A porta do saguão principal do luxuoso Hotel Belvedere se abriu lentamente, atraindo os olhares de todos.
O som dos saltos ecoando sobre o mármore branco era quase uma trilha sonora para o anúncio da chegada de Isadora Ferraz — agora com o sobrenome que sempre quis exibir, como se fosse um troféu.
Vestida com um conjunto caríssimo de grife europeia, cabelos perfeitamente ondulados, maquiagem impecável e um sorriso venenoso nos lábios, ela caminhava como quem estava prestes a reconquistar o que "lhe pertencia".
— Senhorita Ferraz, os jornalistas estão prontos. — anunciou seu assessor, tenso.
— Ótimo. — ela respondeu, jogando os cabelos para o lado. — É hora de mostrar para Montserra que estou de volta. E não vim em paz.
No salão reservado para a coletiva de imprensa, os flashes explodiam quando ela entrou. Ninguém ousou interrompê-la quando pegou o microfone.
— Boa tarde. — disse, com um sorriso calculado. — Eu sei que todos estão curiosos sobre o motivo do meu retorno. A verdade é simples: eu vim para restabelecer a verdade.
Um burburinho cresceu entre os repórteres. Ela prosseguiu:
— Fui afastada da minha própria família, tratada como uma intrusa por anos... Mas a verdade finalmente veio à tona. Sou filha legítima de Carlos Ferraz. O sangue dele corre em minhas veias.
Ela fez uma pausa dramática.
— E isso significa que todos os direitos, todas as heranças, propriedades, ações... também são meus por direito.
As perguntas começaram a surgir.
— Está dizendo que pretende disputar judicialmente a fortuna da família?
— Isso não é uma vingança contra sua irmã, Helena Martins Torres?
— Vingança? — ela sorriu, venenosa. — A vingança só existe quando há justiça a ser feita. E, se Helena se sente ameaçada, talvez seja porque sabe que tomou um lugar que nunca foi dela.
Helena se levantou, pegou uma toalha e caminhou com passos firmes em direção ao elevador. Ao chegar ao apartamento, seu celular vibrou.
Nova mensagem de um número não salvo:
“Já estou de volta, irmã. Vamos ver quanto tempo mais você consegue segurar esse trono emprestado.”
Helena encarou a tela e, com um sorriso frio, respondeu:
“O trono não foi emprestado, querida. Eu o conquistei. E ao contrário de você... eu sei como governar.”
Ela apagou a mensagem, se olhou no espelho da sala e repetiu para si mesma:
— Que venha o jogo.

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