No dia seguinte acordo com a claridade do quarto. Meus olhos sonolentos procuram o relógio. Nove horas. Nessa hora ouço uma batidinha de leve na porta.
Rashid costuma entrar, ele não bate para entrar. Com certeza é Zilá com alguma mensagem do patrão.
—Entre.
—Marḥaba! (Bom dia)
—Marḥaba!
—O patrão está preocupado com você. Ele te espera para o café da manhã.
Com certeza o primo dele, aquele idiota, foi embora.
—Oh, que amor! —Ironizei. —Diga a ele que vou tomar café no quarto. Que não me sinto bem.
Zilá me olha desconfiada:
—Não está grávida, está?
—Allah! Não!
—Então por que todos esses dias ficou no quarto indisposta?
Zilá não sabia do terço a metade.
—Peguei uma virose. Rashid não falou?
—Falou. —Ela diz observando meu rosto. —Mas eu não acreditei.
Quando ela sai, levanto-me preguiçosamente e vou até o banheiro. O reflexo do espelho mostra um rosto triste, mas meu olhar tem aquele brilho resoluto de valorização. Eu preciso ser forte. Não cair nas teias da sedução de Rashid. Ele precisa começar a me enxergar diferente.
Fui tão idiota quando me entreguei a ele. Iludida, imaginando que isso pudesse nos unir mais. Afinal, foi uma entrega.
Burra!
E eu não conheço minha raça?
Uma raça machista!
Para começar, eu nem era virgem. Tive um relacionamento com um rapaz, mas não deu certo. Ambos éramos muito jovens. Isso, com certeza contribuiu muito para os seus maus olhos sobre mim.
Solto o ar e resolvo não pensar nisso. Chega!
Tomo um banho demorado e me troco. Coloco um vestido azul-marinho e branco e fico na cama lendo um livro. Na hora do almoço Zilá surge no meu quarto.
—Não vai sair do quarto hoje?
—E Rashid? Ele saiu?
—Rashid foi trabalhar.
—Ótimo, agora eu posso me levantar. — Eu digo com um sorriso.
—Você brigou com Rashid!
Eu me dei conta do que falei.
— Tivemos um pequeno desentendimento por causa de ciúmes. — Allah! Espero que seja isso que ele sentiu.
Camila, uma das empregadas entrou com um ramalhete de flores do campo.
—Chegou para a senhorita.
Meu coração dá um salto no peito.
—Para mim? Oh que amor!
Eu me levanto da cama e forço um sorriso no rosto e pego o ramalhete das mãos dela, tiro o cartão.
Camila que olhava encantada para as flores, mas logo é enxotada por Zilá:
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