Eu fico de joelhos e o encaro bem nos olhos, com as pernas moles, meu coração a mil. Pegando a cabeça dele com as duas mãos, eu tomo os lábios dele e o beijo pra valer, num beijo quente e urgente. Minha língua tremulando na sua. Said geme de prazer. Então desço seu pescoço e provo sua pele com a qual eu só pude sonhar durante muito tempo. Escorregando os lábios por seus músculos que se contraem. Sua respiração é rápida e ele geme quando passo minha língua e meus lábios nos planos deliciosos de seu tórax. Provo cada centímetro de sua pele... seus mamilos, seu abdome cheiroso. Ele fecha os olhos e puxa minha cabeça até seu ombro, expirando trêmulo. Sinto-o balançar a cabeça como se tentasse tirar alguma imagem minha, tentando se acalmar. Ele beija meu cabelo, e ficamos abraçados em silêncio.
Ergo minha cabeça e olho para os seus olhos que me fitam também. Eles ardem nos meus. Ele geme de dor quando me puxa para ele novamente. Sua boca toma a minha. Ele morde meu lábio inferior vagarosamente, me fazendo vibrar. A língua dele invade a minha boca, me fazendo me aprofundar mais no beijo, passando minhas mãos pelos cabelos dele. Me afasto para agora mordiscar cada cantinho de seu rosto.
Quando termino, ele me olha sério, ofegante, como se tivesse corrido, eu não preciso olhar para ver sua ereção.
— Vou trazer seu almoço.
Caminho no corredor com o coração acelerado, e rio comigo mesma. Ainda me lembrando da expressão de perplexidade dele.
Entro na cozinha e logo vejo Zafira. Ela se aproxima de mim:
—E Said?
—Está ótimo. Ele só precisa ficar deitado para se recuperar.
—Você fala como se entendesse do assunto.
—Eu entendo, pois eu sou enfermeira em Londres.
Zafira me encara surpresa.
— Londres? Inglaterra?
—Sim, Londres, Inglaterra. Por isso, pode ter certeza que farei bem o meu trabalho.
—Allah! Eu não entendo mais nada! Essa casa está de pernas para o ar.
Eu dou uma risada vendo o jeito dela, andar para fora da cozinha falando sozinha. Vou até o fogão e o ligo. Esquento o ensopado de Said e o ajeito em uma bandeja com um copo de suco de uva.
Caminho devagar equilibrando a bandeja. Quando alcanço o quarto, vejo Said fitando o teto.
— Seu almoço! —Digo jovial.
Ele se vira para mim de mau humor.
— Onde você aprendeu a beijar daquele jeito?
— Já tive namorado, mas quando te beijei, foi por instinto.
Ele me encara por um tempo, como se estivesse pensando muito para me perguntar alguma coisa.
Said
— Você é virgem?
— Não. — Ela me diz sem desviar os olhos de mim. Sinto como se ela dissesse: “É assim e acabou.” Ela coloca a bandeja na cama e ergue o queixo e segura meu olhar nos seu. — Tive uma pessoa. Não deu certo.
Ela não ser virgem é totalmente contra meus princípios, eu serei o segundo e isso acaba comigo. Encaro o teto tentando acalmar minha respiração e as batidas dolorosas no meu coração.
E aí? Você consegue ficar longe dela?
Eu a amo. E sei que é além da atração física e isso é algo extraordinariamente forte. E se revolve dentro de mim sem qualquer tipo de controle.
—Melhor desistirmos. Vou entender se não quiser mais nada comigo.
Eu a encaro ofegante.
—Então você mentiu naquele dia quando eu te perguntei se era virgem?
— Sim, pois eu estava no papel da minha irmã. E eu sei que ela é.
Aperto meus lábios.
— Entendo!
Eu a olho agora, estranhando a intensidade de meus sentimentos e de meu total descontrole sobre o meu coração.
Allah! Será que eu amo por ela ser totalmente diferente de tudo que eu imaginei? Ela quebrou meus paradigmas?
Eu afasto esses pensamentos e com muita dificuldade me ajeito melhor nos travesseiros.
Maysa
— Nem vou dar o trabalho de responder. Vou avisá-lo então.
Saio do quarto, me sentindo inquieta.
Ele me levava a sério mesmo? Ou ele adora me provocar por força do hábito?
Se ele fosse um ocidental, eu poderia me entregar sem neuras. Mas um homem árabe,
Allah! Ele me julgaria como uma odalisca e que transa com todo mundo.
Depois de deixar a bandeja na cozinha, vou atrás de Muhafa, o encontro limpando o carro. O aviso do horário que Said precisará dele.
Resolvo tomar um banho. O dia está bem quente, e embora o caftan seja de algodão e leve, eu estou com calor.
Minutos depois, fecho os olhos me deliciando com a água morna no meu corpo acalorado. Fico a pensar na minha nova situação.
Said está me levando à sério?
O que eu sou para ele agora?
Como ficará a minha imagem diante dos empregados?
Que moral eu tenho para ele me assumir?
Isso tudo me arrepia o corpo. É cedo para eu entender as coisas, e algo novo para mim.
E meu trabalho na Inglaterra? E quando desse o tempo de eu voltar? Minha situação tem que estar definida, não posso deixar tudo para trás, e investir em uma relação com um homem que me vê apenas como um caso.
Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos que me afligem. Bem. Irei dar tempo ao tempo.
Depois de me enxugar pego outro caftan branco.
Allah! Não é por nada não, mas eu já estou enjoada dessa roupa e dessa cor.
Irritada, coloco meus chinelos me sentindo sem graça e caminho até o quarto de Said.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Em seu lugar
🖊️ AVALIAÇÃO FINAL: Texto com vários erros e trama muito superficial, pueril e inverossímil, voltada essencialmente para a atração física e a tensão sexual, confundindo o tempo todo paixão com amor e não convencendo minimamente o leitor quanto à seriedade dos acontecimentos, visto que são dois adultos que mal se conhecem se comportando como adolescentes inexperientes, dominados pelos hormônios enquanto tentam entender o que sentem (confundindo imaturamente amor com paixão) e desenvolver não um relacionamento profundo, maduro, duradouro e com propósito, mas uma espécie de cabo de guerra emotivo-sexual, onde o foco está em quem vai conseguir satisfazer melhor seus próprios desejos físicos e anseios emocionais ou em quem terá que ceder mais às exigências culturais do outro... Eu vivi uma paixão forte antes de conhecer meu esposo e sei que não é fácil abrir mão de um relacionamento entre desiguais quando estamos muito apaixonados, mas também sei que é possível e agradeço a Deus por ter acontecido o término, pois só assim pude conhecer meu esposo, com quem sou feliz há 20 anos sem nunca ter precisado fingir ser quem não sou nem viver essa montanha-russa emocional 🎢, pois as renúncias que ambos precisamos fazer desde que nos conhecemos nunca foram relacionadas à nossa essência. Além disso, não foi em 1 mês que me apaixonei tão fortemente pelo meu ex, foi num relacionamento de quase 2 anos, com muito menos diferenças a considerar e muito mais profundidade de sentimentos - perto do qual essa situação do texto é simplesmente SURREAL (foi por muito pouco que não desisti de ler antes de chegar ao desfecho)... 👀 EM SUMA: estorinha adolescente e supercial que não convence minimamente, voltada essencialmente para situações rasas e tensão sexual. No final tenta passar algo um pouco mais aprofundado, mas já está contaminado pela superficialidade e falta de maturidade dos personagens, não dá mais pra levar a sério (a mudança abrupta torna tudo ainda menos verossímil). Muita decepção depois de ter lido "O Egípcio", da mesma autora... 💔...
* Além de tudo é hipócrita. O discurso de tradicionalista só vai até onde lhe convém, onde não convém que se lasque... Não é convicção religiosa, é mero interesse... Mais uma característica revoltante desse mimadinho narcisista fantasiado de homem... 🤮...
⁉️ "Até que ponto ela lutaria por mim?"... "Não aceitarei pontos nem vírgulas entre nós" ... Ora... E você, cara pálida, até que ponto lutará e cederá por ela?... Esses "mocinhos" de romance hoje em dia não servem nem pra espantalho de horta... É a mulher que tem que conquistar os caras, nunca o contrário... 🙄 E essas protagonistas pamonhas me dão nos nervos, sem força de vontade e respeito próprio nenhum, só pensando com os hormônios... 😒...
😒 Oh, coitadinho... O abusador bárbaro com pose de juiz justiceiro está arrazado porque em poucos dias se apaixou pela ladra que ele desprezava e agora percebeu que ela é de outra cultura e o vê com maus olhos depois de ele ter agido como um troglodita... Ah, faça-me o favor!... Que coisa mais sem nexo. Até parece que um árabe tradicionalista iria perceber que era visto como um bárbaro selvagem, sendo que pra ele ser assim é que é o certo... E um cara desse nunca iria se interessar por uma mulher cujo comportamento ele despreza, muito menos em poucos dias... Ainda mais tendo visto a mulher desde o início como se fosse apenas um pedaço de carne, não uma pessoa... Essa conversa de "eu a amo" e "eu o amo" chega a ser risível... Quem ama alguém em poucos dias, só porque não consegue controlar os próprios hormônios e vê o outro como se estivesse no cio? Desde quando isso é amor?... 👀...
😵💫 Mas que negócio sem cabimento... O cara tem namorada/noiva e fica querendo agarrar e beijar a outra, enquanto tenta dar lição de moral... Num dia quer humilhar a mulher e no outro já está dizendo que não sabe como ficar longe dela, como se fosse bipolar... Parece redação de adolescente do ensino médio isso... 😒...
❗ Ah, vá catar coquinho na descida, amigo... Sério que você quer "preservá-la, torná-la uma pessoa melhor e fazê-la agir como uma dama"... olhando-a como se fosse um pedaço de carne, agarrando-a e beijando-a ao seu bel prazer? Que conversa pra boi dormir é essa? Só se for pra rir... Já não basta a tola agir como uma adolescente dominada pelos hormônios e sem juízo, com essa rebeldia infantil de querer se mostrar e se afirmar com essa maquiagem fora de hora e lugar, ainda vem o cara com esse discurso de político em véspera de eleição?... Tá cada vez pior essa estória... 🙄...
⁉️ Minha nossa, quanta superficialidade e futilidade... Comecei a ler essa estória depois de ler O EGÍPCIO, mas que decepção... Pelo visto será só mais do mesmo de apelação sexual e relacionamentos baseados no carnal, sem nada de realmente relevante ou mais profundo, com personagens que mais parecem ratos marsupiais australianos do que seres humanos... Se for isso mesmo, não vou até o final, não. Sinto muito. Quero literatura de verdade, não futilidade e pornografia disfarçada de romance... 🫤...
Aff... Por que essas protagonistas sempre tem que ficar se derretendo diante dos caras como adolescentes sem cérebro, dominadas pelos hormônios? Me dá até vergonha como mulher esse comportamento fraco e patético... Não podem ver um rosto bonito ou um corpo bem feito que já estão se derretendo, mesmo o cara sendo um néscio, um cafajeste, um animal violento, um qualquer que não vale nada... 🙄 Esse tal Said poderia ser lindo de morrer, mas com esse comportamento de besta quadrada, sem contar a arrogância e o abuso sexual, sequer seria visto como um homem por mim... E ainda fuma, pra piorar (cheira mal)... Que atitude deprimente a dessa Maysa... Se passar pela irmã tola e irresponsável para pagar por uma dívida que não é sua e ainda sentir atração pelo energúmeno que a trata como vadia... É uma vergonha pra mim como mulher... 😒...
Uma das melhores historias que ja li aqui no site,muito boa mesmo!...
Linda a história!!!!...