Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 106

—Quer transar comigo? – perguntara a mulher, mais ousada do que antes. Josh ficara ponderando e Lúcia voltara a falar – Imagino que esteja surpreso com a pergunta, mas a forma que me olhou no dia que nos falamos quando foi buscar Isadora para saírem, senti um pouquinho de desejo em seu olhar. Estou errada? Vou ser sincera, já tenho experiência o bastante com homens para saber quando estão olhando meus seios ou outros atrativos, se me entende.

—Está certa – respondera o rapaz – Você é bem direta. Confesso que não conheço nenhuma mulher assim. Na verdade, é a primeira vez que falo com a mãe de alguma amiga dessa forma…

—Não respondeu minha pergunta – dissera a mulher, enrolando uma mecha dos cabelos cacheados e longos sem olhar para o sujeito – Não o estou forçando a nada, entenda que pode recusar, se quiser e o que falamos sobre isso morre aqui. Sei que sou mais velha e… casada, mas isso não é um problema, não para mim. Então a decisão é sua.

—Nunca saí com uma mulher casada antes… mas seria um tolo em recusar, certo? – respondera Josh. Aquela mulher o estava colocando contra a parede, coisa que normalmente não acontecia. No entanto, se deixasse a chance passar, certamente ela não cederia de novo – Vamos combinar algo, se é o que deseja. É seguro que não será um problema, digo, para você?

A mulher sorrira e bebera o vinho novamente. Josh sentia que ela estava ali o provocando e brincando com ele. Mas certamente não estava brincando sobre transar. Em seu íntimo, ele admitia que havia admirado as qualidades que a mãe de Isadora tinha no dia em que se conheceram, mas não esperava por aquilo.

E de certa forma, parecia que nunca transaria com Isadora, mas tinha diante de si uma oportunidade igualmente perfeita. Ou até melhor.

—Querido, se com problemas para mim você se refere ao meu casamento, saiba que já estou no estágio 3 da relação. Não será nenhum problema.

—Estágio 3? – era a primeira vez que o rapaz ouvia falar sobre aquilo.

—É como eu chamo – dissera a mulher sorrindo – Vou explicar. Diego e eu somos casados há vinte e oito anos. Nos casamos seis anos antes de Isadora nascer. E já nos conhecíamos desde crianças. Nossas famílias, na Espanha, são muito ligadas. Há mais seis ou sete casamentos entre minha família e a de meu marido. Desde que começamos a namorar, Diego e eu sempre vivemos um para o outro, mesmo antes de nos casarmos oficialmente. Chamo isso de estágio 1. Alguns anos depois de casados, tivemos Isadora. Diego passou a trabalhar em casa para ficar mais perto dela e de mim. Melhor fase de nossas vidas. Chamo isso de estágio 2. Atualmente Isa está quase saindo de casa. Tenho orgulho da filha que criamos. Diego e eu agora nos vemos mais em datas especiais, pela Isadora principalmente. Ele vive mais em Washington e Langley que em casa e eu vivo em Nova York e por aqui, sempre trabalhando. Ainda somos casados e sempre seremos, mas não vou fingir que é como antes. E se me disser que meu marido passa o mês longe, vindo em casa apenas dois finais de semana e não sai com nenhuma outra mulher com metade da idade dele, vai me fazer rir.

—E esse é o estágio 3. Entendi – respondera o vocalista rindo discretamente – Se analisar, faz sentido. Se não é um problema para você, combinamos algo.

—Vamos combinar sim – responder a mulher já se levantando – Tenho um compromisso agora e preciso ficar com Isadora ainda, falar com ela sobre o que aconteceu. Ligo para você depois e conversaremos melhor sobre isso.

—Irei aguardar – se despedira o sujeito enquanto a mulher se virava e saía.

Josh voltara a beber a cerveja, apenas admirando o rebolar daquela bela e fogosa mulher negra enquanto ela se dirigia para a porta. Imaginava como ela seria na cama. Já estava ansioso por provar.

E só de pensar, estava de pau duro naquele momento.

Colégio Delphine’s Spencer, segunda, 19hs25min.

Desde que se encontrara com Leonard e Katie, Isadora preferira se manter por perto dos dois, evitando o contato com outros alunos. Vira quando Josh tinha chegado, mas não fora falar com ele. Sua mãe tinha lhe avisado que ligara para o amigo e falara com ele e estava tudo bem, dentro do possível.

O mais importante naquilo tudo ainda não estava feito. Se fosse uma escola normal, fingiria uma dor de cabeça para se livrar das aulas e ir para casa, mas o Delphine’s tinha uma enorme enfermaria, com seis leitos para repouso, além de uma enfermeira o tempo todo à disposição dos estudantes.

Já na sala de aula, vira Leonel e Trixie. Assim como Josh e ela, o casal não estava se falando. A loira, que se sentava no terminal ao lado de Leonel, tinha mudado, trocando de lugar com Phoebe, que estava muda entre os dois. O olho roxo de ambos tinha sumido ou usavam maquiagens muito convincentes.

Em certo momento, cruzara o olhar com Leonel e não sabia qual dos dois, ele ou ela, havia desviado primeiro. Por outro lado, quando Trixie entrara na sala, a encarara friamente por longos cinco segundos que pareceram horas.

A sala estava em um silêncio tão fúnebre que era possível ouvir o coração de cada estudante pulsando. Quando alguém batera na porta, todos os alunos pularam nas cadeiras, assustados. Isadora se perguntava quantos outros alunos tinham encarado um final de semana tão terrível quanto o dela.

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