Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 96

Leonard apanhara o copo sobre o balcão e virara metade da dose de Martini em um único gole. Quando voltara o copo ao bar mat, erguera uma sobrancelha observando as pedras de gelo dançando solitárias com a bebida abaixo delas.

—Cammy, meu amor, pode preencher, por favor? – solicitara à bartender.

A linda garota manipulando a coqueteleira sorrira para o rapaz, apanhando a garrafa com uma das mãos para o servir sem parar o que fazia com a outra.

—Parece meio deprimido essa noite, Leo. Algo o incomodando? – indagara a morena – Você não é do tipo que afoga as mágoas em uma garrafa.

Realmente – pensara o sujeito – não era.

Camila, a bartender, era uma belíssima morena com vinte aninhos. Usava sombra abaixo das sobrancelhas e nas pálpebras, assim como o batom na cor verde, combinando perfeito com os olhos que lembravam um par de esmeraldas.

Os cabelos negros e brilhantes caíam lisos por suas costas, descendo até abaixo do bumbum, terminando em uma ponta que se encaixava com perfeição no corte entre suas nádegas. Era magra e baixa, com a pele clara como leite.

Vestia jeans e um top branco bem curto que deixava o colo, os braços e a barriga à mostra. O calor dentro da boate era intenso e a maioria que frequentava o local preferia roupas curtas. A garota possuía diversas tatuagens que podiam ser vistas na barriga, pelos braços e subindo do colo ao pescoço.

Ainda no pescoço, usava uma gargantilha em formato de colarinho branco com gravata borboleta preta. Era uma garota admirada, amada e desejada pela maioria dos visitantes frequentes do estabelecimento. No entanto, era casada com a proprietária, que tinha mais que o dobro de sua idade, já há dois anos.

Leonard observava uma gota de suor que escorria do lado de fora do copo, perdido em pensamentos entre as lembranças de minutos antes, no banheiro, o som de Dragula, agora tocando em alto e bom som e as palavras da garota.

—Nos conhecemos assim tão bem, querida? – respondera o rapaz, agora sorvendo de um novo gole – Não sou mesmo o tipo que afoga as mágoas, sou melhor que isso. Leonard Scoth Anderson comemora cada uma de suas vitórias, o aprendizado com suas derrotas e a ansiedade pelas próximas batalhas.

—Agora sim – sorrira a morena – Se parece com o Leo que conheço.

Ambos riram e uma garota loira com vários piercings e maquiagem escura na outra extremidade do balcão erguera a mão, solicitando a bartender. Camila acenara com a cabeça para o rapaz e fora atender a outra cliente.

O barulho dentro do Pink Storm era intenso e era preciso quase gritar para que se ouvissem, mas todos ali já estavam acostumados. Leonard girara o corpo no banco, se virando de costas para o balcão, observando agora o vasto salão de dança, onde sua companheira naquela noite curtia alucinadamente.

O Pink Storm era um clube LGBT conhecido e badalado em San Dimas. Era frequentado por homens, mulheres e casais de todas as idades e classes sociais, ainda que a maioria de destaque fosse de alto nível.

A linda loira de olhos azuis viera do meio do salão pulando e sorrindo como se estivesse em seu baile de formatura. Katherine usava calças de lycra negras e um minúsculo soutien branco coberto por um top de crochê laranja. Dançava e corria para lá e para cá se equilibrando sobre uma sandália com salto agulha de vinte centímetros. Leonard a admirava por aquela habilidade.

Principalmente nas condições em que se encontrava.

—Não pediu nada para mim? – indagara a garota.

Apanhando o copo do rapaz sobre o balcão, Katie sorvera quase metade da bebida em uma virada só. Quando voltara o copo ao bar mat, os olhos estavam marejados. Suspirara e enxugara os olhos com o polegar e o indicador.

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