Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 12

Posso sim – pensara a mulata sem dizer em voz alta.

—Posso aceitar isso desde que não termine em uma suruba entre os quatro. Sabe que se aprontar pra mim vou te deixar sozinha – negociara Isadora.

A garota já ia responder algo quando um rapaz se aproximara das duas. Era um jovem oriental alto e magro. Não era o tipo de cara anabolizado como alguns ratos de academia que as duas conheciam, mas tinha um corpo bonito.

O rapaz se agachara e beijara Katie na face. Ambos se encararam e a loira mordera os lábios, certamente pensando em alguma bobagem. A outra garota à mesa parara de encarar a tela do notebook por um instante, notando o garoto, seus cabelos negros lisos e brilhantes e os óculos de armação redonda bem ao estilo Harry Potter.

—Sente-se, me deixe apresentá-lo à minha melhor amiga, Isadora – dissera Katherine enquanto o rapaz puxava uma cadeira e se sentava ao seu lado – Isa, esse é o Ken, meu mais novo amigo. Estamos transando há pouco mais de uma semana, mas sentimos que já temos muito em comum – concluíra diretamente.

O rapaz a encarara, então mudara o olhar para Isadora e de volta para Katie, claramente desconfortável com a afirmação tão direta da garota.

—Não preciso saber dos detalhes – comentara Isa.

—Ela não precisa saber dos detalhes – reforçara Ken.

—Ela diz isso, mas adora saber dos detalhes. Sempre ouve tudinho, querida – entregara a loira com um sorriso desinibido nos lábios.

—Porque você insiste em contar… – rebatera a nerd – Que tal mudarmos de assunto… – sugerira a garota de cabelos negros.

—É uma boa ideia – argumentara o rapaz.

—Por quê? – persistia a loira.

—Então, como se conheceram? – prosseguira Isadora, ignorando a amiga.

Katie ficara em silêncio por alguns segundos. Seus olhos, normalmente com o tom verde de esmeraldas, agora castanhos com a luz da manhã. Isadora sabia do histórico da amiga, qual seus olhos mudavam de cor de acordo com o humor em que se encontrava.

Finalmente a loira sorrira, aparentemente havia relaxado enquanto refletira naqueles poucos segundos. Mas havia levado as coisas numa boa ou estava, no fundo, planejando algo? Quem saberia dizer?

—Eu sou Ken Akamatsu – respondera o rapaz, quebrando o gelo – Trabalho em um hotel no centro da cidade e o pai de Katie sempre vai lá em reuniões. Ele recentemente levou Katherine e a mãe dela lá para jantarem e assim a conheci.

Havia algo na voz do garoto que deixara Isadora com o olhar vidrado, quase hipnotizada. O que aquele menino tinha? Sua simples presença era impactante em um tom quase sobrenatural de charme e encanto.

—Ele está sendo modesto – emendara a loira – Ken é filho daquele magnata que tem o hotel mais chique da cidade no centro. Ele também é gerente do lugar e é muito inteligente, algo que sempre amei nos orientais.

A garota de óculos parada à frente do notebook percebera o encanto nas palavras da amiga ao falar do rapaz. Era bom saber que não tinha sido a única cativada pelo mesmo. Ao que tudo indicava, o garoto tinha um charme natural que atraía a atenção do sexo oposto.

—Katie está exagerando um pouco – sorrira Ken ao explicar – Fui adotado por Johan Stanley Silverglade quando era ainda bebê. Meus pais biológicos não sobreviveram a um acidente de avião e o Mestre se solidarizou com meu caso, me tirando do orfanato. Ele me educou e me forneceu os recursos para que eu estudasse e me formasse. Sou apenas grato por tudo que fez, cuidando do hotel de meu pai. Não é nada demais.

—Mestre? – Isadora ficara curiosa. O que ele queria dizer?

—Silverglade é um nobre europeu – explicara o rapaz – Ele vem de uma longa linhagem de nobres versados em muitas áreas. Nem eu mesmo o conheço bem a ponto de saber tudo sobre ele, exceto que é um grande empresário, filantropo, filósofo e gênio das artes. É uma pena que esteja sempre viajando a negócios, seria um prazer as apresentar um dia.

—Quem sabe um dia tenhamos a oportunidade? – indagara Isadora – Agora entendo como você fisgou o coração de minha doce amiga. Katie tem um padrão de escolha bem peculiar, ela não se deixa encantar por qualquer um.

—Além disso – comentara a loira – Esqueça o que dizem sobre os orientais, Ken aqui é muito bem dotado…

Os outros dois se encararam sem dizer nada. Ken então voltara o olhar na direção de Katie enquanto Isa tomava um gole do suco de maracujá que pedira, fingindo estar olhando para outro lado. Talvez devesse tomar alguns calmantes mais fortes quando saísse com a amiga.

—Bom… eu acho que preciso ir – dissera a nerd esperando que a desculpa colasse – Preciso rodar esses códigos e o notebook não tem a potência para o desempenho ideal. Vou deixá-los a sós para aproveitarem a manhã. Nos falamos mais tarde, querida. E foi um prazer o conhecer, Ken.

O rapaz se levantara ao mesmo tempo que Isadora, lhe estendendo a mão. Quando a menina retribuíra o gesto, Ken se inclinara e a beijara.

—Não fique ofendido com a fuga da Isa, querido, não é nada com você. Ela ainda é virgem, então fica um pouco envergonhada quando falamos de sexo – comentara a loira ao mesmo tempo que ambos se tocavam nas mãos.

Juro que vou te enforcar – dissera Isadora apenas movendo os lábios.

—Também foi um prazer te ver, amor – sorrira a mulata para a amiga – Ligo mais tarde para colocarmos a conversa em dia.

—Aos antigos romances, aos novos romances e aos futuros romances – Katie erguera o copo de suco sorrindo debochadamente.

—Eu brindo a isso – concordara o rapaz, apanhando uma garrafa plástica com água na mesa e tocando o copo da loira.

Sem opções e não querendo parecer indelicada, Isadora apanhara o copo de suco que bebia, tocando o copo da amiga e a garrafa que Ken segurava.

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