Maysa
Acordo assustada e me sento na cama rapidamente. Allah! 10:00 hrs. É tarde. Eu perdi a hora.
Bem, agora não adianta correr. Espreguiço-me devagar e me levanto sem pressa nenhuma. Vou até o meu guarda-roupa e pego o caftan que eu comprei. O de seda floral puxado para o amarelo.
Quando me visto, dou um sorriso no espelho. Ele marcava bem a minha cintura e é um palmo acima dos meus joelhos. Deixo meus cabelos soltos.
Graças a Allah, eu não preciso mais prendê-los, não estou mais fazendo nenhum serviço doméstico. Minha condição mudou agora e eu não preciso provar mais nada para ninguém.
Calço sandálias brancas para combinar. Fito minha figura no espelho e, satisfeita com minha aparência, saio do quarto.
Antes de chegar à sala, avisto Said conversando com alguém. Então me aproximo mais. Rashid, o amigo de Said. Meu coração se aperta no peito. Eu não tenho boas lembranças dele.
Said quando me vê fica estático. Petrificado, eu diria. Eu desvio meu rumo e sigo para a cozinha. O cheiro dela estava tomado pelo carneiro no forno, e pelo aroma, muito apetitoso.
Adara quando me vê, sorri.
—Bom dia. Você acorda sempre tarde?
Eu sorrio para ela.
— Bom dia. Não, perdi a hora.
Eu pego uma xícara de café bem forte. E quando vou me sentar na cadeira, Said entra na cozinha intempestivamente. Imediatamente, sinto calor, e ao mesmo tempo, percebo que estou trêmula.
Os olhos negros dele se estreitam, enquanto ele percorre lentamente meus cabelos e o meu corpo, moldado por aquele vestido. “Amarelo”
— Maysa não está linda? — Comenta Adara, percebendo a tensão, sua voz soou um pouco forçada e alta demais.
— Adara, você andaria com roupas assim, chamativas? Seja sincera. — Said pergunta com arrogância. Como se eu não estivesse ali. — Você exporia a sua figura, como se fosse uma odalisca? Uma mulher da vida?
Adara fica muda e alterna seu olhar para nós dois.
Allah! Eu não posso ser derrubada, assim, tão facilmente.
—Sinto muito, Maysa. Mas isso é entre vocês.
Said fica ali, me olhando, todo onipotente. Os cabelos negros bem penteados para trás, os olhos negros soltando brasas. Está usando uma calça preta que modela as pernas fortes, e uma camisa branca com três botões soltos, revelam pelos negros no peito moreno. Ele está tenso, pois suas mãos estão fechadas, a mandíbula travada.
Quando Adara sai, eu me sinto como se eu fosse a presa, e Said o leão faminto. Ele dá um passo em minha direção e eu dou dois para trás e assim sucessivamente, até meu corpo tocar a pia.
Ele fica bem próximo a mim. Parece agora o velho Said, o bárbaro que eu conheci. Meu coração bate forte, num misto de sentimentos confusos. E o que mais sobressai é desprezo pela atitude dele.
Ele já viu em meus olhos, raiva, tristeza, ironia, desejo..., mas a frieza que eu o encaro agora, ele nunca viu. Começo então ver uma confusão de emoções tomar conta da expressão dele.
Então, ele dá mais um passo em minha direção e eu me aperto mais a pia.
— Por que está estragando tudo? Por que a vontade de se vestir assim, é maior do que o amor que diz sentir por mim?
Eu começo a ver a dor nos olhos dele. Fecho os meus. Eu não quero ver o sofrimento dele, isso tocará meu coração ao ponto de eu ceder e eu não posso me dobrar à sua vontade. Ainda de olhos fechados, ouço ele dizer com voz embargada: — Maysa! Eu te amo. Isso deveria bastar.
Suas palavras não me aproximam dele. Ao contrário, ela aumenta a barreira entre nós. Eu não posso fazer isso com ele. Eu não posso ficar. Eu nem me dou o trabalho de retrucar. Nunca eu conseguirei mudar um homem que mora nesse país e que tem os costumes enraizados.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Em seu lugar
🖊️ AVALIAÇÃO FINAL: Texto com vários erros e trama muito superficial, pueril e inverossímil, voltada essencialmente para a atração física e a tensão sexual, confundindo o tempo todo paixão com amor e não convencendo minimamente o leitor quanto à seriedade dos acontecimentos, visto que são dois adultos que mal se conhecem se comportando como adolescentes inexperientes, dominados pelos hormônios enquanto tentam entender o que sentem (confundindo imaturamente amor com paixão) e desenvolver não um relacionamento profundo, maduro, duradouro e com propósito, mas uma espécie de cabo de guerra emotivo-sexual, onde o foco está em quem vai conseguir satisfazer melhor seus próprios desejos físicos e anseios emocionais ou em quem terá que ceder mais às exigências culturais do outro... Eu vivi uma paixão forte antes de conhecer meu esposo e sei que não é fácil abrir mão de um relacionamento entre desiguais quando estamos muito apaixonados, mas também sei que é possível e agradeço a Deus por ter acontecido o término, pois só assim pude conhecer meu esposo, com quem sou feliz há 20 anos sem nunca ter precisado fingir ser quem não sou nem viver essa montanha-russa emocional 🎢, pois as renúncias que ambos precisamos fazer desde que nos conhecemos nunca foram relacionadas à nossa essência. Além disso, não foi em 1 mês que me apaixonei tão fortemente pelo meu ex, foi num relacionamento de quase 2 anos, com muito menos diferenças a considerar e muito mais profundidade de sentimentos - perto do qual essa situação do texto é simplesmente SURREAL (foi por muito pouco que não desisti de ler antes de chegar ao desfecho)... 👀 EM SUMA: estorinha adolescente e supercial que não convence minimamente, voltada essencialmente para situações rasas e tensão sexual. No final tenta passar algo um pouco mais aprofundado, mas já está contaminado pela superficialidade e falta de maturidade dos personagens, não dá mais pra levar a sério (a mudança abrupta torna tudo ainda menos verossímil). Muita decepção depois de ter lido "O Egípcio", da mesma autora... 💔...
* Além de tudo é hipócrita. O discurso de tradicionalista só vai até onde lhe convém, onde não convém que se lasque... Não é convicção religiosa, é mero interesse... Mais uma característica revoltante desse mimadinho narcisista fantasiado de homem... 🤮...
⁉️ "Até que ponto ela lutaria por mim?"... "Não aceitarei pontos nem vírgulas entre nós" ... Ora... E você, cara pálida, até que ponto lutará e cederá por ela?... Esses "mocinhos" de romance hoje em dia não servem nem pra espantalho de horta... É a mulher que tem que conquistar os caras, nunca o contrário... 🙄 E essas protagonistas pamonhas me dão nos nervos, sem força de vontade e respeito próprio nenhum, só pensando com os hormônios... 😒...
😒 Oh, coitadinho... O abusador bárbaro com pose de juiz justiceiro está arrazado porque em poucos dias se apaixou pela ladra que ele desprezava e agora percebeu que ela é de outra cultura e o vê com maus olhos depois de ele ter agido como um troglodita... Ah, faça-me o favor!... Que coisa mais sem nexo. Até parece que um árabe tradicionalista iria perceber que era visto como um bárbaro selvagem, sendo que pra ele ser assim é que é o certo... E um cara desse nunca iria se interessar por uma mulher cujo comportamento ele despreza, muito menos em poucos dias... Ainda mais tendo visto a mulher desde o início como se fosse apenas um pedaço de carne, não uma pessoa... Essa conversa de "eu a amo" e "eu o amo" chega a ser risível... Quem ama alguém em poucos dias, só porque não consegue controlar os próprios hormônios e vê o outro como se estivesse no cio? Desde quando isso é amor?... 👀...
😵💫 Mas que negócio sem cabimento... O cara tem namorada/noiva e fica querendo agarrar e beijar a outra, enquanto tenta dar lição de moral... Num dia quer humilhar a mulher e no outro já está dizendo que não sabe como ficar longe dela, como se fosse bipolar... Parece redação de adolescente do ensino médio isso... 😒...
❗ Ah, vá catar coquinho na descida, amigo... Sério que você quer "preservá-la, torná-la uma pessoa melhor e fazê-la agir como uma dama"... olhando-a como se fosse um pedaço de carne, agarrando-a e beijando-a ao seu bel prazer? Que conversa pra boi dormir é essa? Só se for pra rir... Já não basta a tola agir como uma adolescente dominada pelos hormônios e sem juízo, com essa rebeldia infantil de querer se mostrar e se afirmar com essa maquiagem fora de hora e lugar, ainda vem o cara com esse discurso de político em véspera de eleição?... Tá cada vez pior essa estória... 🙄...
⁉️ Minha nossa, quanta superficialidade e futilidade... Comecei a ler essa estória depois de ler O EGÍPCIO, mas que decepção... Pelo visto será só mais do mesmo de apelação sexual e relacionamentos baseados no carnal, sem nada de realmente relevante ou mais profundo, com personagens que mais parecem ratos marsupiais australianos do que seres humanos... Se for isso mesmo, não vou até o final, não. Sinto muito. Quero literatura de verdade, não futilidade e pornografia disfarçada de romance... 🫤...
Aff... Por que essas protagonistas sempre tem que ficar se derretendo diante dos caras como adolescentes sem cérebro, dominadas pelos hormônios? Me dá até vergonha como mulher esse comportamento fraco e patético... Não podem ver um rosto bonito ou um corpo bem feito que já estão se derretendo, mesmo o cara sendo um néscio, um cafajeste, um animal violento, um qualquer que não vale nada... 🙄 Esse tal Said poderia ser lindo de morrer, mas com esse comportamento de besta quadrada, sem contar a arrogância e o abuso sexual, sequer seria visto como um homem por mim... E ainda fuma, pra piorar (cheira mal)... Que atitude deprimente a dessa Maysa... Se passar pela irmã tola e irresponsável para pagar por uma dívida que não é sua e ainda sentir atração pelo energúmeno que a trata como vadia... É uma vergonha pra mim como mulher... 😒...
Uma das melhores historias que ja li aqui no site,muito boa mesmo!...
Linda a história!!!!...