Casada por acidente com o CEO romance Capítulo 136

Edineide Santos da Rosa

Fico aqui pensando com a mão na minha barriga... como pode aquela babá ter feito o que fez e não levou uma surra? Será que eu sou única louca que fica com essas coisas na cabeça?

— Amor? Amore? — me assusto quando o Ulisses me chama.

— Hum? O quê? Falou comigo? — ele sorri e me abraça por trás, colocando as duas mãos na minha barriga, esticando o queixo no meu ombro.

— Calma! É que você parecia tão longe nos pensamentos que fiquei curioso. Está chateada com alguém?

— Eu não me conformo, sabe? Eu fico o tempo todo pensando... porque ninguém me deixou ir atrás daquela vaca da babá... eu queria ter quebrado a cara dela, não consigo engolir.

— Edineide, olha pra mim! — me virou de frente. — Você precisa desacelerar, na sua barriga também tem um bebê! Agora, você quer que eu e os demais, apoiamos você “grávida”, arrumar um jeitinho de entrar numa penitenciária para bater numa detenta e sabe se lá, mais o quê?

— Eu já conversei com o bebê, ele disse que me apoia! Ele aguenta! — Ulisses sorriu e depois me abraçou.

— Ai, Edineide... O que eu faço com você? Fico só pensando no que vai acontecer quando alguém fizer algo para o nosso bebê...

— Ah, meu filho... essa pessoa não fica viva pra contar histórias! — exclamei.

Era final de festa, o casamento já estava no fim, e mesmo com todos indo embora, eu não tinha pressa, estava incomodada.

Eu sabia que o Ulisses tinha razão, fazia sentido o que ele falava, mas eu ainda estava irritada com aquela babá.

— Amor, eu vou buscar uma bebida. Você quer alguma coisa? — Ulisses perguntou.

— Não, obrigada!

Encostei na mureta novamente e fiquei ali pensando, quando aquela risada gostosa da dona Olga me chamou a atenção.

— Eu sei o que está pensando!

— Oi, Dona Olga! Sabe?

— Ouvi a conversa!

— Ah, eu sei que estou errada, só não me conformei.

— Eu não acho que esteja! Aquela bruxa estava envolvida até o pescoço com aquele marreco negro, acho que merece uma lição! — arregalei os olhos e me aproximei.

— Dona Olga... — falei baixo.

— Eu já investiguei tudo. Quer me ajudar?

— Claro! É só me dizer como.

— Amanhã ela será levada para fazer uns exames em outro lugar. Na verdade, nem havia necessidade, mas fiz questão. Conversei com um conhecido lá dentro e resolvi. — levantei as sobrancelhas. — Vamos pegar ela no trajeto, Edineide!

— A senhora também vai?

— Eu não perderia isso por nada! — sorri com a dona Olga.

Deixamos tudo combinado, nem em sonho eu contaria para o Ulisses. O Louis viajou com a Islanne em lua de mel, e o Igor... Bom, deixarei ele fora disso.

Foi uma noite difícil de conseguir dormir. Fiquei imaginando como seria o nosso ataque e me divertindo com antecedência.

De manhã eu enrolei o Ulisses, e a história de visitar a dona Olga colou direitinho, ele nem desconfiou.

Na casa dela, foi um motorista de confiança que nos levou, eu estava ansiosa.

— Vamos esperar aqui na estrada, Edineide! Há essa altura a vadia já fez os exames, está voltando! Achei melhor ela não chegar toda marcada no laboratório!

— Sim, você é a melhor, Dona Olga! Pensa em tudo.

— Eu estou engasgada com essa mulher!

O carro que a gente estava ficou parado na beira da estrada e ficamos de tocaia esperando até que o momento chegasse.

Quando o carro encostou, nós já fomos descendo, percebi que a dona Olga pegou o guarda-chuva, aquilo seria divertido.

A vaca parecia perdida, e para dizer a verdade, estava bem diferente do que eu me lembrava, até descabelada, estava. Um guarda tirou ela algemada do carro, e ela ficou assustada quando nos viu.

— O que estou fazendo, aqui? O que está acontecendo? — questionou.

— O que acontece é que não acertamos as nossas contas, sua vaca! — falei logo.

— Eu não devo nada pra ninguém! O que eu devia já estou pagando... — ela mal terminou de falar e a dona Olga atacou o guarda-chuva na cara dela.

— Toma, sua safada! Mulher baixa, sem-vergonha! Toma isso! — dona Olga mostrou para o que veio e bateu sem dó.

Aquela bicha se esquivava de uma, mas levava duas da dona Olga.

— PAREM, SUAS LOUCAS! SOCORRO, POLICIAL! SOCORRO! — o policial não parecia preocupado, do outro lado da rua.

Ela veio pra frente, mas eu a empurrei contra a viatura e ela bateu o corpo lá. Segurei a maldita pelos cabelos, e comecei a beliscar.

— Era assim que fazia com o pobre garoto, não era? Eu vi nas filmagens, sua vaca!

— Ah, então beliscava, mesmo? Deixa eu te ajudar! — Dona Olga entrou no embalo, e começamos a apertar com força, toda e qualquer pele que a gente via, beliscando aquela nojenta.

— Vocês são loucas, PAREM!

Foi assim, até eu perder a paciência e começar dar na cara daquela vaca. Na terceira a vadia caiu no chão ao lado do carro, tentou levantar, mas eu empurrei de novo, a fazendo cair de bunda, agora.

O policial não fazia nada, encostou na beira do outro carro e fumava um cigarro tranquilamente enquanto a Jennifer gritava e apanhava da gente. Dona Olga também aproveitou que ela estava no chão e pegou o guarda-chuva acertando aonde conseguia. Enquanto não deixamos ela toda marcada, não paramos.

— Você tem sorte que está apanhando pouco, se eu não estivesse grávida, você iria ver! — ela olhou para a minha barriga e deu um leve sorriso, ainda sentada no chão, e aquilo me tirou o juízo, então a enchi de chutes.

Ela tentava se defender, mas era muito lerda, e eu bati até me cansar, com a dona Olga.

Quando vimos que era o suficiente, deixamos ela aos cuidados do guarda, que a enfiou no carro.

Quando iríamos entrar, ela tentou fugir e correu na direção do nosso carro e foi pra cima da dona Olga, eu vendo o problema com antecedência, puxei o guarda-chuva e ataquei nas pernas dela, quando ela caiu eu fui depressa até ela, mas o policial já estava ali para levá-la.

— Vaca, abusada! — xinguei.

— Obrigada, Edineide!

— Obrigada você, dona Olga! Aquela mulher mereceu. — Ela assentiu e depois fomos para a casa dela comemorar com um chá. Só espero que o Ulisses nunca descubra...

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Casada por acidente com o CEO