O amor florescia de forma intensa, tão intensa quanto inesperada. Quem poderia imaginar que aquela união por vingança se transformaria em algo tão poderoso?
Na cobertura que agora dividia com Leonardo, Helena observava a cidade de Montserra da enorme varanda de vidro. A mesma cidade que a humilhou, que a julgou, agora reverenciava seu nome.
Mas, mesmo com toda essa mudança, algo ainda incomodava seu coração — um resquício do passado que insistia em provocar desconforto: sua família biológica.
O escândalo envolvendo Carlos Ferraz e Isadora continuava rendendo manchetes, novas provas surgiam diariamente. E, naquele dia, o advogado de Helena a procurou.
— Helena, há um detalhe que você precisa saber. — disse ele, com expressão séria. — Carlos tentou negociar uma redução da pena em troca de informações sobre outras fraudes... e sobre você.
— Sobre mim? — ela franziu a testa, cruzando os braços. — O que mais ele poderia esconder?
O advogado respirou fundo antes de responder:
— Não só Carlos sabia que Isadora era filha biológica dele... como sua própria mãe sabia de tudo desde o início.
O mundo de Helena pareceu girar por alguns segundos.
— Não... não pode ser. Minha mãe... —
— Ela aceitou o acordo. Fingiu a adoção, fingiu que Isadora era uma órfã... tudo para manter o casamento com Carlos. Ele a chantageou. Se ela não aceitasse, ele a destruiria financeiramente e socialmente.
Helena apertou os olhos, sentindo o peito arder.
— Então ela... Ela preferiu sacrificar a mim. — sussurrou, segurando as lágrimas. — Me tratou como menos, me ignorou, me colocou sempre atrás... só para manter essa mentira viva.
O advogado assentiu, com pesar.
— Exatamente.
Naquele momento, Helena sentiu uma mistura de dor, raiva e... alívio. Alívio porque, finalmente, entendia a raiz de tudo. Não era ela quem nunca foi suficiente. Nunca se tratou disso. Era uma mentira construída desde sempre.
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