Em seu lugar romance Capítulo 12

Levanto as mãos para os céus. Obrigada Allah!

Depois que ela sai, resolvo tomar um banho. Retiro minha roupa e a coloco de lado. Pego outro vestido de trabalho. Encho a banheira, depois fechando a porta coloco a cadeira para segurá-la. Como se isso ajudasse. Penso de repente.

Lavo os cabelos e dessa vez uso o condicionador. Fico um tempo relaxada na banheira. Antes que a água esfrie por completo, saio.

Depois que me troco, fito meus cabelos longos e depois a tesoura em cima do balcão. Pestanejo.

Cortá-los? Agora com o efeito do condicionador, estão tão macios que será um pecado. Depois de secos irei prendê-los.

Sim, melhor!

Deito na cama e tiro um cochilo, não sei quanto tempo eu durmo até ouvir a porta sendo aberta. Said entra, eu me sento rápido na cama, o coração agitado no peito. Ele está com a mesma roupa que saiu para trabalhar. Seus olhos correm pelos meus cabelos soltos e que caem como cascata até a altura dos meus seios.

— Você disse que viria para o café.

Ele sorri friamente para mim.

— É hora do café.

Eu me lembro do despertador e lanço um olhar rápido para ele.

— Quatro e meia. —Ele disse seco.

Volto meus olhos para o rosto enigmático de Said, meu coração parece que está participando de uma maratona, pois pula dentro de meu peito como um louco.

— Me arrumo num instante.

Levanto meio afobada, calçando meus chinelos.

— Zafira disse que quer uma TV e um rádio.

Eu assenti.

—Você não está em um hotel de luxo. —Ele diz rude. —Você está aqui por que praticou um ato baixo, demonstrando sua má índole, roubando uma viúva pobre, para gastar com futilidades.

Eu o encaro séria, sentindo seu olhar duro, sem misericórdia sobre mim. Ele é a única pessoa que consegue fazer todo o meu equilíbrio descer por ralo abaixo.

Mesmo em cacos, não vou dar a ele o gostinho de sentir o quanto suas palavras me afetam. Eu dou um sorriso frio.

Estou aprendendo com ele.

—Obrigada por me lembrar. Com licença meu amo, vou prender meus cabelos e fazer sua refeição.

Eu estava seguindo até o banheiro quando ele avança muito rápido e me puxa. Eu perco o equilíbrio tropeçando no maldito tapete e caio em seus braços, espalmo minhas mãos nele para me segurar. Levanto meu rosto e recebo um sorriso debochado.

— Eu ainda não terminei.

Seus olhos parecem querer perfurar os meus.

—Me solta. —Digo e dou um safanão para me livrar das garras dele. Mas ele é muito mais forte que eu e eu continuo presa.

Nessa hora eu o vejo fechar os olhos e se aproximar mais dos meus cabelos e se afastando um pouco para me fitar e sem me largar, ele abre um sorriso diabólico.

—Você cheira bem. Cheira como uma odalisca, uma feiticeira. Que seduz viúvas destruidora de lares. Uma pena. Tão linda, mas tão podre por dentro...

Ah isso é demais!

Com a mão livre tento acertar-lhe a face, mas ele se esquiva, e coloca os meus dois braços para trás. Eu luto, tentando me libertar.

O perfume dele começa a invadir meu nariz e atordoar meu cérebro. Eu tenho mais medo do que acontece com meu corpo quando ele me segura do que dele.

Meu coração bate como um louco, minhas pernas estão moles, parecem que vão dobrar.

Eu preciso resisti-lo! Eu já passo a impressão errada e também tenho medo das consequências.

Mesmo abalada, eu encaro com altivez os olhos negros dele. Seus olhos nos meus são frios. Então, algo brilha dentro deles e ele desce seus olhos para a minha boca e para ali. Minhas fantasias românticas adormecidas faíscam despertas como fogos de artifício, ameaçando me incendiar.

Ele desce o rosto devagar e nessa hora eu entendo o que irá acontecer. Viro meu rosto fugindo dos lábios dele. Ele solta uma das minhas mãos, mas percebo que a finalidade não é me deixar livre e sim pegar meu queixo e virar minha cabeça para ele.

Ele toma minha boca com um beijo violento. Então, me aperta com um dos seus braços, enquanto uma mão segura a minha cabeça e seus lábios passam a se mover sobre os meus famintos.

Eu não o resisto, não consigo, fico atordoada com a sensação maravilhosa de estar nos braços dele, sentindo seu calor, sentindo seu perfume maravilhoso, então, fecho meus olhos e deixo que tudo aconteça. Seus lábios agora descem até o meu pescoço me fazendo me inclinar para trás e por pouco não gemo de prazer.

Sim, estou me deixando levar numa rede de sedução.

Eu estremeço quando sua boca corre até o meu ouvido e mordisca o lóbulo da minha orelha, antes de tomar a minha boca novamente.

Quando eu estou para corresponder seus beijos, a imagem dele me condenando me vem muito forte, e minha razão fala mais alto do que o que a sensação que ele me provoca, acusando-me que estou louca. Avisando-me que sou um joguete nas mãos dele, um brinquedinho a qual ele se diverte.

Com muita, mas muita força de vontade eu o empurro. Ele não me impede de afastá-lo e eu tenho certeza que se ele quisesse, ele poderia me dominar, mas o beijo parece satisfazê-lo, momentaneamente.

Dou mais um passo para trás para manter uma distância segura. Nos encaramos ofegantes.

Eu preciso deixar claro para ele que eu sou uma mulher séria e não uma qualquer. Sim, pois com certeza, eu passo outra imagem.

— Eu não sou uma mulher fácil, uma odalisca como você me julga ser. E você não pode ficar entrando em meu quarto e se aproveitando da minha inocência!

Ele ri, então gargalha. Aos poucos se recupera cruza os braços, todo onipotente. Minha frequência cardíaca acelera enquanto o homem alto, com físico perfeito, cada músculo definido, ombros largos cintura estreita, olha para mim.

—Muito inocente, você!

Mesmo abalada pelo homem sexy à minha frente, eu o encaro furiosa. Eu não posso deixar que isso aconteça novamente, eu conheço o poder que esse homem tem no meu corpo.

Ele parece um feiticeiro, atordoa minha mente.

—Não quero que toque em mim!

Ele não se abate com minhas palavras e seus olhos correm pela minha figura trêmula.

—Qual é seu preço? —Ele pergunta friamente. —Você se venderia pela sua liberdade?

O quê? Cruzo os braços, fazendo força para não tremer na frente dele.

—Não! Você não entendeu? Eu não sou desse tipo! Sou apenas moderna.

Ele fecha a cara.

— Eu não vejo isso como modernidade. Você é uma serpente sedutora, isso sim! —Ele então me fita calado por um tempo. —Bem, mas não foi por isso que entrei aqui.

—Eu sei, você veio me lembrar de minha condição, como se eu me esquecesse dela. — Sorri para ele debochada.

—Sim, também isso. — Ele sorri jocoso.

O silêncio então fica entre nós.

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