Foi assim que, horas depois, embarcamos num jato particular, de propriedade do CEO da North B., rumo à Itália.
- Enfim, ela descansou. – Nicolete disse, quando, finalmente, Maria Lua dormiu no seu colo, ainda no voo.
- Não entendo como ela tem tanta energia. – Falei, enquanto juntava os brinquedos que ela jogou no chão, colocando-os na bolsa.
- Acho que o gato ficou feliz de ter um pouco de folga. – Nicolete começou a rir.
- Nem vem, Nicolete, ela mal teve tempo de brincar com ele.
- Achei que ele pudesse ficar sem rabo. – Ela não conseguia conter a risada.
Dei um beijo no rosto da minha pequena, adormecida.
- Vou levá-la para descansar comigo e Heitor.
- Não... De jeito nenhum! Eu fico com ela. Vá dar atenção ao seu marido. Não se preocupe com este pequeno furacão que dou conta.
Fui até a poltrona mais a frente e vi Anon num sono profundo, com a cabeça escorada na janela.
- Este com certeza detestou a viagem. – Falei baixinho, já que ele e Malu dormiam.
- Certamente. Tirou-o de perto de Ben. Ele não é do tipo que reclama e nem deixa transparecer nada. Mas do jeito que estão, prevejo casamento.
- Seria tão bom se desse certo. Eu amo Ben e Anon... Nossa, eu gosto dele desde sempre. – Confessei.
Malu se remexeu e aconchegou-se no colo de Nicolete, descansando a mãozinha no peito dela.
Olhei aquela mão gordinha, com um minúsculo anel de ouro adornando o dedinho e a pulseira em corações com pequenos rubis e fiquei a imaginar se era aquilo que Salma tinha planejado para a sua filha. Creio que sim. A questão é que se ela estivesse viva, Maria não teria nada do que ela levou tempo para pôr em prática. A vida era mesmo uma caixinha de surpresas. E agora eu entendia literalmente o que queria dizer que Deus escrevia certo por linhas tortas.
A preocupação que senti com relação a Daniel ser pai de Maria Lua já tinha passado. Ninguém acreditou que pudesse ser verdade. Então acabei tentando seguir o raciocínio da maioria. Até porque, minha amiga não era perfeita, tinha mil e um defeitos, como qualquer pessoa normal. Mas dentre eles, falsa ela nunca foi. Tenho certeza que se Salma tivesse dormido com Daniel, se lembraria. Até porque ela não era uma mulher fraca para bebidas. Salma era uma trabalhadora da noite, experiente, calejada.
Enfim, eu não saberia até tudo se resolver. Daniel teria que sustentar sua palavra e pedir a guarda. E a estas alturas e tudo que estava envolvido no processo de adoção, falsificar um exame de DNA era dar um tiro no pé. E ele não tinha cacife nem dinheiro para ir contra Heitor Casanova. Ele poderia comprar cinco exames falsos que Heitor encontraria a verdade.
Abri a porta da tal cabine privativa, que não passava de um espaço com duas poltronas que viravam cama, um banheiro só para nós, com chuveiro, num ambiente que poderíamos nos trancar que ninguém nos incomodaria.
O banco estava no meio termo, nem levantado e nem deitado. Heitor estava esparramado e com a cabeça virada para o lado. Percebi que estava adormecido. A camisa com os dois botões de cima abertos. A gravata afrouxada. Eu não entendia como ele nunca se desvencilhava daquela roupa toda.
Passei a tranca na porta, pelo lado de dentro e escorei-me, analisando meu marido. Sim, meu coração bateu tão forte quando o vi ali, tão lindo, tão perfeito, tão meu. Aquele homem me fazia perder completamente a cabeça. E me fez juntar os cacos do que havia se transformado meu coração, unindo-o de uma forma que era como se nunca tivesse quebrado antes.
Intenso, altivo, imponente... Ao mesmo tempo sensível, doce e romântico. Eu nunca sabia qual Heitor eu teria... Mas a certeza era que, independente de qual fosse, todos eram maravilhosos.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...