Em suas Mãos (Barak 2) romance Capítulo 23

Faltam poucos minutos para às oito quando paramos em frente a uma grande construção. Parece um castelo de pedras.

Não! É um castelo!

Nervosa, procuro os olhos de Rashid. Ele sorri, acho que tentando me passar tranquilidade.

—Essa é a casa dos Yussef. Como eu havia lhe dito, é um jantar de negócios. Sua função é apenas sorrir e deixar que eu fale.

—É isso que você diz as mulheres que te acompanham? — Escapa de meus lábios.

Rashid ergue as sobrancelhas.

— Eu vou ignorar esse comentário e atribuí-lo ao seu nervosismo.

Um homem uniformizado abre a porta do carro para nós, dizendo:

—Bem-vindos.

Mal saímos pela porta quando uma avalanche de flashes cai sobre nós. Rashid pega a minha mão gelada. O calor de sua mão sobe pelo meu corpo. Saboreando o alívio momentâneo de sua presença ao meu lado, sigo com ele para o interior do castelo.

Segurando meu vestido com a outra mão, subo alguns degraus até a entrada. Adentramos então a um hall espaçoso.

Uma loira sorridente vestida de vermelho vem ao nosso encontro.

—Senhor Barak, é uma honra recebê-lo. Essa, presumo ser....

—Khadija Azis. — Rashid me apresenta com um sorriso.

A impressão que me deu é que ele cortou: “namorada”, “companheira”. Entendi que minha companhia ficou subtendida.

Os olhos da loira passam pelo meu rosto e depois focam meu colar e se demoram neles, depois procuram meus olhos novamente.

—Prazer em conhecê-la. Khadija. Sejam bem-vindos.

—Obrigada. —Eu digo com um leve sorriso.

Rashid me envolve pela cintura e me conduz para o interior do castelo. Tão logo emergimos no grande salão, vejo um homem de meia idade sorrir quando vê Rashid. Imediatamente ele vem em nossa direção.

Eu passo os olhos rapidamente pelo salão. Ele é enorme. Umas trinta pessoas estão se movimentando por ele. Homens elegantemente vestidos ao lado de mulheres cobertas de joias. Todos estão bebendo seus drinques, conversando animadamente ao som de Jazz.

Embaraçada, passo as mãos pelos meus cabelos, grata por Rashid me dar aquele vestido e aquela joia. Mesmo assim, posso sentir que não pertenço a essas pessoas de sangue nobre.

Uma elegante equipe de garçons se move por entre os grupos de pessoas, servindo canapés chiques e microscópicos e taças borbulhantes de champanhe, vinho, Prosecco, Martine. Todo tipo de bebida.

— Senhor Barak. — Me viro e vejo uma mulher mais velha se aproximando, absurdamente glamorosa em um vestido longo prateado, os cabelos num coque alto trabalhado. — Estou tão feliz por você ter conseguido vir.

—O prazer é meu. Senhora Yussef, essa é Khadija Azis.

Ela me dá um sorriso caloroso e estende sua mão. Eu a pego e a cumprimento, educadamente. Elas são tão macias, bem diferente das minhas mãos de plebeia.

—Khadija, é um prazer recebê-la.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Em suas Mãos (Barak 2)