Em seu lugar romance Capítulo 26

Resumo de 26-Allah! Socorroooooo! Zafira! Me ajuda!: Em seu lugar

Resumo de 26-Allah! Socorroooooo! Zafira! Me ajuda! – Capítulo essencial de Em seu lugar por Sandra Rummer

O capítulo 26-Allah! Socorroooooo! Zafira! Me ajuda! é um dos momentos mais intensos da obra Em seu lugar, escrita por Sandra Rummer. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Maysa

— Allah! Socorroooooo! Zafira! Me ajuda! — Eu grito e tusso, com os olhos cheios de lágrimas.

Dou graças a Allah quando vejo Zafira entrar na cozinha. Ela tosse com a fumaceira que a carne queimada dentro do forno produziu.

Eu estou apavorada e não sei o que fazer. Eu desliguei o forno quando vi a fumaça saindo e agora estou o mantendo fechado. Abri-lo parece-me pior, pois a fumaça está densa.

— Adara! Você não cuidou da carne?

Eu falo chorosa:

— Zafira, eu sou uma negação na cozinha. —Fico pensativa. — E agora? Vou ter que improvisar.

—Como da outra vez?

—O que posso fazer? E o pior é que a casa está tomada com esse cheiro de fumaça.

—Dá para sentir o cheiro lá na sala. Não era a sua especialidade o carneiro?

Eu fico calada, sem saber o que dizer. Então pergunto a ela:

— Onde você acha que eu errei?

—Eu e Salma estávamos comentando que você não besuntou de óleo a forma, e não cobriu com papel alumínio. Você simplesmente colocou no forno e fechou. A água deve ter secado e a carne grudado, por isso queimou a carne.

—Zafira! Por que você não me disse?

—Pois Said logo cedo nos chamou dizendo que não era para dar um pio. Palpite nenhum. Hoje ele parecia tomado por um gênio ruim!

—Ele estava nervoso?

—Said, acordou de mau-humor. Ele nunca gritou com ninguém nessa casa. E hoje, ele gritou com o motorista que estava demorando.

Eu começo a pensar nos convidados. O que faremos?

—E agora? E os convidados?

—Você não precisa se preocupar, pois não haverá convidados.

—Não? Como assim, não haverá convidados? Então por que eu fiz tudo isso?

Zafira fecha o semblante.

—E você pergunta para mim? Eu é que sei?

Nos entreolhamos sem realmente saber essa questão.

Eu bufo!

Said com certeza sabia que eu não saberia fazer o carneiro. Deve ter deduzido isso ao ver que eu não sei fazer um simples Kafta.

Fez isso para me punir?

Lembro-me de sua ameaça lá no quarto.

" E amanhã, quero que apronte o carneiro, os convidados serão importantes. E não falhe! Se falhar teremos outra conversa."

Zafira pega a bandeja com a carne e joga água por cima dela, de onde sai uma fumaça branca densa, criando um caldo preto.

—Vou ter que jogar essa bandeja fora. — Ela reclama.

Eu conheço tão pouco de Said. O que aconteceu? Ultimamente se agita em mim o desejo de saber mais dele.

—Zafira, Said tem família?

—Sim, e numerosa.

Eu fico surpresa.

—Sério? Mas eu nunca vi ninguém aqui?

Zafira lavava as mãos.

— Eles não vêm muito aqui. Said que vai visitar a mãe, a irmã e os tios. Ele é quietão e gosta dessa independência.

Eu me aproximo dela, curiosa:

— E a irmã dele. É casada?

—Não. Ela é apenas uma adolescente. Filha da segunda esposa do pai de Said, a mãe dela morreu.

—Allah! Segunda esposa?

Zafira dá de ombros.

—Que mundo você vive? Desde quando a mulher tem poder de decisão nesse país? Se o homem resolver ter mais uma esposa, ela não pode fazer nada.

— Acho tão errado isso. Eu jamais aceitaria outra esposa!

—Errado ou não, não é um assunto a ser discutido.

Zafira enxuga as mãos no avental.

—E o jantar? O que faremos?

—Não vou deixar você improvisar. Vou chamar Salma e faremos algo para o jantar.

—Obrigada Zafirinha.

—Às vezes me pergunto, para que você serve nessa casa?

— Zafira, que horror! Eu ajudei muito fazendo os salgadinho e docinhos naquele jantar.

—Isso é verdade.

Eu não quero me expor agora. É melhor esperar e entender até que ponto, Said precisará de alguém que o ajude. Com meus anos de prática, eu sei que quando se fratura uma costela, não se imobiliza o local. A pessoa tem que ficar acamado se recuperando. No início, ele terá dificuldade de respirar e se locomover por causa da dor. O tempo cura tudo.

Cura mesmo? Eu me pergunto pensando no meu coração.

Vou até o meu quarto e me deito na cama. Mergulhada numa espécie de transe, imaginando Said ao meu lado, seus braços ao meu redor, seus beijos.

Imploro a Allah que ele chegue logo em casa. O choque da notícia me fez refletir novamente sobre meus sentimentos. Eu o amo, não há dúvidas em meu coração sobre isso. Sinto um bolo na garganta e uma tristeza misturada ao amor que eu sinto por esse homem.

Não sei se é recíproco. Lembro-me então das falas de Zafira que me disse que ele está gostando de mim.

Respiro fundo.

Quem sabe...

Parece tão absurda essa ideia, pois a imagem que ele tem de mim é péssima.

Como um homem como Said, rico, bonito, inteligente, um ótimo partido; o partido do século, se apaixonaria por uma ladra, fútil, interesseira? Não é esse os predicados que ele atribui a mim?

Que ele faz questão toda hora de me lembrar?

Penso em tudo que me espera em Londres.

Se Said realmente estiver gostando de mim eu conseguirei deixar tudo para trás?

Fecho os olhos com esses sentimentos lutando dentro de mim. E entendo, que o sentimento maior é o amor, ele grita em meu coração e me faz entender que se isso acontecesse é bem provável que eu renuncie tudo para estar ao lado dele.

Esses pensamentos mexem tanto comigo, que começo a chorar no travesseiro. Entendo que o amo sim, com todas as forças do meu coração.

Quando que eu pensaria numa renúncia por alguém?

Nunca! Pois jamais me imaginei vivendo novamente na Arábia Saudita.

Enxugo as lágrimas, estou encarcerada mais pelos meus sentimentos do que pela situação. Pelo menos agora, estou sendo honesta comigo mesma.

Quem sabe Zafira esteja certa? Quem sabe ele me ame e está lutando contra seus sentimentos, pois não admite para si que está amando uma ladra, uma interesseira?

Talvez ele esteja com medo que eu o olhe dessa maneira, cheia de interesse...

Suspiro.

Isso! Se iluda!

Respiro fundo.

Allah! Mas é tão bom sonhar!

É, mas se a realidade for outra, e se iludindo, sua queda será muito grande.

Lembro-me de um verso:

A fé é um oásis no coração que nunca será alcançado pela caravana do conhecimento. Palavras sábias de Khalil Gibran

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