Entrar Via

Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 376

“Cassandra Nomikos”

Eu estava em casa com a Sofia, combinando alguns detalhes dos nossos casamentos. Eu tinha achado linda a idéia de nos casarmos na mesma cerimônia, duas irmãs de coração que se casam com os gêmeos Monterrey. Isso era um bom presságio, nós sempre fomos unidas como irmãs e agora continuaríamos unidas como cunhadas e seríamos vizinhas, teríamos sempre uma a outra e nossos maridos nunca brigariam porque eram irmãos que se amavam. Era perfeito, mas a Sofia ainda não sabia disso.

- Tem certeza de que quer se casar na mesma cerimônia que eu, Cas? – Ela me perguntou com o olhar triste.

- E por que eu não iria querer? – Eu a olhei séria, queria sacudi-la e dizer “acorda, Sof, ele te ama”, mas eu prometi para o meu pai que eu não iria interferir assim, nós estávamos deixando a Sofia perceber, mas ela não percebia.

- Por que a minha situação com o Max é uma farsa, Cas! Você sabe! É bem provável que no dia do casamento ele diga não e me envergonhe na frente de todos.

- E você acha mesmo que ele vai estragar a felicidade do irmão? – Eu a encarei e ela pareceu refletir.

- Pior ainda, ele vai se casar só por pirraça. – Ela deu um suspiro triste.

- Pirraça, Sof? Vocês estão dormindo juntos! Ele comprou uma casa! Onde isso é pirraça? – Eu olhei para ela e a tristeza dela era muito real.

- Sei lá, Cas, é o Max, tudo para ele é uma piada. Talvez ele esteja gostando de ficar comigo, mas isso não é igual ao que você tem com o Ignácio. – Uma lágrima escapou do olho dela e eu enxuguei.

- Você já disse a ele como se sente, Sof? Você já disse que o ama? – Ela me olhou assustada, talvez nem ela tinha se dado conta ainda.

A Sofia me olhava assustada, como se eu tivesse revelado a ela o grande mistério da humanidade, e foi nesse momento que a porta foi aberta e meus pais entraram, acompanhados do Ignácio e do Maximilian. Nós nos viramos ao mesmo tempo para vê-los, estavam todos muito sérios. O Ignácio veio em minha direção e me abraçou assim como o Maximilian fez com a Sofia.

- Como vocês estão, garotas? – O meu pai perguntou depois de dar um beijo na testa de cada uma de nós.

- Estamos bem, papai, estávamos falando do casamento. – Eu respondi animada.

- Ah, queridas eu estou muito feliz com isso, vocês duas estarão em boas mãos! – Meu pai sorriu, mas tinha algo mais, eu sentia.

- E que novidade é essa de vocês virem todos almoçar conosco? – Eu perguntei e olhei para eles.

- É que aconteceu uma coisa, solzinho. No final é uma boa notícia. – O Ignácio falou e eu o encarei. – O Maurice foi preso.

- Finalmente! – Eu comemorei, aquela era uma excelente notícia!

- Sim, finalmente, mas antes ele fez uma confusão, cunhada! – O Maximilian começou a contar tudo o que tinha acontecido e eu fiquei estarrecida com tudo o que ouvi.

- Cunhado, eu não sou o tipo que se assusta fácil! – Eu sorri, pensando que ele estivesse me prevenindo sobre a prisão.

- Ah, mas você vai se assustar, porque o Silas quebrou aquele nariz burguesinho do Maurice e estava bem feio quando ele saiu algemado da construtora. E o delegado disse que vai ficar quebrado, porque eles não levam os presos para fazer plástica. – O Maximilian riu e ele havia me dado uma notícia muito boa.

- Isso é sério? – Eu olhei para o Ignácio que fez que sim. – Ah, mas agora é que eu quero mesmo ver esse cretino! Eu preciso ver como ficou isso e mandar um presente para o Silas! Ele me deu a minha melhor vingança! – Eu comecei a rir e ninguém entendia a minha felicidade, mas eu sim sabia exatamente porque era tão gratificante que aquele metido a francês de merda ficasse com aquele nariz torto para sempre!

- Você não vai compartilhar, solzinho? – O Ignácio pediu e eu olhei para ele ainda sorrindo.

- É que o Maurice sempre criticou o meu nariz, ele dizia que era ridículo, enorme, grotesco, coisas assim. Por ele eu teria feito uma plástica e ficado com o nariz afilado e arrebitado como uma boneca. Mas eu gosto do meu nariz, ele me lembra quem eu sou, minha origem grega! – Eu contei e o Ignácio passou a mão em meu cabelo.

- Ainda bem que você não fez uma plástica, porque eu amo o seu nariz, ele combina com tudo em você, é lindo e te deixa linda assim como você é, toda linda, meu sol! – O Ignácio falou pra mim com tanto amor e havia tanta sinceridade em suas palavras, era impossível não amar esse homem que via em mim o que eu realmente era e eu me sentia uma mulher de sorte por ele gostar de tudo o que via em mim.

Eu que sempre me achei o patinho feio, estava me descobrindo cisne, estava aprendendo a me ver como uma mulher atraente e linda, sexy, desejável, uma mulher que merecia amor e não apenas migalhas. Eu estava aprendendo com o Ignácio que tudo era uma questão de ponto de vista, de como eu olhava para mim, de quem olhava para mim e com quem eu realmente me importava que me visse.

O Ignácio me via linda, ele sempre falava, e eu realmente me importava que ele me visse, porque ele me fez descobrir que eu merecia muito mais do que estava aceitando receber, ele me fez olhar pra mim e me descobrir, me amar. Era ali, naquele ponto que eu estava, no ponto em que eu me amava e me achava linda, e o que eu pensava sobre mim mesma, isso sim era importante. E no momento em que eu me amei e me descobri, eu me senti digna e merecedora de todo o amor que estava me cercando.

E eu percebi que eu estava mesmo pronta para me casar com o meu Ignácio e construir a minha família com ele, porque toda a dor e as coisas ruins ficaram para trás, seriam esquecidas e enterradas nas areias do tempo.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga