Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 55

“Emiliano Quintana”

Eu estava de pé na sala de estar da casa da minha mãe, eu precisava de conselhos e ela sempre foi a minha melhor conselheira. O que aconteceu no casamento do Martim e da Abigail no dia anterior havia me estressado por completo.

- Emiliano, meu filho, que bom que você veio tomar o café da manhã comigo! – Minha mãe desceu as escadas e veio em minha direção já de braços abertos.

- Mãe, bom dia! – Eu a abracei e lhe dei um beijo no rosto.

- Vem, vamos nos sentar. – Ela saiu me puxando até a sala de jantar onde a mesa já estava posta. – Que papelão da sua noiva ontem, hein?!

Claro que a minha mãe tocaria no assunto, a Camila e ela não eram muito próximas. Para falar bem a verdade, a minha mãe não era nem um pouco fã da Camila.

- Mãe, não foi ela, foi a prima. A Camila ficou coberta de tinta. – Eu não consegui esconder o riso.

- Aquilo foi bem feito pra ela! Mas eu estou falando do quanto ela provoca a Abigail, Emiliano. Ou você não percebe? Não vê que ela vive implicando com a Abi? – Minha mãe não estava contando nenhuma novidade. Eu percebia e não gostava.

- Mãe, a Camila morre de ciúmes da Abi, ela não entende que nós somos como irmãos e fica com ciúmes. – Era só por isso que eu fazia de conta que não percebia as alfinetadas que a Camila e a Abigail trocavam.

- Quem me dera você e a Abigail tivessem se apaixonado. Aquela moça sim é uma boa moça. Mas eu fico feliz pelo Martim, ele é um bom moço e merecia alguém como a Abi, principalmente depois de tudo o que ele passou. Eu tenho certeza que os dois vão ser muito felizes. – Minha mãe tinha razão. O Martim merecia alguém incrível como a Abi e a Abi merecia um bom sujeito como o Martim.

- Eu concordo com você, mãe! – Eu tomei o café que ela me serviu e pensei em como abordar o tema, mas não adiantava, minha mãe leria os meus pensamentos antes que eu começasse a falar.

- O que está acontecendo, meu filho? Eu tenho notado você um tanto agitado desde que pediu aquela moça em casamento. – E aí estava a grande capacidade de uma mãe, saber quando o seu filho precisa de ajuda.

- Ah, mãe, é que tem acontecido umas coisas que estão me deixando meio inquieto.

- Quer me contar?

- A Camila. Ela está mudando, está mais exigente, mais mimada, mais difícil. Reclama de tudo o tempo todo, faz milhões de exigências. E o quanto ela defende a prima me incomoda, porque a Letícia está passando de todos os limites e a Camila ainda a defende. – Enquanto eu falava, minha mãe ouvia como se eu não estivesse contando nenhuma novidade.

- Emiliano, você está vendo a verdadeira Camila. E vou te dizer, se agora está assim, depois que vocês se casarem ela vai ficar ainda pior. E eu não me surpreenderia se ela levasse a prima para morar com vocês. Coisa mais esquisita esse apego dela com a prima, juro que não entendo, tem que andar grudada, levar a prima em qualquer lugar que vá. E a prima é uma pessoa intragável! – Minha mãe me fez rir.

- É, a Letícia não é a pessoa mais agradável do mundo mesmo não. – Eu concordei. – O que eu faço, mãe? Eu estava tão apaixonado, mas agora eu tenho percebido os defeitos da Camila e isso está me incomodando.

- O que aconteceu ontem? O que ela te disse? – Minha mãe geralmente não se metia nos meus relacionamentos e nem queria saber nada, mas eu estava ali pedindo conselhos, era justo que ela soubesse.

- Esse é um bom conselho. – Eu sorri. Ela estava certa, uma conversa franca e com calma talvez me desse a clareza de que eu precisava.

- Ah, as mães sempre dão bons conselhos! – Ela sorriu e eu me levantei e dei um beijo em sua testa.

- Eu vou fazer isso mãe. Vou conversar com ela. Eu espero que ela não estivesse ajudando a prima, porque se eu descobrir que ela estava participando daquela armação do balde de tinta, eu não vou perdoá-la. Aquilo foi maldoso demais. – Eu concluí e saí da casa da minha mãe.

Quando saí da casa da minha mãe eu liguei para a Camila.

- Até que enfim você me ligou, Emiliano! Depois de me deixar sozinha e cheia de tinta. – A Camila atendeu com a voz beligerante.

- Camila, não começa. Eu estou indo ao seu apartamento, nós precisamos conversar muito seriamente, essa conversa vai definir o nosso futuro. – Eu deixei clara a situação, queria que ela pensasse até eu chegar.

- O que você quer dizer com isso? – Ela não era boba para me perguntar isso.

- Exatamente o que você entendeu. E eu espero que a sua prima não esteja aí, porque eu quero falar só com você! – Desliguei o telefone e fui em direção ao meu carro. Não pude deixar de pensar no quanto as coisas haviam mudado depois daquela viagem ao litoral.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga