Resumo do capítulo 42-Vou deixar Said e voltarei para a Inglaterra. de Em seu lugar
Neste capítulo de destaque do romance Romance Em seu lugar, Sandra Rummer apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.
Ah! Era muito bom para ser verdade. Eu conhecia o Mycozzie. É um traje que cobre o corpo inteiro exceto o rosto, as mãos e os pés.
Ele se senta ao meu lado.
— Adara nos chama para o almoço.
— Ela está feliz de fazer o carneiro para você, é uma forma de te agradecer.
Said sorri.
—Eu sei, sua irmã é uma pessoa maravilhosa.
Tive que me esforçar para reprimir as palavras irônicas que brotaram dos meus lábios. Estão na ponta da língua e elas diriam: “Por que não se casa com ela?”
Eu suspiro e me levanto. Said faz o mesmo e me abraça.
— Quero que se sinta em casa. Quando quiser sair é só pedir para Zafira lhe acompanhar ou sua irmã. Vou deixar um carro a sua disposição.
— Você fala como se não fosse estar presente.
— A partir de amanhã voltarei ao trabalho. Sinto-me melhor.
Eu lhe dou um sorriso, mas meu coração está triste. A ideia de deixá-lo está cada vez mais forte. E a saída dele será minha oportunidade.
— Fico feliz que esteja bem.
Said me abraça e apoio minha cabeça naquele peito cheiroso, ele beija meus cabelos.
Allah! Se ele me aceitasse do jeito que sou, seríamos felizes.
Ele me afasta gentilmente.
—Vamos!
Caminhamos abraçados. Será difícil separar-me do homem que amo. Mas eu tenho medo de como as coisas ficarão entre nós no futuro... preciso partir. Said merece uma pessoa que não lhe crie problemas, como minha irmã.
Quem sabe eles se acertem depois que eu for embora? Respiro com força, como se o ar não alcançasse meus pulmões. Nesse dia eu estarei bem longe.
Chegamos na sala de jantar. A mesa está posta. O carneiro assado, arroz com ervas aromáticas, variedade de saladas e outra travessa de legumes de vários tipos e cores.
A travessa grande fumega com o carneiro, de um dourado lindo, suculento. A carne parece muito macia, pois se desprendeu do osso.
E o aroma?
Allah!
Perfuma o ambiente.
A apresentação também, nota dez. Ela distribuiu uma fileira de abacaxis em cima do carneiro. Os miolos deles foram retirados e colocado dentro deles lindos tomates cereja, além do verde da salsinha salpicada nas laterais.
Eu sorrio para ela.
— Espetacular! Você caprichou.... Que bom que está aqui! Sei que fez tudo com muito amor. —Dei um beijo nela. Ela está suada de tanto trabalhar.
Adara me olha emocionada e me abraça forte. Eu encaro Said, abraçada a Adara. Seus olhos negros nos olham, avaliativos. Nos comparando talvez...
No fundo, é uma Adara que você quer. Eu vou te libertar Said. Eu te faço mal. Penso.
Adara suspira, quando olha a mesa.
—Allah! Esqueci o suco de abacaxi!
Eu me apresso em dizer:
—Pode deixar! Eu pego. Sente-se.
Vou em direção a cozinha, seguindo o pequeno corredor que a separa a sala de jantar. Quando estou para adentrá-la, ouço Zafira dizer:
— Adara é a pessoa ideal para Said. Logo ele abre os olhos.
Eu imediatamente paro no corredor sentido o baque das palavras de Zafira. Eu sei disso, mas é horrível ouvir isso de outra pessoa, mesmo que ela não tenha falado com a intenção de eu ouvir.
Colocando minha máscara indecifrável que oculta um grande sofrimento, entro na cozinha. As duas me olham. Elas estão almoçando, se deliciando com o carneiro.
— Vim pegar o suco que Adara fez.
Zafira se levanta e pega uma grande jarra da geladeira. Minha irmã o tinha enfeitado com um pedaço de abacaxi, preso na borda.
Zafira sorri para mim.
—Se vocês não fossem gêmeas, eu não iria acreditar que fossem irmãs.
—Verdade Zafira. Você tem toda a razão.
Pego a jarra das mãos de Zafira e saio.
Quando chego a sala, a cena é: Said sorrindo tranquilamente para Adara. Conversando animadamente. Quando eu entro na sala, eles viram a cabeça para mim, ainda sorrindo.
—Pronto! — Eu digo colocando a jarra na mesa.
Adara se levanta e nos serve. Até quando ela coloca de tudo um pouco em nossos pratos ela tem cuidado com a decoração. Mas isso ao invés de me alegrar, me oprimi.
Eu posso ser espontânea com as palavras ou com meu comportamento, mas minha irmã tem um outro tipo de espontaneidade. Ela é dinâmica, proativa em relação ao cuidado com a casa, com a comida, roupas.
Ela será uma ótima esposa.
Engulo meu choro. Quando experimento o carneiro. Mal acredito no sabor.
Divino. Maravilhoso.
Como de hábito, comemos nos deliciando com a comida, mas sem conversas. Minutos depois, quando finalizado o almoço Said sorri para a minha irmã.
—Estava tudo maravilhoso. Quero que trabalhe para mim.
Eu não contive o espanto. Meus olhos perscrutam o semblante de Said, tentando descobrir a natureza de sua proposta.
Adara está lívida.
—Verdade?
Said assente para ela.
— Quero que seja chefe de cozinha em meu hotel. Quero que ensine suas especialidades. Tenho certeza que elas não para por aí.
Adara abre o sorriso.
— Sim, eu sei fazer muitas coisas.
Said se vira para mim, me fitando atentamente:
— O que acha, habibi?
Falo com sinceridade:
—É maravilhoso. —Procuro os olhos de Adara com um sorriso.
Said sorrindo para Adara, diz:
—Descanse esses dias. Quando estiver fortalecida, você começa. Eu também falarei com Nardini, preciso ter uma conversa com ela. Explicar tudo, não é bom que ela tenha uma imagem tão ruim de você.
Adara não se cabe de felicidade.
— Obrigada. —Ela diz emocionada.
Eu também me comovo com o esplendor do momento. Minha irmã com seu futuro encaminhado. A imagem de um possível casamento de Said com ela, também surge e eu reprimo o choro.
Said se levanta.
— Vou descansar um pouco. Maysa, preciso falar com você.
—Sim. Eu te ajudo a tirar as coisas da mesa. — Adara se prontifica.
Eu falo enérgica:
—Nada disso! Descansa. Você não está aqui para trabalhar. Você está aqui para se recuperar. Eu ajudo Salma.
Adara sorri tristemente para mim.
— Tudo bem. Vou tomar um banho e me deitar um pouco.
—Isso. Mais tarde irei ao seu quarto para conversarmos.
Quando ela sai, ajudo Salma levar as coisas. Salma tinha acabado de fazer um chá de hortelã. Depois que terminei tudo, tomei um pouco. Ele é ótimo para digestão. Esse costume do nosso povo, eu carrego comigo. Em Londres eu o tomava depois do jantar.
Filtrei muita coisa, mas muitas algumas ainda tenho dentro de mim.
Saio da cozinha e vou em direção ao meu quarto. Quando entro, fecho as grossas cortinas, deixando o quarto na penumbra. Ligo a televisão. Mal acabei de me sentar, a porta se abre e Said surge por ela.
Allah! Lindo! Cabelos molhados, a barba aparada. Usava sua vestimenta árabe, o Kandoora bege. Ele diz com deboche:
— Estou deslumbrado com o seu interesse em ouvir o que tenho a dizer.
Eu não estou bem, por isso não o procurei. Como poderia? Amanhã será um dia recheado de dissabores.
— Eu estou com dor de cabeça.
— Como daquela vez que levei o remédio?
—Said. Mais tarde nos falamos. Você quer por favor sair do meu quarto?
Said se aproxima de mim. Allah! Eu não tenho voz ativa mesmo!
— Não saio. Até saber o que você tem?
Eu falo em tom de súplica:
— Só quero ficar um momento sozinha.
— Tudo isso por causa das roupas?
— Você sabe que não. Já conversamos sobre isso.
Said se senta na minha cama. Seu perfume invade minhas narinas.
— Farei de você uma esposa, Maysa — Ele sussurra acariciando o meu rosto. — Farei de você uma mãe. — Ele me olha triste. — Mas infelizmente não te fiz mulher.
— É por isso que quer me moldar? Como nosso povo diz, que a mulher é uma cera macia, onde o homem a domina ao seu bel prazer?
— Quero o melhor para você. E eu sei o que é o melhor.
—Hah! Voc...
—Quietinha. — Ele exige.
Ele me olha diferente. Os maxilares cerrados, o cenho franzido, como se pensasse em algo. Então seus olhos ficam vivos. Por algum motivo, algo me toca, uma sensação de que ele não está bem, de que alguma coisa o perturba.
—Quero você!
Eu fico a olhá-lo sem entender o que significam aquelas palavras. Mordo meus lábios, quando entendo. A televisão continua ligada num volume baixo, mas ninguém se importa com ela. Eu digo quase apavorada:
— Você está quebrando suas próprias leis.
— Eu não estou lidando com uma virgem. — Ele diz aquelas palavras como se o incomodasse muito em se lembrar disso. — Por que eu tenho que esperar? E eu te amo! — Ele confessa com os olhos febris.
Está claro que ele está se contendo com muito custo. Said se aproxima de mim. Meu coração que já estava disparado pula do peito. Minha respiração fica entrecortada.
Meu último pensamento foi: oh, antes que ele desse um passo para frente e esmagasse seus lábios contra os meus.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Em seu lugar
Uma das melhores historias que ja li aqui no site,muito boa mesmo!...
Linda a história!!!!...