Em seu lugar romance Capítulo 10

Maysa

Acordo com as luzes do quarto sendo acesas, e Zafira como um sargento me mandando levantar. Pego meu relógio de pulso, cinco e meia. Suspiro, depois de uma noite mal dormida, estou indisposta, e meus braços parecem que pesam uma tonelada, doí todos os músculos pela tarefa de ontem. Fito minhas mãos. Estão melhores, mas ainda doíam ao toque.

Me arrasto até o banheiro e lavo o rosto, prendo os cabelos no alto da cabeça e visto o caftan branco. Calço os chinelos. Logo Zafira aparece. Eu a sigo como uma sonâmbula até a cozinha. Ainda está escuro e o ar fresco, quase frio. Meu coração começa a se agitar no peito.

Allah me ajude! Eu não sei cozinhaaaaaaaaaar!

Preciso falar com a responsável pela cozinha.

Depois de passarmos pela sala de jantar, seguimos mais um pouco por um corredor que nos leva até um uma parede em forma de arco. Então, a cozinha.

Grande, muito bem equipada, simplesmente linda com seus armários cinza e branco. O paraíso das cozinheiras, mas me sufoca.

Allah!

— Onde está a responsável pela cozinha?

Eu engulo em seco, meu coração dispara no peito, na expectativa da resposta.

— O patrão deu folga para ela hoje, já que você irá cozinhar.

Escondo minhas mãos que começam a tremer.

— O café da manhã é só para ele?

— Sim, mas capricha, essa pode ser a única refeição do dia dele, pois ele é muito ocupado. Às vezes ele vem para almoçar, mas geralmente, ele só vem a tarde para outro café. Eu que adoraria estar na sua pele. O serviço da cozinha é moleza perto de outros serviços da casa. Você com esse seu jeitinho, no fim, conseguiu o melhor serviço.

Como eu não respondo, ela continua:

— Depois que você fizer o café, te passarei algumas tarefas. Tem receitas que você fará durante o dia. Não pense que ficará à toa.

Ela me olhou com cara de poucos amigos e me entregando o cardápio, sai da cozinha. Eu começo a suar frio e com as pernas moles, ocupo uma cadeira em frente a uma grande mesa que fica no centro da cozinha.

CAFÉ

LEITE QUENTE

KAFTA

SUCO DE LARANJA

Café, leite quente e suco de laranja, isso ok, sei fazer.

Mas Kafta?

Bem, vamos por partes.

Começo pelo suco de laranja, pego quatro laranjas, e depois de encontrar o espremedor, retiro o suco delas. Deu exatamente um copo grande.

Kafta, Kafta, Kafta... tento puxar na memória como minha mãe fazia.

Eu não me lembroooooooooooo!

Deve ter um livro de receitas nessas gavetas! Começo a revirar, uma por uma.

Nada!

Fito o relógio, seis horas da manhã. Ele disse que tomava café às seis e meia. Tenho meia hora ainda. Será omelete! Allah! Me ajude!

Pego quatro ovos, acrescento salsinha, sal, cebola picadinha, um tomate bem picado e queijo. Viro sobre a frigideira que encontrei, onde passei antes um pouco de óleo para não grudar. Mas não teve jeito, como a frigideira é de ferro a omelete grudou, tive um trabalhão para desgrudar tudo e virar em um prato e pôr o outro lado na frigideira novamente.

Nessa hora, pisco tentando conter minhas lágrimas, quando gruda tudo novamente.

Jogo em um prato e tento consertar a aparência que não está nada boa...

Agora o café. Faço um café forte, pois conheço o gosto árabe para café. Fervo o leite e arrumo tudo em uma bandeja: o café, o leite, o suco de laranja, e a omelete, que mais parece com ovos mexidos, uma xícara e um potinho de açúcar com uma colherinha, a colher e um garfo ao lado do prato.

AH! Então me lembro do guardanapo. Pronto!

Seis e meia em ponto Zafira entra. Eu começo a soar frio.

—Tudo pronto?

—Tudo. —Escondo a bandeja com meu corpo, que está sobre a mesa.

— Então pode levar.

Ela sai. Pego a bandeja e tudo começa a tremer dentro dela, pois minhas mãos tremem mais que vara verde por causa do nervosismo. Com cuidado, caminho até a sala de jantar.

Said está lendo um jornal. Quando sente minha presença o deposita em uma cadeira.

Allah! Ele consegue me deixar mais nervosa.

Ele, como sempre, lindo de morrer. Cabelos negros molhados, a barba charmosa sem um fiozinho fora do lugar, terno cinza risca de giz, camisa branca e gravata cinza com tons pretos. Desvio meus olhos dos olhos intensos dele.

Enquanto eu caminho, tudo balança quase me fazendo rir de nervoso. Sentindo seu perfume maravilhoso. Deposito a bandeja na mesa e distribuo tudo na frente dele. Lanço um olhar para o rosto dele, e vejo suas sobrancelhas subirem com um leve sobressalto quando ele fita a omelete que mais parece ovos mexidos.

—O que é isso? —Ele pergunta irritado.

—Isso é.... —Não poderia dizer que era uma omelete, pois não parecia nada com uma. —Ovos mexidos.

Ele me fita com seriedade.

—Você recebeu o cardápio?

Eu começo a transpirar.

—Recebi, mas não sei fazer Kafta a olho, preciso de um livro de receitas, então improvisei.

Seus olhos parecem balas me almejando.

—Vou enfrentar um dia inteiro de trabalho, sabe lá por quantas reuniões vou passar visitando meus hotéis, sem poder almoçar direito e você resolve improvisar? Você acha que isso sustenta um homem que mata um leão por dia, para que tudo caminhe bem? Você fez de propósito, não fez?

Sinto meu rosto esquentar, respiro fundo e digo séria.

—Não, não fiz. Como disse, preciso de um livro de receitas.

— Uma pessoa experiente como você, precisa de um livro de receitas?

—Sim.

Ele me olha com o semblante fechado e respirando fundo, pega o suco de laranja, nessa hora eu me viro para me refugiar na cozinha, quando ouço sua voz forte e áspera me chamando:

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