Em suas Mãos (Barak 2) romance Capítulo 58

Khadija

Rashid me envolve nos braços. Ele está estranho. Seu semblante está carregado. Algo o preocupa. Sinto uma dor no coração só de pensar no que terei de fazer. Será que ele está sofrendo pela perda do pai. O amigo dele falou algo que o fez lembrar-se dele, aumentando sua dor?

Ele beija minha cabeça, eu levanto o meu rosto e procuro seus olhos, mas ele agora está olhando a janela. Seu semblante não mudou.

Não tenho vontade de ir a lugar nenhum, ficaria feliz se nunca mais tivesse que colocar os meus pés para fora de casa. Não sinto falta de nada quando estou com ele. Gostaria de poder ficar tranquila e quentinha nos braços de Rashid, sem me mexer.

É difícil não deixar minha mente vaguear em sonhos felizes quando ele me olha com aqueles olhos negros. É difícil cair na realidade de que a despedida é necessária.

Logo que chegamos em casa, ele não me levou para o quarto como eu pensava e fez com que eu me sentasse no sofá e ocupa um lugar ao meu lado. Ele fica então calado, olhando para mim, como se o que ele tivesse que me dizer fosse algo difícil.

Ele irá me dispensar...

Tentei dizer alguma coisa, mas ele levantou a mão indicando que eu me mantivesse em silêncio.

—Khadija. Lembra que eu te disse que chegaria um momento que seguiríamos caminhos diferentes? — Ele pergunta, estudando minha expressão.

Chegamos ao ponto chave, chegamos lá mais rápido do que imaginei. Não esperava isso. Eu imaginei que eu fosse terminar tudo, que eu ia repassar a maneira que eu faria isso, me preparando até lá. Retive minhas emoções. Eu tinha prometido a mim mesma que não ia chorar na frente dele.

—Sim. —Eu digo, aparentando compreensão de algo difícil de assimilar.

—Então, chegou esse momento. —Ele diz, a voz suave como veludo. Segura as minhas mãos nas dele. — Eu depositei dinheiro suficiente para você comprar uma boa casa, um carro, e se manter até conseguir emprego e você faço questão que fique no meu hotel. Fique o tempo que precisar, até resolver sua vida. Quero te ajudar na compra da casa, te orientar na questão do emprego, você agora tem a mim.

—Está certo. —Eu digo tentando suprimir meu choro. —Você nunca escondeu nada, sempre foi claro a respeito do nosso relacionamento, além disso está sendo muito generoso. —Eu me calo por um tempo e o observo sem falas também.

Estou mentindo para ele, e para mim mesma. Sei que não ficarei bem com meus sentimentos. Mas enfrentarei isso de cabeça erguida.

Ele me olha estranho, seus olhos buscam respostas do meu rosto. Ele segura a minha mão.

—Você ficará bem?

—Sim, claro! Não se preocupe.

Mesmo se eu não estivesse grávida, eu não tentaria entender o porquê dessa decisão agora. E nem imploraria nenhuma migalha dele. Não ficarei com um homem que não sabe se doar. Tentei, mas não deu. É tarde demais para me lamentar e eu preciso arcar com as consequências. Tudo indica que carrego um filho dele.

Eu me levanto do sofá. Ele se levanta em seguida.

—Mas fique comigo essa noite. —Seu pedido sai baixo. Inseguro.

Meu coração se agita. Minhas pernas tremem com dúvidas, exultação e confusão.

—Não sei.

—Por favor. —Ele diz passando a mão no meu rosto. —Uma despedida. Você não está saindo da minha vida porque brigamos. Apenas chegou ao fim.

Eu estava completamente embalada pelo som da sua voz cálida, pela gentileza de seu olhar.

Esqueci de ter raiva dele. Estou aqui, sem nenhum traço de irritação por ele não me amar, por ele me rejeitar. Ele te avisou, sempre disse qual era o seu papel na vida dele. Ele não te enganou. Minha mente arruma desculpas.

—Tudo bem. —Digo e não me sinto tão mal quanto deveria.

Rashid sorri.

—Vem. —Ele diz.

Consigo ver o que eu vi nele, e não é simplesmente o fato de ser lindo de morrer. Rashid alastra uma bondade serena, é seguro de si, calmo, apaziguador. Sei que debaixo de tudo isso ele é um lobo com pele de cordeiro. Mas ele não me enganou, ele me alertou quem ele era.

Naquele espaço entre sonho e ponto final. Seguro sua mão, e com uma vírgula, eu o sigo. Estou com o coração agitado e ao mesmo tempo apertado. Despedidas não são fáceis.

Ele me leva até seu quarto, então fecha a porta e se vira para mim. Eu estou parada ali no meio do quarto, ofegante.

Seus olhos negros têm mais ternura que desejo. Ele sempre consegue me confundir com eles. Muitas vezes vi amor neles, mas pelo visto eu estava enganada.

Ele caminha em minha direção e vai até minhas costas. Abre o vestido fazendo-o deslizar pelo meu corpo. Então tira o colar de pérolas que ele me deu.

Olhando-me nos olhos, ele retira meu sutiã. Eu me encosto a ele, que me abraça e me beija com muita delicadeza o meu pescoço e sinto suas mãos segurando as minhas.

Eu me afundo nele, sentindo o calor do seu corpo, estremecendo com seu cheiro. Ele solta a minha mão e me envolve lentamente em seus braços, me puxando para si. Então me beija intensamente, separando meus lábios. Minha mão vai para o seu cabelo e eu o puxo mais para mim e correspondo o seu beijo.

Um tempo depois ele se afasta ligeiramente para me olhar. Beija-me de novo, dessa vez suavemente. Eu lhe devolvo o beijo sentindo a mão dele percorrer minhas costas e a parar no meu cabelo, onde ele enterra os dedos.

Nos permanecemos abraçados, nos beijando durante muito tempo, sem a preocupação em apressar as coisas.

Rashid beijou-me de novo, com mais fervor desta vez, e eu sinto o corpo tremer por antecipação. Eu passo as mãos pelo peito dele, sentindo os músculos firmes por cima da camisa, entregando-me a minha própria sensualidade.

Ele se afasta e retira sua roupa me olhando nos olhos. Logo seu corpo forte me envolve e de repente me vejo sendo carregada para a cama, onde ele me deposita suavemente.

Eu estremeço em contato com a colcha fria, mas logo ele me envolve e aquece meu corpo. Eu o faço deitar-se de costas e começo a distribuir beijos. Peito, pescoço, barriga enquanto estremeço quando as mãos dele passam pelas minhas costas, fazendo-me conter a respiração.

Ele então me puxa, me abraça e me faz virar na cama. Inclina sobre mim e beija o meu pescoço, depois mordisca o lóbulo da minha orelha. Puxa meu corpo mais para ele enquanto as suas mãos traçam o contorno da minha espinha.

Eu abro os lábios, sentindo a ternura do contato dele. Rashid continua a beijar-me até encontrar meus seios e os beija ternamente, um de cada vez. Eu inclino a cabeça para trás, sentindo a respiração aquecida e a umidade morna da boca dele em cada lugar que ele me toca.

Eu estou quase sem fôlego, quando o procuro nos olhos. Eu então passo o dedo pela sua cintura, roçando suavemente sua pele e a corro até seu peito. Sinto as mãos dele deslocando-se pelo meu corpo e parando nas minhas nádegas. Ele a aperta levemente e me levantando despe minha calcinha, uma perna de cada vez.

Suas mãos continuam explorando meu corpo, arrancando dos meus lábios gemidos. Eu acaricio suas costas e sinto seus lábios mordiscando suavemente meu pescoço, escutando a sua respiração acelerar.

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