Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 97

Era uma moça de vinte e cinco anos, linda por puro capricho da natureza. O corpo perfeito era naturalmente esculpido por horas de academia todos os dias, além de tratamentos puramente naturais. Era viciada em duas coisas nas horas de folga, culinária e sexo. A primeira opção era um capricho, uma paixão, amava cozinhar para os outros, mas seu próprio cardápio era minuciosamente peculiar. Já a segunda opção era um desejo ardente que nunca acabava.

Kimberly Night, como era chamada, tinha centenas de homens aos seus pés. Amava transar todos os dias e se orgulhava em dizer que podia escolher seus parceiros como desejasse. Não queria um relacionamento sério no momento e estava bem com isso, mas não negava seus instintos e desejos carnais.

A encantadora morena era pouco mais alta que Katie, mas mais baixa que Leon, ficando entre os dois nesse quesito. Por outro lado era magra, esbelta por natureza e pelo ritmo que levava. Diferente de Katherine e Isa, seus seios eram pequenos, quase os de uma adolescente. Poderia facilmente aplicar silicone, mas adorava se gabar de ter tudo natural.

A transsexual tinha cabelos negros, lisos e curtos, bem mais curtos que os de Leonard. Gostava de deixar o pescoço à mostra, sempre ilustrado pelo colar com pingente em formato de coração decorado com brilhantes. Tinha três furos em cada orelha, onde usava pequeninos brincos de pedras coloridas. Na orelha direita havia um piercing com um minúsculo diamante no alto.

Não se negava horas cuidando da maquiagem antes de sair todos os dias, fosse para a academia, a faculdade ou se encontrar com amigos. Kimberly era filha única de um senador e desde pequena tivera tudo que queria, do bom e do melhor. Seu pai sempre apoiara sua orientação sexual e nunca tivera problemas relacionados à essa parte de sua vida.

Nessa noite usava um shortinho jeans com barra desfiada curtíssimo e botas de cano baixo marrom. Na parte superior vestia um top branco que deixava sua barriga com o piercing prateado à mostra e uma camisa de seda vermelha com linhas negras em xadrez. À distância parecia um garoto adolescente, de perto não havia quem resistisse a olhar novamente quando ela passava.

—Como está a sua sorte hoje, querida? – indagara Leonard.

Katie, ao lado da garota, dançava agora ao ritmo de outra música da banda Black Eyed Peas, The Best One Yet. Definitivamente a única regra daquela noite para a loira era curtir. E o álcool apenas a deixava cada vez mais excitada.

—Se está se referindo a homens – respondera Kimberly – Diria que não está sendo uma das minhas melhores noites. E para ajudar, hoje estou louca de tesão desde cedo e não transei ainda. Transaria com vocês dois se pudesse.

Leonard ouvira as palavras e ficara processando. Aquilo era realmente uma cantada vindo de uma das t-girls mais desejadas daquele lugar? Katie, por outro lado sequer pensara. Embora parecesse em transe com os olhos fechados, os ombros e a cintura se mexendo ao ritmo do som, menos de um segunda depois da proposta, a loira estava de olhos abertos, seus lindos olhos azuis encarando os olhos negros da jovem ao seu lado.

—Eu topo – respondera sem hesitar, mordendo o lábio inferior – Na sua casa ou na minha? – emendara se aproximando mais da morena.

Kimberly levara a mão esquerda até a face ruborizada de Katie e a acariciara lentamente. A loira tinha a pena macia agora quente e suada.

—Está bêbada, querida? – perguntara quase em um sussurro.

Em meio ao som alto que tocava as palavras soaram quase mudas, porém, a loira entendera apenas babando nos lábios rosados que as pronunciavam.

—Muuuuito… – respondera, se aproximando ainda mais para falar ao ouvido da outra – Mas saiba que isso só me deixa com mais tesão ainda – adicionara, afastando sua face apenas o bastante para que se encarassem nos olhos.

Kim refletira sobre a resposta para aquela declaração. Sabia que as palavras a seguir definiriam o rumo daquela noite e não negava para si mesma o quanto desejava a menina bem diante de si. Não era segredo que se atraía igualmente por homens e mulheres. E Katherine, assim como ela própria, era uma musa do tipo que escolhia seus parceiros.

Se aquela oportunidade escapasse, o tesão entre elas esfriaria e certamente não mais teriam outra chance. Havia provocado Leonard e a loira sem qualquer intenção real de algo acontecer, mas agora já podia imaginar as próximas horas longe daquele lugar.

—Sabe a única coisa que me deixa com mais tesão do que já estou nesse momento? – indagara em um sussurro ao ouvido da garota de olhos azuis.

—Não… – rira Katie ao ouvir a pergunta – Mas vai me dizer, certo?

—Você – confessara a morena, agora fitando a loira cara a cara.

O clima havia esquentado. Quer Leonard encarasse ou não a brincadeira, já era certeza que nenhuma das duas pretendia deixar aquela noite acabar de outra forma que não com muito sexo.

—Hey, girls – resmungara o rapaz – Vão mesmo ficar flertando em sussurros e me deixar de fora na conversa? O que estão planejando?

Kimberly se virara para o gay segurando Katie pela cintura. Leon sabia o que ambas queriam. Katherine era ninfomaníaca desde que perdera a virgindade e ele sabia identificar outra apenas pelo olhar quando via uma.

—Na real? – respondera a morena em voz alta – Pretendo transar com vocês dois essa noite. O que me diz? Vou levar um fora?

Era uma pergunta retórica. Quem daria um fora em Kimberly Night?

—Diga logo que também quer – insistira a loira provocando.

—Não sou hipócrita de fingir que a proposta não é excitante – comentara o rapaz – Mas pensava que tivéssemos as mesmas preferências, se me entende.

—Em partes está certo – explicara a garota – Adoro homens inteligentes, os bonitos ainda mais. E você é um homem lindo, querido…

Não havia como negar que Kimberly sabia ser sedutora e provocante.

—Mas nós dois sabemos que não sou o tipo de homem que gosta…

—Eu tenho algo que você gosta e sei como usar melhor que muitos homens com quem já me encontrei. O que me diz? – dissera a jovem diretamente.

Atrás do trio, no balcão, Camila preparava um drink e ouvia a conversa. Não era preciso ser um gênio para saber o resultado. Quisera poder estar entre eles quando a coisa esquentasse. Era difícil saber qual seria o melhor em uma noite de sexo ardente.

—Digo que a noite promete melhorar muito – respondera Leonard – Vamos sair logo daqui. Cammy, minha linda – dissera se voltando para a bartender – Já vamos indo. Diga à Theo que ligo para falar com ela – Theodora era a proprietária do Pink Storm – Saudade de vocês, vamos marcar para tomar algo juntos.

A morena no balcão apenas acenara com a cabeça, concordando. O volume alto e constante da música a forçava a ficar gritando para ser ouvida e a deixava sem voz facilmente. Por isso havia se habituado a só falar nos ambientes com mais tranquilos ou quando necessário.

Katie acenara com a mão se despedindo da moça também. Em seguida se colocara no meio dos dois amigos, abraçando Leonard e Kimberly pelas cinturas, saindo com eles para a melhor parte daquela noite.

—Então… – indagara Kimberly, já fora da boate – Para onde vamos?

—Para o inferno… – respondera a loira em voz alta, atraindo a atenção dos que passavam – Não há lugar melhor.

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