando sabendo que ela tinha razão. — Por onde quer começar?

Saber que ela estava me deixando liderar a conversa me mostrava que ela não queria forçar a barra, Sophie queria me deixar a vontade para me abrir quando sentisse bem.

— Aquela garota da foto. — murmurei vendo ela fechar a cara com raiva. — Eu fui atrás de outra mulher porque queria tirar você da cabeça, porque me neguei a dar razão a atração que estava sentindo por você e a toda confusão de sentimentos. Por isso que quando percebi que não ia embora eu finalmente me rendi e a levei para ilha. — segurei a mão dela, precisando ter algum contato físico enquanto contava todas aquelas coisas. — Não queria admitir que você era uma boa pessoa, que não era a mulher fria e interesseira que imaginei, custei a entender que você foi usada, mas quando li o relatório de John e sua história finalmente as peças se encaixaram eu vi que vinha te tratando errado desde o começo.

Sophie me encarava com a boca aberta e os olhos concentrados em mim. Não sei se ela está surpresa por eu ter contado tudo tão facilmente, ou se por não ter se quer imaginado isso.

— Eu... Nem sei o que dizer. Imaginei que me via como uma interesseira, mas todo o resto é... mais do que eu esperava.

— Sei que eu não deveria ter te julgado desse jeito, mas logo vamos chegar lá e você vai entender meus motivos. Mas agora eu quero falar de outra coisa, Alejandro. — os olhos de Sophie se arregalaram em choque, mas ela não fugiu do assunto.

— Ele estava fazendo um stripper pra mim quando desmaiei e fui para o hospital. — ela foi rápida em confessar e a mera lembrança da mensagem de Jason mostrando o lugar fez meu sangue ferver.

— Nem me lembre disso, aquele merdinha conversou comigo e disse que sabia que nos amávamos e ia me ajudar a te trazer de volta pra casa. Por isso quando eu pedi que ele fizesse algo para te alegrar não esperei que ele fosse inventar de tirar a roupa pra você como um tarado...

— Vocês conversaram? Como assim? Quando e porque nenhum do dois disse nada? — ela colocou para fora todas as perguntas me lembrando que tínhamos mais coisas para conversar com quem imaginei.

— Eu fui até lá quando Jason me disse que você não estava mais saindo de casa, então conversei com ele já que precisava de alguém de dentro me dando notícias suas. — Sophie piscou várias vezes como se tentasse processar a informação que havia acabado de ouvir. — O que? Achou que eu ia te deixar ir sem ter nenhuma garantia de que estava bem?

— Patrick! Você não sabe se controlar? Eu só me dei conta de que podia ser um homem seu hoje, ele estava sempre por perto.

— Você me pediu para te dar um tempo para pensar, não disse que eu não podia colocar alguém atrás de você. — murmurei plantando um beijo na palma da mão dela para esconder meu sorriso cínico. — Cris deu um jeito de rackear o celular de Alejandro e as câmeras da oficina, eu precisava manter meus olhos em você ou enlouqueceria.

Segurei o queixo dela a puxando mais para perto e plantando um beijo nos lábios dela, eu sentia a necessidade de beijá-la crescendo dentro de mim a cada segundo e tinha certeza que se começássemos agora eu não ia parar nem tão cedo. Levei minhas mãos a cintura dela a puxando contra mim, mas Sophie apoiou as mãos em meus ombros me afastando.

— Então você sabe do nosso beijo? — senti minha testa se vincar em ódio e confusão, eu queria ter entendido errado as palavras dela, porque se fosse o que eu estava pensando pessoas iam morrer. — Se tem as imagens das câmeras da oficina sabe que eu e Alejandro nos beijamos.

Me afastei dela no mesmo segundo me levantando da cama e começando a andar no quarto de um lado para o outro.

— Não, não é possível! Aquele babaca estava testando minha paciência, ou não tem mesmo medo de morrer!

— Patrick...

— Ele olhou na minha cara e disse que viu o quanto eu te amo e decidiu respeitar isso! — rosnei querendo arrancar meus cabelos. — E enquanto isso estava te beijando, aquele safado desgraçado!

— Patrick...

— Eu vou chutar aquela bunda porto riquenha dele até que aprenda a manter as mãos e a boca imunda longe de você!

— Patrick Carter! — Sophie gritou me assustando e me fazendo por um fim nos meus devaneios. — Você disse que me ama? — ela parecia chocada com a minha confissão e eu nem tinha me dado conta que confessei daquele jeito.

Não sei qual era a surpresa já que eu andava atrás dela como um maluco possessivo, marcando território e tentando afastar a todos.

— Demorei pra me dar conta disso, não foi? — me sentei novamente na frente dela, mas fazendo uma nota mental de matar Alejandro.

— Eu também te amo! — ela afirmou jogando os braços em volta do meu pescoço e me puxando para um beijo. — Tem mais alguma coisa pra me confessar ou posso arrancar sua roupa agora?

Precisava falar sobre a investigação de assassinato dos pais dela, mas não queria Sophie preocupada e sofrendo, especialmente depois de saber do estado de saúde dela e dos nossos bebês. Eu queria agora fazê-la feliz, o que me lembrou de outra coisa que ela queria.

Me afastei um pouco dela, para lhe dar uma melhor visão do que ela estava prestes a ver. Respirei fundo engolindo toda a minha insegurança, encarei aqueles olhos castanhos buscando nela a certeza de que eu precisava.

— Você pediu para me ver. — levei minhas mãos a máscara pronto para mostrar a ela a fera deformada que eu realmente era.

Sophie arfou surpresa quando viu o que eu estava prestes a fazer e eu não me surpreenderia se ela saísse correndo dali depois de ver meu rosto, mas eu ia fazer isso de uma vez por todas, precisávamos superar essas barreiras e deixar essas problemas para trás.

Puxei a máscara aos pouco revelando meu rosto e os olhos dela se arregalaram levemente enquanto esquadrinhavam cada centímetro das cicatrizes.

Quando fui arremessado pelo parabrisa do carro os cacos de vidros rasgaram minha pele e logo fui jogado no asfalto com brutalidade, meu rosto bateu e meu corpo foi arrastado por alguns centímetros e os cacos entraram ainda mais fundo. O tempo que fiquei lá foi crucial, assim como quando fui resgatado a prioridade deles não era arrumar meu rosto, mas sim salvar minha vida. O tecido em volta dos ferimentos acabou morrendo, os médicos evitaram fazer cirurgias porque eu tive várias paradas cardíacas enquanto estava, e então veio o coma.

Quando acordei e finalmente pude escolher passei por vários processos de cirurgia, foi preciso vários enxertos de pele para melhorar a aparência daquilo e nem mesmo os melhores cirurgiões plásticos do mundo conseguiram arrumar meu rosto, ainda parecia que eu tinha sido rasgado por um animal selvagem.

— Você pode correr agora se quiser. — a avisei diante de seu silêncio, ser inspecionado assim já era esperado, mas mesmo assim me incomodava como o inferno não saber o que ela estava pensando.

Mas ao invés de fazer o óbvio Sophie subiu no meu colo, me montando e envolvendo meu rosto com ambas as mãos.

— Eu não vou a lugar nenhum amor. — ela beijou minha bochecha e eu tentei me afastar, mas ela me manteve ali enquanto beijava cada marca em meu rosto. Uma lágrima escorreu por meu rosto e eu sentia que meu coração ia explodir no peito, porque aquela era a última coisa que eu esperava que Sophie fosse fazer. — Você é lindo como eu imaginei que seria!

— Você é maluca. — murmurei rouco com o bolo que tinha se formado em minha garganta.

— E você ama a maluca aqui. — ela traçou uma linha de beijos pegando todas as cicatrizes até os lábios pairarem sobre minha orelha. — Faz amor comigo, Patrick!

E ela não precisou pedir mais uma vez, porque eu já a estava jogando na cama e tomando seus lábios. Sophie poderia me pedir para ir ao inferno e voltar que eu iria sorrindo e foda-se se esse era o tamanho do seu poder sobre mim, eu estava feliz e não queria que aquilo acabasse.

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