Lauren remexeu a boca, desgostosa. Aparentemente, ela não teria paz tão cedo.
Era incrível, quando tudo parecia que estava se encaixando, pequenas coisinhas insistiam em acontecer e transformar tudo em uma imensa confusão, cansativa.
— Tudo bem, peça que ela entre.
Lauren desligou o telefone e fechou os olhos. Então, algo clicou na mente dela e ela pegou o celular. A porta do escritório abriu-se minutos depois e ali estava Marissa, com os cabelos soltos, um vestido branco soltinho, bem de grávida, e com uma expressão de dar pena, aquelas que invocam um sentimento de querer proteger. Não em Lauren, claro, que conhecia muito bem a natureza daquela mulher.
— Sente-se, senhorita Langston. — Lauren apontou com a mão, de maneira profissional, para a cadeira em frente à mesa dela. Marissa o fez. — Em que posso ajudar?
Enquanto Lauren cruzava as mãos em cima da mesa, Marissa ajeitava de maneira meiga os cabelos.
— Senhorita Laurent, eu sou grata pela oportunidade, porém, acho que as questões pessoas não podem ser ignoradas.
Lauren franziu de leve a testa, mas permaneceu calada, esperando que Marissa terminasse.
— Damian… ele é o pai do meu filho. Eu não sabia que ele estava flertando com a senhorita! — Os lábios de Marissa tremiam e Lauren tentou ficar com a expressão neutra, mas por dentro, disse a si mesma que Marissa deveria desistir de ser modelo e procurar ser atriz. Aquela falsa! — Eu estou grávida, como a senhorita bem sabe e…
Marissa abriu a própria bolsa, retirando de lá um lenço e enxugando os olhos secos.
— Eu o amo e sei que ele me ama. Temos uma relação de muitos anos! Ele nega, claro… mas… — Marissa olhou para Lauren, tristonha. — Damian é um homem de negócios. E… ele está interessado no que tem aqui.
Os olhos de Lauren se estreitaram e ela conseguia ver onde Marissa queria chegar. Por isso, levantou a mão, pedindo espaço para falar.
— A senhoria veio aqui insinuar que Damian Lancaster está comigo por puro interesse comercial. É isso?
Marissa engoliu em seco e assentiu.
— Não pense mal dele! — ela pediu num suplico e segurou a mão de Lauren por cima da mesa, o que está se esquivou em seguida. Uma clara rejeição. Marissa segurou a respiração, paralisada, mas retornou ao seu teatro em seguida.
— Não. — Lauren levantou-se da cadeira dela. — A senhorita veio plantar a discórdia entre Damian e eu. Veio tentar nos afastar. Não posso afirmar que queria que eu me descabelasse, perdesse o controle e saísse como a errada da história. Só que isso, senhorita Langston, não aconteceu.
— Damian… não é nada disso! — Marissa falou, porém, Damian estava olhando para ela como se pudesse matá-la. Marissa andou para trás e abriu a porta. Vendo que não conseguiria nada ali, ela mordeu os lábios e se jogou no chão, segurando a barriga. — Ah! Minha barriga!
Claro que aquilo chamou a atenção das pessoas no andar de baixo. Lauren franziu a testa e se aproximou de Marissa, mas logo parou de andar.
— Socorro, minha barriga! Meu bebê!
— O que está acontecendo aqui? — uma cliente perguntou e olhou de Marissa, no chão, para René, em pé, não muito distante. — Isso é um absurdo! Chamem a ambulância e a polícia!!
Lauren viu um pequeno sorriso no rosto de Marissa.
“Que desgraçada!”, Lauren pensou, mas não se moveu. Ela cruzou os braços, ainda segurando o celular apontado para a cena.

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