Esse idiota é responsável por eu estar nessa situação e minha irmã no hospital.
Nervosa e respiro fundo tentando me acalmar.
Desvio minha atenção do rosto aflito de Nurab e fito Said que o tempo todo me procura com os olhos. Suas mandíbulas estão travadas. Ele não está gostando nada de Nurab falando comigo. Ele então fala se inclina e fala algo ao senhor e caminha, com a graça natural de um felino, em minha direção. Parece uma pantera negra, à espreita de sua presa.
Nurab insiste:
— Said não pode saber, vou perder meu emprego e aí que eu não conseguirei ajuntar a grana. Eu pretendo te pagar.
Eu volto meus olhos de novo para Nurab.
—Eu não quero seu dinheiro. Some!
Eu encaro Said sem ar, ele já está bem próximo de nós. Meu coração dispara quando fico presa pela força daquele olhar escuro. Senti um alívio, quando Nurab sai de perto de mim.
—O que ele queria?
Eu o encaro, séria.
—Nada demais. Fez alguns comentários dos salgados.
—Você mente! —Ele se aproxima mais. —Seu rosto fala o que você sente. E eu observei o seu jeito com ele. Não insulte minha inteligência.
Eu suspiro, ele continua:
— Acha agradável mostrar aos meus convidados que eu não consigo controlar minha empregada que fica de papo com um dos gerentes de meu hotel? — Said está me fulminando com os olhos. — Que parte do invisível, você não entendeu? Provoque-me outra vez, e descobrirá do que sou capaz!
Eu preciso me defender.
—Eu estava quieta, ele que veio falar comigo. Por que não o repreende?
Ele parece tomado de raiva.
—Isso só afirma que você mentiu. Você o conhece. Mais tarde conversaremos.
Said se afasta de mim, seus punhos estão cerrados, com certeza ele está nervoso. Eu abaixo a minha cabeça.
Muitas coisas para administrar no meu íntimo. Um misto de sentimentos: raiva pela minha irmã ter sido tão tola e se deixado envolver por um mau caráter. A tristeza pelo fato dela está no hospital; e impotência, pois Said não consegue ver minha falsa regeneração.
Ele tem uma raiva tão latente pelo roubo, que eu tenho medo que se ele descobrir a troca de identidade, ele coloque eu e minha irmã na cadeia.
Não! Só preciso fazer meu trabalho, e Said acabará me libertando. Logo, ele desistirá de mim, e eu terei minha liberdade de volta.
Preciso ser otimista!
Ergo os olhos e vejo Said conversando com Nurab. Ele parece estar lhe dando alguma advertência verbal. Vi Nurab atento e assustado. Isso me dá mais raiva.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Em seu lugar
Linda a história!!!!...