Loui se levantou e foi abrir a porta. O corpo dele estava dolorido, bem como a cabeça. Não havia nenhuma mensagem da polícia e ele iria até eles assim que se livrasse daquela pessoa inconveniente.
“E se for Emma?”, a voz interna dele perguntou e Loui apressou o passo. Abriu a porta num rompante e, toda aquela excitação sumiu.
— E isso é cara pra receber o seu pai? — Eurico Jarvis afastou o filho com o braço e entrou no pequeno apartamento como se fosse o próprio dono. Ele olhou em volta e torceu o nariz. — Trabalha pra aquele homem e vive nessa espelunca!
Louis já estava cansado de ouvir aquilo. O pai não morava exatamente com ele. Mas também não não morava! Ele ficava dias ali, passava dias fora, voltava e era assim. Pela forma como se sentou no sofá, ele ficaria algum tempo. Tudo o que Loui não precisava!
— O que o senhor quer? — ele perguntou, fechando a porta. — Se é grana, pode esquecer. Não tenho.
Eurico olhou as unhas de uma das mãos e o olhar era de fingido desinteresse.
— O seu chefe almofadinha casou, maior festão. Nem tente me enganar, eu vi na internet! — o velho disse com o queixo erguido. — E ele não te deu nada? Mão-de-vaca!
Loui apertou a ponte do nariz entre o indicador e o polegar, abaixando a cabeça e soltando um suspiro.
— No caso, quem tinha que dar presente era eu, não ele!
— Olha o tom! — Ele se levantou de uma vez e usou o dedo erguido para apontar para o rosto de Loui. — Eu acho bom você arrumar logo a minha grana, moleque. Ou…
— Ou o quê? — Loui perguntou. — Tô cansado disso! Não sou seu banco particular!
— Eu te criei, como pode agir como se não me devesse?!
— Eu sou seu filho, então, tinha mesmo que me criar. E não haja como se tivesse feito um bom serviço! Vivia no bar! Se não fosse a minha avó, eu estaria ferrado!
O velho torceu a boca e o olhou com deboche.
— E não está? Não tem nem dinheiro pra nada! Pra cumprir com a sua OBRIGAÇÃO de filho!
Loui abriu a porta da casa, sem olhar para o pai, mas sim para um ponto no piso.
— Fora.
Loui sabia. Os policiais não iam ali porque era área perigosa e os bandidos comandavam. A polícia só “entrava” quando algum acordo era quebrado. E era uma regra: chamar a polícia era o mesmo que desafiar os chefões.
Quando percebeu que Loui estava quieto, Eurico tomou isso como um sinal positivo e foi para a sala. Sentou-se e pegou o controle remoto.
— E é melhor começar a fazer algo pra eu comer, seu merdinha miserável!
Loui estava tremendo de raiva. Ele não aguentava mais aquela situação!
Ele trocou de roupa e saiu do quarto, pegando as chaves.
— Onde diabos pensa que vai? E a minh
a comida?
Loui não respondeu, apenas bateu a porta ao sair.

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