Ela Casou com o Chefe romance Capítulo 11

O relógio marcava 07h55 quando Helena entrou na sala de reuniões do 31º andar. Vestia um blazer azul-marinho de corte impecável, cabelo preso em um coque elegante, olhos firmes e postura ereta. Tinha nas mãos um pendrive e a confiança de quem sabia exatamente o que estava fazendo.

A mesa oval já estava cercada por diretores de filiais regionais, alguns cochichando entre si. Muitos a reconheceram assim que ela entrou — a mulher do vídeo. Mas não ousaram comentar. O clima era tenso. Respeitoso.

Ela conectou o arquivo ao sistema da tela e deu início à apresentação com um leve sorriso.

— Bom dia. Sou Helena Duarte, gerente de planejamento estratégico. Hoje, por designação do Sr. Leonardo Alencar, estou aqui para apresentar a proposta de reestruturação das unidades regionais. — Fez uma pausa. — E, quem sabe, provocar algumas mudanças no que se acreditava impossível.

As primeiras lâminas surgiram na tela, limpas, diretas, com gráficos claros e soluções ousadas. A sala silenciou. Um ou outro diretor tentou questionar, mas ela os derrubava com dados, raciocínio afiado e respostas firmes.

Quando terminou, os olhares não eram mais de curiosidade — eram de admiração.

— Alguma pergunta? — ela finalizou.

Um silêncio constrangedor se espalhou, até que um dos mais antigos diretores murmurou:

— É a primeira vez que entendo tudo numa apresentação. Obrigado.

Ela apenas sorriu, recolheu seus materiais e saiu da sala.

Assim que a porta se fechou, o celular vibrou.

Leonardo.

“Sala 34. Agora.”

Minutos depois, ela entrou sem bater. Encontrou-o de pé, braços cruzados, olhando para o próprio reflexo no vidro.

— Impressionante. — ele disse, sem virar-se.

— Obrigada. — respondeu, colocando o pendrive sobre a mesa dele.

— Os diretores adoraram você.

— Eu não estava tentando ser adorada. Só precisava mostrar que mereço o lugar que ocupo.

Leonardo a encarou. Seu olhar era tão intenso que por um segundo, Helena sentiu o estômago revirar — não de medo, mas de algo mais instintivo. Uma atração não declarada. Uma batalha silenciosa.

Silêncio.

A tensão entre eles pulsava como uma corrente elétrica invisível.

— Volte amanhã. 7h. Vamos revisar juntos o plano de expansão.

— Claro. — Ela virou-se para sair, mas antes de alcançar a porta, ele falou:

— Ah, Helena…

Ela parou e olhou por cima do ombro.

— Use o cabelo solto amanhã. Combina mais com sua nova postura.

Ela não respondeu. Apenas sorriu de lado.

E saiu — sabendo que tinha vencido mais uma rodada desse jogo.