Em suas Mãos (Barak 2) romance Capítulo 37

Posso dizer que ele está tentando processar isso.

—Entendo. — Ele me olha decepcionado. —Posso me sentar aqui?

—Sim, claro.

As narinas de Smith se alargam quando ele respira fundo.

—Estou surpreso. Você é uma mulher dura. Eu sempre me perguntei se algo a atingia. Enfrentou com valentia a situação do seu irmão. Jamais eu imaginaria que estaria ao lado de um homem como Rashid.

Meu coração se aperta no peito, eu o encaro em silêncio por um tempo.

—Por que você diz isso?

—Khadija, só ver a vida passada desse homem. Será que ele sabe o que é amor? Sente paixão? Ele sempre trocou de mulher como troca de roupa. Espero que você não seja uma entre muitas.

Eu solto o ar com angústia.

—Entendo. —Eu digo, pensando nas palavras dele, que me deram indigestão, pois meu estômago se revolvia em puro ácido. Mas resolvi defender Rashid. —Ele pode encarar nossa relação de forma diferente. Ele pode estar resolvido a mudar de atitude.

—Sei que o dinheiro não significa muito para você. —Ele passou os olhos pelo meu colar de esmeraldas com desprezo. Como se fosse uma peça que não combinasse comigo. — O tempo que passamos conversando, ficou claro isso. O que faz ao lado de um homem como ele?

Eu o encaro firme.

—Eu gosto de Rashid.

—Gosta?

Eu respiro fundo.

—Na verdade eu o amo.

—Explique-me como isso aconteceu? Eu não vejo uma garota como você se envolvendo com tipos como ele. Durante anos os jornais têm publicado histórias a respeito da natureza sinistra de Rashid Jael Barak.

—Tipo o quê?

—Que ele é um cara frio que tem uma pedra de gelo no lugar do coração.

Eu dou uma tossida, engasgada com a minha saliva.

—Bem, eu não acredito muito no que é publicado nos tabloides. Geralmente são fofocas, pura fantasia. Especulações sensacionalistas e manchetes inventadas para vender mais.

Ele trinca os dentes com meu comentário.

— Você conhece o ditado: onde há fumaça, há fogo. Como pode estar apaixonada por um cara como ele?

Eu ergui meu queixo.

—O amor acontece, não se explica. Se fosse algo explicado não teria seu encanto.

—Está certo. —Ele diz resignado. —E você? O que tem feito? Eu fui no Sultan e me disseram que não estava mais trabalhando lá. Tem vivido à sombra dele? —Ele questiona de forma ácida.

Eu meneio a cabeça no meu campo de visão vejo Rashid vindo em minha direção. Sim, isso arruína minha calma. Eu desvio meus olhos dos intensos dele e encaro Roger que aguada minha resposta.

—Não, não danço mais. —Digo ignorando sua última pergunta.

Ele me olha sério.

—Claro. Acredito que ele não deixaria.

—Ela não precisa mais dançar para ganhar a vida. —Rashid fala, seco.

Dr. Smith ao ouvi-lo se levanta. Eu me levanto também. Estica-se um terrível silêncio entre nós. Rashid dá um olhar afiado para Roger. Meu coração bate com força contra as minhas costelas.

Eu corto o silêncio constrangedor:

—Rashid, quero te apresentar o médico do meu irmão, Adam Smith. Ele é oncolo...

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