Em suas Mãos (Barak 2) romance Capítulo 14

Como Rashid havia planejado, ele conversou com o Sheik e o convenceu a sair conosco. Acompanhados de todos os seguranças posicionados em um outro carro, um sedã preto que nos segue constantemente, entramos em uma limusine. Eu nunca tinha andado de limusine, isso é coisa para os ricos, mas parece ser algo comum em Miami.

Logo que entramos nela, Rashid circula os seus braços de forma possessiva sobre os meus ombros, em uma bela performance de homem apaixonado. Eu respiro fundo tentando me acalmar pois já sinto um calor aquecendo todo o meu corpo com esse seu gesto.

Seu pai e a enfermeira ocupam os lugares na nossa frente. Percebo que ela me observa sempre que pode.

Talvez curiosa para saber que tipo de mulher atraiu o Rashid? O bilionário de quarentas anos e ainda solteiro? Acredito que sim. A performance do Rashid ao se passar por um homem apaixonado é indiscutível. Quem o vê realmente acredita que o seu interesse por mim é real e genuíno.

O silêncio no carro logo é quebrado pelo Sheik.

—Filho, você contou para Khadija que o iate leva o nome da sua mãe?

Rashid me abraça e beija os meus cabelos.

—Não pai, eu deixei para que o Senhor lhe contasse.

—Layla foi minha esposa, a mãe dos meus filhos. Sempre acreditei nos amores para a vida toda, e talvez até para além da vida. Um amor que se une à própria alma, e sem alma a vida não tem razão. E com Layla foi assim. Ela foi a mulher que eu amei com toda a minha alma. Sempre desejei isso para os meus filhos. Quando esse amor é correspondido é algo libertador e de maneira nenhuma te aprisiona.

Solto o ar emocionada.

—Que lindo... —Minha voz sai em um sussurro.

Pena que não consigo ver o rosto do Rashid que me mantem presa nos seus braços, se agigantando nesta posição. Claro que estou com uma vontade louca de erguer o meu rosto e procurar pelos olhos do Rashid, mas eu não o faço.

Como pode o pai ser o oposto do filho? Rashid deveria estar preso aos princípios do pai e não ser tão frio e calculista como é.

—Pai o Senhor sempre teve uma alma romântica.

O Sheik o encara sério.

—Todos nós temos. No fundo de cada alma há tesouros escondidos que somente o amor permite descobri-los.

O ar fica doce com as palavras do Sheik, tanto que o Rashid se remexe inquieto ao meu lado.

A consciência dele estaria pesada por enganar ter que enganar o bom velhinho? Ou as palavras do pai o fizeram relembrar algum amor antigo? Talvez dores passadas o tenham feito trancar todo esse sentimento dentro do peito.

Quando o carro chega à marina fico admirada ao ver as linhas magníficas do iate: imenso e todo branco, ancorado nas águas tranquilas do litoral de Miami.

O motorista leva as nossas bagagens até o iate e as deixa com o capitão da embarcação, que nos espera com um sorriso. Rashid e a enfermeira seguram os braços do pai e o ajudam a entrar no iate.

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