Cap. 10
Adele Miller
Acordo com o barulho do despertador. Fico um pouco desnorteada, por conta da bebedeira de horas atrás. Levanto-me indo para o banheiro, faço minha higiene, tomo banho e volto para o quarto. Vou até o closet para pegar o uniforme da escola, quando termino de me vestir vou até o espelho para ver como ficou. Para um uniforme, achei sensual demais. Porém, eu gosto, termino de me arrumar e saio do quarto pegando minha bolsa.
Assim que chego à cozinha, Jones e Louise, estão sentados comendo as suas refeições. Para não ser mal-educada cumprimento os dois, mas só a megera responde, Jones continua comendo sem me olhar. Pego um pão francês, acrescento uma fatia de queijo. Percebo que não tem suco na mesa, para não incomodar a Maria, me levanto indo até à geladeira. Quando volto, Louise não está mais na mesa, apenas Jones continua sentado.
Dessa vez ele olha para mim, avaliando a minha roupa. Pela cara que faz acredito que não aprovou, porém, não diz nada. Sento-me para começar a comer. Quando ele termina se levanta da mesa, passa por mim me encarando. Ouço a sua voz rígida atrás de mim.
— Dei ordens para o motorista, levá-la à escola. Não quero que você saia de lá sem ele, entendido? — A vontade que tenho é de não respondê-lo. Mas pelo tom da sua voz ele quer uma resposta.
— Sim, senhor. Não se preocupe, minha intenção não é lhe dar dor de cabeça — protesto ironicamente.
Ouço o barulho das solas do seu sapato, preencher o ambiente. Sinto a sua presença perto demais, a ponto de me derreter com o seu perfume. Meu corpo se arrepia quando o seu hálito refrescante, bate no meu pescoço. Sinto um formigamento em meu ventre quando ele diz no meu ouvido:
— Dor de cabeça, eu tenho desde quando coloquei meus olhos em você, garota. Entretanto, garanto que não é na cabeça que está pensando. — Dito isso ele sai, me deixando desestabilizada.
Termino meu café com os pensamentos longe. Saio de casa e encontro o motorista na porta, a minha espera. Ele não é tão novo, mas também não é velho, na minha opinião é bem charmoso.
— Bom dia — o cumprimento.
— Bom dia, senhorita. — Depois de entrarmos no carro, seguimos viagem.
Quando chego à escola, fico impressionada com a estrutura. Passo pelos corredores a procura da sala da direção, quando acho o diretor, ele me passa todos os horários e os livros que irei precisar. Depois me acompanha até à minha sala. Quando entro, recebo olhares curiosos, quatro meninas que estão em um grupo me olham diferente, mas tento não me importar. Assim que termina a apresentação, vou me sentar ao fundo da sala. Quando me viro para a frente, tem uma menina e um menino me encarando.
— Oi, me chamo Luna. Esse aqui é o Guilherme — A moça se apresenta sorridente.
— Mas pode me chamar de Gui. Apenas os mais próximos me chamam assim, flor — o rapaz comenta com uma voz fina.
— Como o diretor disse, me chamo Adele. Quem são? — Faço um gesto com a cabeça, apontando para as quatros garotas. — Gui faz uma careta antes de responder.
— Resumindo em uma frase, elas são as vacas da escola. Não ligue para elas, por mais que elas façam do seu ano um dos piores. Por isso quando essas putas vierem soltar o seu veneno peçonhento, as faça engoli-los.
— Isso mesmo, amiga, não dê o braço a torcer. — Já amei eles.
— Pode deixar, obrigada pelo aviso.
As horas se passam rápido demais, tento prestar a atenção na aula de filosofia, no entanto, fica difícil quando Luna e Gui me contam sobre as suas vidas. Quando o sinal bate ainda estamos na sala, pois com tanta falação não ouvimos o barulho estridente. Após sairmos da sala, fomos à cantina, pois em seguida teremos aula de física. Quando finalmente as aulas terminam, anoto o número do celular deles, afinal não posso perder contato, mesmo que de agora em diante eles serão minha companhia diária.
Assim que cheguei à minha casa, Maria disse que o almoço já estava pronto. Subo para tomar outro banho e me trocar. Desço para a cozinha para almoçar, pois estou com bastante fome. Faço a minha refeição ao lado da Maria. Enquanto almoço penso em ligar para Jones, para perguntar se posso comprar outro celular, pois o meu está piorando a cada dia.
Depois que termino, ligo para ele, mas o celular só chama, então resolvo ir até o Will, perguntar se ele pode me levar até às empresas Marshall.
— Will, você pode me levar até à empresa do meu pai? É que estou tentando falar com ele, mas o celular só chama. — Ele me olha um pouco relutante.
— Não sei se é uma boa ideia, Sra. Marshall.
— Vamos, Will, estou precisando de um celular novo e ele não atende. Caso ele reclame ou algo dê errado assumo toda a culpa, fique tranquilo.
Ele acaba concordando, volto para pegar minhas coisas em seguida saímos.
Will para o carro em frente a um edifício, onde toda a frente é espelhada. Um verdadeiro deslumbre, a meu ver. Will desce e abre a porta para que eu possa descer.
— Informe na recepção que é filha do Sr. Marshall, a recepcionista irá conduzi-la ao andar correto.
Quando atravesso o hall, fico ainda mais maravilhada com o luxo do local. Chegando à recepção, pergunto a recepcionista onde fica o andar de Jones. Ela me encara como se não quisesse me dizer, porém, no fim ela acaba informando.
O escritório de Jones fica no último andar do prédio. Saio em disparada em direção ao elevador. Quando as portas se abrem vejo um corredor, apenas com duas salas. Ambas tem uma mesa ao lado, no entanto, uma das mesas está vazia. Na outra mesa tem uma mulher de pele branca e cabelos negros moldando o seu rosto. Assim que ela nota a minha presença, seu sorriso fica evidente para mim.
— Olá, você poderia me dizer qual dessas salas é a do Sr. Jones? — pergunto.
— Essa aqui — responde apontando à sua esquerda. — Essa outra é a do Sr. Théo. Caso queira falar com o Sr. Jones vou precisar anunciá-la, senhorita.
— Não precisa sou a filha dele, acho que ele não irá me proibir de entrar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Desejo Pecaminoso
Amei!! Já quero o segundo livro Desejo ardente 🙂...
Amando d+++++...