Resumo de 13-Mandei que se calasse – Em seu lugar por Sandra Rummer
Em 13-Mandei que se calasse, um capítulo marcante do aclamado romance de Romance Em seu lugar, escrito por Sandra Rummer, os leitores são levados mais fundo em uma trama repleta de emoção, conflito e transformação. Este capítulo apresenta desenvolvimentos essenciais e reviravoltas que o tornam leitura obrigatória. Seja você um novo leitor ou um fã fiel, esta parte oferece momentos inesquecíveis que definem a essência de Em seu lugar.
Fizemos nossas tarefas em silêncio, Zafira me ensinou a fazer o Kafta e eu comparei com o livro de receitas. Percebi que ela tinha uma maneira de temperar diferente, então apenas anotei as mudanças.
Quando ficou tudo pronto, arrumamos tudo na bandeja.
— Zafira, Said disse que amanhã terá um jantar, ele pediu para fazer carneiro assado.
— Ele mudou de ideia. Veio agora falar comigo e pediu para a cozinheira fazer uma mesa com vários patês, frutas, pães pita, sucos, molho picante, salgados e doces.
Suspiro aliviada.
—Você sabe por que ele mudou de ideia?
— Não sei.
Eu dou de ombros, e carrego a bandeja para levar para a sala de jantar. Meu coração nessa hora dispara com a cara de poucos amigos que Said me olha enquanto eu caminho com passos vacilantes tomando cuidado para que nada derrame. Ele parece impaciente, pois tamborila os dedos na mesa.
Eu me aproximo de seu lado direito, e distribuo os alimentos. Dessa vez ele não pede para eu ficar, e eu aliviada me retiro e me abrigo na cozinha.
Zafira tinha saído da cozinha, eu suspiro na minha solidão e vou até a janela. De lá dava para ver um lindo jardim. Suspiro de novo, observando a beleza do lugar. Ele está iluminado pelo sol da tarde que já está indo embora, o céu avermelhado.
Lindo!
Então me lembro da minha irmã. Preciso saber dela. Quando eu for buscar a bandeja, pedirei a Said para ligar.
Não deu muito tempo ouço a voz de Said nas minhas costas.
— Dessa vez você acertou.
Eu me viro para ele.
— Que bom. — Arreganho os dentes.
Ele corre seus olhos pelo meu rosto e uma tempestade se forma. Ele se aproxima de mim e eu me assusto com a energia negra que vejo nele. Quando me dou por mim, sou lançada sobre seus ombros e ele sai me carregando pela casa como um bárbaro.
—Me solta, o que está fazendo?
Eu vou me contorcendo em todo o trajeto, mas ele me ignora e me carrega até meu quarto e depois segue até o banheiro. Meu coração explode dentro do peito de medo quando ele me coloca no chão.
— O que você vai fazer?
Ele não responde, pega uma toalha e abre a torneira da pia e a molha. Com esse gesto entendo que ele vai tirar minha maquiagem.
Ele me olha com aqueles olhos de granito e estende a toalha para mim.
— Tire toda a maquiagem do rosto!
Eu hesito.
— Por quê?
Ele não responde, e se aproximando de mim, começa a limpá-lo, tirando tudo. Como uma criança, eu tento segurar suas mãos. Mas ele continua limpando, desviando de meus empurrões, onde eu tento a todo custo pará-lo.
— Pronto!
Quando ele finaliza sinto meu rosto arder. Ele se afasta de mim e observa o resultado. Meus olhos começam a encher de lágrimas.
Ele avança e eu dou uns passos para trás. Há algo em Said, naquele instante. Ele me olha diferente. Uma espécie de emoção profunda e violenta por trás de sua dig¬nidade fria.
— Said...
— Cale-se! — Ele me interrompe. — Já não chega eu ter de acei¬tar que trabalhe em minha casa? Uma ladra? Como ousa se exibir dessa forma, o que ganha em se aparecer? Em que mundo você vive? Quer ser desprezada, passando uma imagem de mulher vulgar?
— Você já me vê assim, gratuitamente.
— Mandei que se calasse! — Ele me encara hostil. — Posso te enxergar assim como pensa, mas isso é minha ótica, por tudo que sei de você. Não entende que quero te preservar? Que no fundo quero que se torne uma pessoa melhor? Que se arrependa de todos os seus atos, e que se comporte como uma dama? — Ele passa os dedos nos cabelos, e me encara sério. — Após o comportamento indigno que testemunhei neste dia, será confinada em seu quarto.
Fez-se um silêncio longo e desconfortável.
— Você ainda é muito jovem — Ele continua a falar. — Quero que reflita em tudo que eu disse, enquanto eu não ver em você arrependimento e mudança de atitude, eu não vou te libertar. Você deveria me agradecer, pois poderia ter te entregue para a polícia, e não fiz isso. Está aqui, porque aposto em sua mudança e acredito que possa ser uma pessoa melhor.
O que eu poderia dizer a ele?
Ele não conhece a mulher que vive num país liberal, a Maysa. Mas ele vê a Adara, a mulher que roubou uma viúva para comprar futilidades, se vestindo com roupas que valorizam o corpo, uma empregada que passa maquiagem, que é proibido. Apenas a esposa pode usar maquiagem para o marido.
—Said...
Ele se aproxima de mim, eu sou invadida pela súbita e explosiva atração e fico sem falas. Então seus dedos deslizam por meu rosto, e ele coloca a ponta do dedo indicador nos meus lábios, disse:
—Boa noite.
Ele se afasta de mim e eu fico ali parada, sem ação, vendo-o fechar a porta. Sinto-me envergonhada com minha atitude. Realmente estou sendo tola. As minhas ações estão prejudicando minha saída.
Preciso me esforçar para que ele sinta que eu estou colaborando. Mostrar a ele que tenho sede de mudança, que estou disposta a mudar. Mesmo que tudo seja uma grande mentira. Preciso começar a me comportar como uma mulher oriental.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Em seu lugar
Uma das melhores historias que ja li aqui no site,muito boa mesmo!...
Linda a história!!!!...