Contrato para o caos: amor à primeira briga romance Capítulo 85

“Camila”

Eu não sabia porque eu continuava ajudando a Letícia, ela fazia tudo errado! E com certeza o Emiliano iria reclamar comigo pelo escândalo que aquela idiota armou no escritório.

- Letícia, você é burra, minha filha, burra! – Eu falei pela décima vez.

- Ai, Câmi, não fala assim! Olha, eu fiz tudo direitinho, mas como eu saberia que aquela doida é boa de briga? – A Letícia choramingou.

- Pois é, Letícia, mas você precisa de um plano, o Martim já fugia de você antes de se casar, não é se jogando em cima dele que você vai conseguir o que quer. – Eu falei já cansada de explicar a mesma coisa todos os dias.

- Mas, Câmi, o que eu faço então? – Ele parecia realmente não saber o que fazer.

- Olha, Letícia, eu vou te ajudar a pensar em alguma coisa, mas até termos um plano, você não aparece mais naquele escritório, entendeu? – Eu avisei.

- Mas o que eu vou fazer? – A Letícia parecia confusa.

- Eu juro que eu não entendo porque ela escolheu logo você para dar em cima do Martim. – Eu olhei para a Letícia pensando que haviam outras mais inteligentes para a tarefa.

- Ah, Camila, não esculhamba também não! – A Letícia fechou a cara emburrada e pegou o celular que tocava. – É a Maria Luiza, não gosto dessa sonsa.

- Eu também não, mas é o que temos. Atende logo. – Eu mandei e ela atendeu no viva voz.

- Tá doendo muito, Letícia, a surra que você levou da estúpida da Abigail? – A Maria Luiza estava claramente debochando da Letícia.

- Minha cabeça ainda dói e... – A Letícia era mesmo idiota.

- Fala logo o que você quer, Maria Luiza! – Eu interrompi a Letícia e a outra riu.

- Avisar para vocês que sobrou pra mim. E vai sobrar pra você, Camila, o Emiliano está furioso! Ele me deu a maior chamada de atenção, uma advertência formal e disse que se a estúpida da Abigail quiser, ele me põe na rua. – A Maria Luiza falou indignada e eu já percebi que precisava pensar em uma desculpa.

- Isso não me interessa, Maria Luiza, eu quero saber é da briga da chata da Abigail com o Martim. – A Letícia só pensava nela mesma.

- Briga? Que briga? Depois que você foi jogada na sarjeta o casal do ano se trancou na sala dela e tudo o que se ouvia lá era o som dos beijos que eles estavam dando. Sabe-se lá o quê mais eles fizeram. – A Maria Luiza jogou um balde de água fria na Letícia.

- Sério que aquela idiota pegou o homem dela com outra e não brigou com ele? – A Letícia parecia não acreditar.

- Pois é, você é tão amadora que nem a estúpida da Abigail acreditou naquela cena. Sinceramente, Letícia, você precisa aprender a fazer as coisas. – A Maria Luiza tinha razão.

- Ah, e por acaso você faria melhor que eu? – A Letícia alterou a voz ofendida.

- A Abigail me convidou também? – Ali tinha coisa, eu tinha certeza que a Abigail estava armando, com certeza ela ia me confrontar na frente do Emiliano, só pra me deixar mal com ele.

- Sim, convidou. Você não quer ir? Porque eu já aceitei. – O Emiliano parecia tão sereno, isso tenha toda a cara de armadilha, mas o que eu poderia fazer, se eu recusasse ia ficar na cara que eu estava evitando o confronto.

- Ah, eu vou adorar jantar com eles. – Eu falei sem nenhum entusiasmo.

Há muito tempo eu estava curiosa para conhecer a casa do Martim, mas o Emiliano dizia que ele não gostava de receber ninguém e agora eu estava sendo convidada para jantar no dia que a Letícia armou o maior tumulto. Não, isso não parecia que ia terminar bem pra mim não.

- Ótimo! Se arruma que nós passamos pra te pegar em vinte minutos. Beijo. – O Emiliano desligou antes que eu pudesse perguntar quem era o nós.

- Isso não está me cheirando bem! – Eu falei mais para mim mesma.

- Ai, eu queria tanto conhecer a casa do Martim! – A Letícia reclamou e eu tive vontade de quebrar o celular na cabeça dela.

- Sai daqui, Letícia! Anda, fora! Vai embora agora, eu preciso pensar e pensar rápido e você me atrapalha. – Eu saí empurrando a Letícia para a porta do meu apartamento e a coloquei pra fora. Ela reclamou, mas eu nem liguei. Eu precisava de uma estratégia para enfrentar o Emiliano e a Abigail.

Vinte minutos depois da ligação do Emiliano ele parou o carro em frente ao meu prédio e logo atrás dele estava o carro do Martim. Era agora que a coisa ficaria ruim para o meu lado. Eu respirei fundo e vi o Emiliano descer do carro e vir em minha direção, assim como o Martim e a Abigail.

- Câmisinha, querida, que bom que você aceitou o nosso convite! – A Abigail foi mais gentil que o habitual, mas a sua falsidade estava estampada na entonação que ela usou para me chamar de querida. Eu teria que ser muito habilidosa para sobreviver a essa noite.