Eu me afasto e tento acertar as faces dele, e quase consigo, mas ele é muito rápido pega a minha mão. Um sorriso odioso, irônico, brota de seus lábios. Ele me segura pelos pulsos e seus olhos correm pelos meus cabelos e depois, devagar ele olha dentro de meus dentro dos meus olhos. Seu rosto se inclina e fica pertinho do meu. Por uns segundos, nos mantemos assim, corpos unidos, lábios tocando-se sem se beijar.
Eu sei, que não há ninguém que possa me ouvir, caso eu grite. Estou à mercê dele e duvido que esse homem tenha alguma complacência.
"Não lute...será pior para você." Ele fala ao meu ouvido.
Espalmo minhas mãos no peito dele, e viro meu rosto, mostrando meu desagrado, embora meu corpo anseie pelo dele. Mas seria muita fraqueza de minha parte se eu cedesse, depois de tudo que eu ouvi.
Ele entende e se afasta. Quando eu levanto meu rosto e o encaro, espero encontrar nele um sorriso debochado, arrogante, mas ele me olha terno, isso me deixa sem ação.
— Vamos até a biblioteca!
Não estou acostumada a lidar com sua essa estranha mansidão. Ele é bipolar? Me pergunto.
Afasto-me dele. Sua figura é alta e poderosa, o retrato do perigo. Ele me encara por um tempo e sai do meu quarto. Eu o sigo até a biblioteca.
Passando por ele, vou até o telefone, disco o número decor. Observo Said pegar um cigarro da cigarrilha de ouro que fica em cima da mesa. Depois que ele acende, fica de costas para mim fitando a janela.
—Nadir? —Quando ela atende, dou as costas para ele.
— Maysa?
— Sim!
— Que bom que ligou. Sua irmã teve uma pequena melhora. Mas os médicos estão questionando muito a identidade dela.
Eu passo os olhos pelas costas largas de Said.
— Ela pode.... —Como eu falarei isso? Zafir está ouvido tudo.
— O quê? Se identificar?
—Isso!
—Tem certeza?
—Sim, absoluta.
—Ela não está mais sendo procurada?
—Não.
—Está certo então. Falarei para ela.
— Explica o motivo. Que está tudo resolvido.
— Que bom... E você? Como andam as coisas?
— Estou fazendo meu trabalho. Está tudo bem. — Me emocionei quando pensei na minha irmã. —Diga a Maysa que a amo.
—Está certo, eu direi.
Desligo o telefone e limpo as lágrimas. Said está me encarando, seu olhar parece sem vida.
—Você gosta muito dessa sua amiga.
—Sim.
—Amanhã, se quiser, podemos visitá-la?
Eu fico sem ação por um momento.
—Eu ouvi bem? Você me levaria para visitá-la?
—Sim. —Diz com a expressão séria.
—Você não poderia entrar comigo, pois ela está na UTI ainda. Não tem problema?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Em seu lugar
Linda a história!!!!...