Anny Celik
Ele vai me bater? Naquele momento, eu fechei os olhos com tristeza, e esperava a tapa chegar.
Mas não.
E no segundo seguinte, o tom soou, ele deu um soco na parede, ao meu lado.
Abri os olhos, e vi o homem na minha frente, ele é meu marido, o homem que amo por quatro anos.
Meu coração pareceu cair no gelo.Nao tinha mais forças para dizer mais nada.Voltei para o meu quarto com o coração pesado, um vazio enorme que parecia me engolir.
Eu queria ser forte, mas quando vi meu vestido de noiva pendurado lá, como um lembrete cruel de tudo que perdi, minhas forças me abandonaram.
Minhas pernas cederam, e eu caí de joelhos no chão, segurando o vestido com tanta força que os dedos doíam. As lágrimas vieram sem controle, uma torrente que eu não conseguia parar.
Enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, prometi a mim mesma que seria a última vez que choraria por Miguel. Amanhã, eu sairia daquela casa. Amanhã, eu começaria a reconstruir minha vida.
Mas eu não tinha respostas, apenas uma dor insuportável. Levantei-me com dificuldade e corri para o banheiro. Meu estômago se revirava, e antes que pudesse pensar, vomitei tudo. O gosto amargo na boca era um reflexo perfeito do que eu sentia por dentro. Talvez fosse nojo. O nojo do desprezo de Miguel, o nojo de mim mesma por tê-lo amado tanto.
Depois de algum tempo, recuperei o controle. Lavei o rosto, olhei-me no espelho e vi uma mulher quebrada, mas determinada. Eu não podia continuar vivendo daquela maneira. Peguei as roupas, mas não fiz todas malas, desci as escadas e esperei.
O motorista de Miguel chegou pouco depois, trazendo um envelope. Ele me entregou sem dizer nada. Abri com mãos trêmulas e vi os papéis do divórcio, prontos para minha assinatura.
Assinei ali mesmo, sentindo como se estivesse cortando a última corda que me prendia a ele. O motorista observou em silêncio enquanto eu entregava o envelope de volta.
— A senhora precisa de algo? — perguntou ele, com um tom quase gentil.
Quando o motorista perguntou se eu precisava de algo, senti minha garganta se fechar. Meu coração estava pesado, mas minha mente sabia que não havia nada que ele pudesse fazer. Balancei a cabeça, tentando disfarçar a dor que se refletia em cada palavra.
Quando passei por ela, Diana tropeçou e caiu ao chão com um gemido dramático, como se estivesse encenando um teatro particular. O som de passos apressados ecoou pela casa, e Miguel apareceu. Seus olhos caíram sobre Diana, depois em mim, e o veredicto estava claro antes mesmo que ele falasse.
— Anny, o que você fez?
As palavras dele foram como um golpe. Meu peito apertou, mas eu não deixei transparecer. Olhei para Diana, que fingia estar mais machucada do que realmente estava, e depois para Miguel, que parecia determinado a protegê-la.
Minha voz soou firme, mas meu coração estava em pedaços. Após enfrentar ele decidi subir em esperar por mais explicações ou acusações, virei-me e subi para o quarto, minhas mãos tremendo enquanto fechava a porta atrás de mim.
Quando finalmente fiquei sozinha, a barreira que eu havia construído desmoronou. As lágrimas vieram como uma tempestade, e eu chorei como não chorava há anos. Chorei pela dor, pelo desprezo, pela perda de tudo que um dia sonhei.
Enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, prometi a mim mesma que seria a última vez que choraria por Miguel. Amanhã, eu sairia daquela casa. Amanhã, eu começaria a reconstruir minha vida.
continua...
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